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Estado de Minas

Integra��o da Fazenda Samambaia aumenta �rea do Parque Estadual do Sumidouro

Unidade que abriga tra�os da pr�-hist�ria mineira e j� tem entre suas atra��es a Gruta da Lapinha aumenta em um quarto com integra��o da Fazenda Samambaia, entregue restaurada


postado em 14/10/2017 06:00 / atualizado em 14/10/2017 08:17

Sede da propriedade rural do fim do século 19, que foi reformada e deve ser aberta ao público no primeiro semestre do próximo ano(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Sede da propriedade rural do fim do s�culo 19, que foi reformada e deve ser aberta ao p�blico no primeiro semestre do pr�ximo ano (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Considerado o territ�rio da pedra lascada em Minas Gerais, o Parque Estadual do Sumidouro, que ocupa terras dos munic�pios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa e tem como um dos principais atrativos a Gruta da Lapinha, aumentou sua �rea em 25%, totalizando 2,25 mil hectares. A expans�o se deve ao repasse de toda a propriedade rural da centen�ria Fazenda Samambaia, que pertencia � mineradora Vale, � unidade de prote��o ambiental.

Metade da fazenda, que tem ao todo 500 hectares, j� fazia parte da �rea do parque. O restante foi integrado oficialmente ao Sumidouro depois de um acordo com aval do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG). A propriedade tem import�ncia para a economia da �poca da forma��o de Belo Horizonte, pois de l� sa�ram muitos alimentos para abastecer a nova capital.

A Samambaia foi entregue ao poder p�blico toda restaurada: o casar�o sede foi reformado, assim como a moradia do caseiro, o curral e o local em que funciona o moinho que transforma milho em fub�. A estrutura deve ser aberta ao p�blico no primeiro semestre de 2018.

“A ideia � que ela se torne um espa�o de refer�ncia da mem�ria rural da regi�o. � uma fazenda do fim do s�culo 19, in�cio do 20. Na propriedade havia cria��o de gado, produ��o de fub� e derivados de leite (queijo, manteiga etc.)”, informou Rog�rio Tavares, gerente do parque estadual.

A fazenda � tombada pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG). Michele Arroyo, presidente da entidade, frisou que o objetivo do Iepha � consolidar uma parceira mais efetiva com o IEF, considerando os valores ambientais dos parques, as caracter�sticas hist�ricas e arquitet�nicas, o modo de vida, as tradi��es e as rela��es das pessoas com essas �reas.

“� um espa�o para que pensemos em uma gest�o compartilhada, aproveitando para que as comunidades possam se apropriar n�o s� do local, mas tamb�m dos aspectos e valores como um todo. Nossa ideia �, a partir dessa experi�ncia, expandir a proposta para outras unidades de conserva��o, investindo tamb�m em um turismo mais consciente”, explicou Michele.

 

Homens das cavernas


Mas a incorpora��o de todo territ�rio da Fazenda ao Sumidouro vai al�m: o local, assim como outros na regi�o, conta parte da mem�ria da idade da pedra lascada no estado. L� h� pinturas rupestres, cuja localiza��o deve ser incorporada � trilha que d� acesso ao pared�o do Sumidouro, onde h� um conjunto de imagens com idades entre 4 mil e 7 mil anos.

Essa �ltima �rea, que j� � aberta ao p�blico, recebeu no m�s passado melhorias para beneficiar os visitantes. O deck de madeira, por exemplo, foi suspenso, o que permitiu aos turistas observarem mais de perto os desenhos na rocha. “Tamb�m houve instala��o do conjunto de placas (que mapeiam os desenhos). Isso valorizou a visita”, comemorou o gerente Rog�rio Tavares.

Acervo de pinturas rupestres que integram o complexo foi enriquecido com a incorporação de nova área(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Acervo de pinturas rupestres que integram o complexo foi enriquecido com a incorpora��o de nova �rea (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
A fama do Sumidouro � conhecida nos quatro cantos do planeta. Foi l� que, na d�cada de 1970, arque�logos descobriram o f�ssil de Luzia, com idade estimada entre 12,5 mil e 13 mil anos. Trata-se do esqueleto petrificado mais antigo j� encontrado na Am�rica. Luzia teria morrido na faixa et�ria dos 20 aos 25 anos.

Tamb�m foi no Sumidouro que o dinamarqu�s Peter Lund (1801-1880), considerado o pai da arquelogia e da espeleologia (estudo das cavernas) no pa�s, descobriu in�meros f�sseis de animais extintos na �poca conhecida como pleistoceno. Lund, cujo corpo foi sepultado na regi�o, deixou um legado de estudos sobre a pr�-hist�ria mineira.

Luz sobre a Lapinha

 

Eleita uma das sete maravilhas da Estrada Real – caminho que ligava Diamantina ao Rio de Janeiro no Brasil Col�nia – a gruta da Lapinha receber� nova ilumina��o nas pr�ximas semanas. Em uma outra etapa, prevista para o primeiro semestre de 2018, o complexo passar� a ser iluminado por energia solar.

Na pr�tica, a nova ilumina��o permitir� mais seguran�a aos turistas, al�m de favorecer a vista em locais que n�o s�o t�o claros. Outra vantagem � a quest�o econ�mica. “Teremos um acr�scimo de ilumina��o nos setores mais valorizados na gruta. Aumenta a seguran�a para caminhar”, refor�ou Rog�rio Tavares, gerente do Parque Estadual do Sumidouro.

A gruta faz parte de um maci�o calc�rio formado, segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), “h� cerca de 600 milh�es de anos pelos restos de fundo de mar que cobria toda a regi�o da Bacia do Rio das Velhas”. No local, “enormes sal�es formados pela dissolu��o da rocha carbon�tica s�o adornados por belos espeleotemas de variadas formas”.

A Lapinha tem aproximadamente 510 metros de extens�o e 40 de profundidade. Foi abrigo de muitos antepassados dos atuais seres humanos, assim como de animais cujas esp�cies foram extintas.

 

 

Sumidouro, a origem

 

O parque ecol�gico do Sumidou, que abrange tanto parte do territ�rio de Pedro Leopoldo quanto de Lagoa Santa, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, foi batizado com esse  nome em raz�o de sua maior lagoa. Ela tem um ponto de drenagem das �guas da bacia, estrutura t�pica dos terrenos calc�rios, forma��o comum a toda regi�o. Trata-se, na pr�tica, de uma abertura natural para uma rede de galerias subterr�neas, por meio da qual um curso d’�gua penetra no subsolo, denominado “sumidouro”. O termo tem origem na palavra “anhanhonhacanhuva”, vinda de dialeto ind�gena, que significa “�gua parada que some no buraco da terra”. Por causa da longa estiagem, contudo, a lagoa est� praticamente seca h� quatro anos.


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