Inc�ndio criminoso em �nibus seria retalia��o por morte de jovem em vila de BH
Moradores da Sumar� teriam invadido Avenida Catal�o e colocaram fogo nos coletivos, revoltados com morte de rapaz baleado por PMs. Via ficou fechada no hor�rio de pico
postado em 09/03/2018 21:40 / atualizado em 09/03/2018 22:34
�nibus do Move foi incendiado a menos de 100 metros de base da PM (foto: T�lio Santos/EM/D.A.Press)
A morte de um jovem, que morava na Vila Sumar�, no Bairro Aparecida, Noroeste de Belo Horizonte, teria levado um grupo de pessoas encapuzadas a colocar fogo em dois �nibus na noite desta sexta-feira. Um dos ve�culos foi queimado a menos de 100 metro de uma base comunit�ria da Pol�cia Militar. Os coletivos foram incendiados quando trafegavam pela Avenida Presidente Carlos Luz (Catal�o), pr�ximo a um shopping. O tr�nsito na via ficou interditados por mais de duas horas.
Marcos Vin�cius Rocha Bambirra, de 19 anos, morreu depois de baleado na noite da quinta-feira durante uma opera��o de militares do 34º Batalh�o. A vers�o da PM, � de que o jovem trocou tiro com os policiais, ao ser abordado em uma motocicleta numa rua dentro da vila. Depois de ferido, ele foi levado ao Hospital Odilon Behrens, onde teria chegado sem vida. Nesta sexta-feira, quando o corpo chegou para ser velado na associa��o comunit�ria da vila, moradores revoltados decidiram fechar a vizinha Avenida Carlos Luz, um dos principais corredores da regi�o, incendiando os dois coletivos e colocando fogo em objetos na via.
O advogado Fl�vio Henrique de Morais, de 39, meio-irm�o do jovem, questionou a vers�o da Pol�cia Militar de que ele teria trocado tiros com os policiais. “Ele n�o tinha arma, n�o tinha registro de passagens policiais. Tinha ido numa drogaria comprar medicamento para a filha dele, de 3 anos. Depois de deixar o rem�dio na casa de sua sogra, foi surpreendido pelos policiais e assustado, pois n�o era habilitado, tentou fugir e foi morto com dois tiros nas costas”, afirmou o advogado.
Segundo Fl�vio, um dos motivos que tamb�m teria levado seu irm�o a correr da pol�cia, � que h� quatro meses o jovem foi preso ilegalmente por um grupo de policiais, que o soltou somente depois que uma irm� deles pagou R$ 1,5 mil aos PMs. “Ele temia que fosse preso novamente e extorquido”, sugeriu o advogado, que pede uma apura��o isenta do caso, por �rg�o independente da Pol�cia Militar.
No coletivo da linha do bairro Castelo viajavam mais de 30 passageiros (foto: T�lio Santos/EM/D.A.Press)
J� o pai da v�tima, Marcos Vin�cius, de 56, garante que seu filho n�o tinha arma e que o rev�lver calibre 38 encontrado pr�ximo ao corpo dele foi “plantado” pelos policiais. “Meu filho nunca teve arma de fogo. Jogaram a viatura contra a motocicleta e atiraram nele pelas costas. Depois foram onde meu filho morava e reviraram tudo, tentando justificar o assassinato. As pessoas da vila est�o protestando, pois sabem que ele n�o era bandido. � um alerta, para que mais inocentes n�o sejam mortos pelos militares e depois chamados de criminosos”, desabafou.
De acordo com o tenente- coronel Fl�vio Godinho, comandante do 34º BPM, Marcos Vin�cius foi morto em troca de tiros com os policiais. “Ele subia na contram�o e depois do sinal de parada, diminuiu e quando estava pr�ximo ao motorista da viatura atirou. Houve o revide e ele foi baleado, sendo lhe prestado socorro. Esse tipo de a��es aqui, com ocupa��o da vila, tem sido uma constante, para coibir o tr�fico de drogas”, destacou Godinho.
A��o orquestrada por traficantes
Ainda, segundo o tenente-coronel, na noite desta sexta-feira, numa r�pida a��o “orquestrada por traficantes”, um grupo entre 30 a 40 pessoas da vila colocou fogo nos dois �nibus. Um dos coletivos, da linha 3301 (Castelo), seguia sentido Centro/bairro. O outro, um Move da linha 67, Esta��o Vilarinho/Santo Agostinho, trafegava na dire��o oposta. Este ve�culo, quando atacado, estava a menos de 100 metros de uma base comunit�ria da PM.
Conforme o tenente-coronel Godinho, n�o houve registro de feridos e nenhum autor dos inc�ndios criminosos foi preso. Um dos motoristas, disse que havia mais de 30 passageiros no carro que dirigia. “Quando v�rias pessoas encapuzadas mandaram abrir a porta, s� tive tempo de correr junto com os passageiros. Penso que alguns dos incendi�rios estariam com armas de fogo, mas n�o vi”, contou.