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Estado de Minas

Febre amarela volta a matar em Minas: saiba como se prevenir

Autoridades de sa�de intensificam a��es de preven��o depois da confirma��o de dois casos da doen�a em Brumadinho. Vacina��o e restri��o de acesso a �reas de matas est�o na lista


postado em 06/01/2018 06:00 / atualizado em 06/01/2018 07:39

Com as novas mortes, a busca por vacinação em BH aumentou(foto: Juarez Rodrigues / EM / D.A. Press)
Com as novas mortes, a busca por vacina��o em BH aumentou (foto: Juarez Rodrigues / EM / D.A. Press)

Intensificar as a��es de preven��o da febre amarela em Minas Gerais � a ordem da vez, principalmente na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. O refor�o � feito por causa da confirma��o de dois casos da doen�a em Brumadinho. Os pacientes eram vizinhos e moravam na zona rural do munic�pio. Um deles morreu e o outro segue internado em um hospital do Esp�rito Santo. Equipes de sa�de do estado ajudam profissionais do munic�pio na busca ativa, de casa em casa, de pessoas que ainda n�o se vacinaram. Os trabalhos ser�o estendidos at� a noite.

O risco de contamina��o afetou o funcionamento de centros tur�sticos da regi�o: o Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a foi fechado para visita��o. O Instituto Inhotim adotou medidas de seguran�a para os visitantes, como distribui��o de repelentes.

Os vizinhos que contra�ram a doen�a come�aram a sentir os sintomas em 25 de dezembro. Um homem de 51 anos n�o resistiu e morreu. J� o paciente de 37 foi levado para um hospital do Esp�rito Santo pela fam�lia. Ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) anteontem e seu quadro evolui bem, segundo o subsecret�rio de Vigil�ncia Epidemiol�gica da Secretaria de Estado da Sa�de (SES), Rodrigo Said. Antes mesmo da confirma��o da doen�a pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed), a SES j� se mobilizava para bloquear a febre amarela.



A��es tiveram in�cio nos locais onde foram detectadas mortes de macacos, as epizootias. “O governo j� est� com equipes nas regi�es onde elas est�o ocorrendo mais, principalmente em Brumadinho. Est�o fazendo a busca ativa de casa em casa para a vacina��o. Vamos come�ar a fazer a vacina��o noturna, pois, muitas vezes, os moradores saem para trabalhar e n�o s�o encontrados nos domic�lios”, explicou o secret�rio de Estado de Sa�de, S�vio Souza Cruz. Os trabalhos devem ser estendidos at� as 21h.

O v�rus da febre amarela continua circulando em Minas Gerais. Prova disso s�o as mortes de macacos, que antecedem o cont�gio em humanos. Segundo a SES, 21 munic�pios mineiros tiveram confirmada a doen�a na morte de primatas. Al�m deles, s�o investigados os �bitos dos animais em 26 cidades mineiras. Por causa disso, � recomendada a intensifica��o da vacina��o das pessoas que ainda n�o se imunizaram.

Em Minas, a cobertura vacinal saiu de 47% no ano passado para 81%. Por�m, a meta � 95%. O estado tem um estoque, de acordo com o secret�rio, de 1,4 milh�o de doses, e j� fez encomenda de mais 1 milh�o de doses ao Minist�rio da Sa�de. Al�m disso, foi solicitada ajuda financeira.

Moradores de algumas regi�es de Minas Gerais devem ter aten��o devido � incid�ncia de mortes de macacos. “Chamam a aten��o algumas localidades, em especial na Regi�o Central, Tri�ngulo Mineiro, partindo para o Sul de Minas. A regi�o metropolitana � uma �rea importante neste momento, bem como as �reas de Divin�polis (Centro-Oeste), Itabira e Sete Lagoas (Regi�o Central) e Juiz de Fora (Zona da Mata), que tamb�m identificaram tr�s macacos mortos”, afirma Rodrigo Said.

ALERTA


Em Brumadinho, a cobertura vacinal acumulada (2007 a 2017) contra a doen�a est� em torno de 84,12%, com estimativa de 5.570 pessoas n�o vacinadas, segundo a SES. Os dois casos de contamina��o acenderam o alerta entre os moradores do munic�pio. Na comunidade de Palhano, onde viviam os homens infectados, o posto de sa�de estendeu o hor�rio de funcionamento at� as 20h desde quarta-feira. Os �ltimos acontecimentos causaram uma corrida pela imuniza��o. Ontem, foi grande o movimento de pessoas � procura de informa��es e querendo a dose da vacina.

“O grande desafio � saber quem precisa ou n�o, pois, se a pessoa n�o se lembra ou diz que n�o tomou, n�o podemos questionar e, ent�o, temos que aplicar a dose”, afirma a t�cnica em enfermagem Patr�cia da Silva Ferreira Medeiros. As equipes de zoonoses tamb�m t�m ficado at� mais tarde na rua e encontrado muita larva do Aedes aegypti nas casas visitadas, segundo funcion�rios da unidade.

O aposentado Francisco Gomes de Souza, de 74, ficou assustado e foi ao local saber se podia tomar a vacina. Saiu com a orienta��o de que precisa de um laudo m�dico autorizando a aplica��o da dose. “� o assunto do momento na comunidade. Pedi ao meu filho para me trazer para eu saber ao certo o que fazer”, disse.

O empres�rio Eduardo Alc�ntara, de 36, tomou a dose. Morador de um condom�nio no entorno, foi ao posto, mas n�o sabia se j� havia tomado alguma vez ou n�o. J� estava indo embora quando resolveu ligar para a m�e, que lhe garantiu nunca ter se vacinado. “Eu estava na d�vida e preferi me garantir perguntando para ela. N�o d� para ficar sem a prote��o. Tem muito mosquito por aqui nesta �poca”, disse.

Apreens�o na fila da vacina


No posto de sa�de de Palhano, a primeira medida � checar o cart�o de vacina. “Muita gente mente, diz que perdeu o cart�o ou que nunca tomou. Ontem mesmo, um jovem de 20 anos esteve aqui e, pela idade dele, eu tinha certeza de que estava imunizado, mas o rapaz disse que n�o. Depois, conferi nos arquivos e confirmei. Ele tomou a terceira dose. E tomando a mais, a pessoa tem risco de complica��es”, afirmou a t�cnica em enfermagem Patr�cia da Silva Ferreira Medeiros.

O auxiliar de servi�os gerais Teot�nio Pedro Gomes, de 28, foi com a filha Marcela, de 3, conferir se a mulher precisava se vacinar. “O pessoal est� meio apreensivo, mas muita gente j� est� imunizado, porque a maioria tomou no ano passado, quando houve o surto”, relatou. A diarista Eliene Aparecida Xavier, de 49, saiu tranquila quando foi informada de que, desde mar�o do ano passado, o Minist�rio da Sa�de normatizou que apenas uma dose durante a vida � o suficiente para se proteger contra a doen�a. “Tomei a vacina v�rias vezes, porque morava em An�polis (GO) e toda vez que vinha para c�, parava na divisa e tinha que tomar a vacina.”

A psic�loga Cassandra Fran�a, de 60, n�o conseguiu tomar, porque n�o tinha laudo m�dico. Acima dessa idade, a vacina s� � aplicada mediante orienta��o m�dica e laudo comprovando a sa�de do paciente, pelo risco de complica��es. Ela alegou que fez anivers�rio h� pouco, mas, sem o documento em m�os, saiu sem a prote��o. “Tomei a vacina h� mais de oito anos e meu marido, que � m�dico, recomendou que tomasse de novo”, disse. Antes da normativa do Minist�rio da Sa�de, eram indicados refor�os da vacina a cada 10 anos.

A engenheira Marlene de Moraes, de 58, conta que se vacinou h� mais de 10 anos, mas informou no posto nunca ter sido imunizada. “Prefiro refor�ar para garantir, pois em casa est� cheio de pernilongos”, afirmou. J� o pedreiro Lucas Marques, de 26, se vacinou pela primeira vez. “Nunca fui de vir ao posto de sa�de. Mas, como apareceu gente doente, fiquei assustado.”


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