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Estado de Minas

Fechamento da Pra�a da Liberdade para obras divide frequentadores

Moradores e praticantes de esportes defendem a restaura��o da Pra�a da Liberdade, mas dizem que manuten��o e fiscaliza��o de abusos teriam evitado fechamento com tapumes


postado em 01/07/2018 06:00 / atualizado em 01/07/2018 19:20

Acesso ao público fica restrito a partir de hoje, mas o entorno da praça ainda não estava totalmente isolado por tapumes até ontem à noite. Previsão é de que as obras de reforma terminem até novembro, quando o espaço deve ser liberado(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Acesso ao p�blico fica restrito a partir de hoje, mas o entorno da pra�a ainda n�o estava totalmente isolado por tapumes at� ontem � noite. Previs�o � de que as obras de reforma terminem at� novembro, quando o espa�o deve ser liberado (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

O fechamento da Pra�a da Liberdade, um dos principais cart�es-postais de Belo Horizonte, para uma reforma or�ada em R$ 5,2 milh�es vai manter o espa�o interditado at� novembro. Na opini�o da popula��o que usa o espa�o com frequ�ncia para a pr�tica de caminhadas, os tapumes em volta do ponto tur�stico poderiam ter sido evitados desde que houvesse uma preocupa��o constante com manuten��o e fiscaliza��o dos abusos. O desleixo nos cuidados deixou o espa�o degradado e por isso a reforma se fez necess�ria para recuperar um ponto t�o importante da cidade, segundo moradores. A restri��o ao p�blico vale a partir de hoje. Ontem, oper�rios instalavam mais tapumes, chamando a aten��o da popula��o que ainda n�o sabia da novidade. Por�m, mais da metade da pra�a ainda n�o havia sido cercada at� a noite de ontem.

O publicit�rio Euz�bio de Andrade, 45 anos, destaca que a postura do poder p�blico com a pra�a sempre foi muito permissiva, o que gerou a possibilidade da degrada��o vista hoje em canteiros, �rvores e equipamentos em geral dispon�veis no cart�o-postal. Segundo ele, � muito importante ter um olhar mais atento para cuidar do patrim�nio da cidade. “Precisamos de um policiamento para evitar a degrada��o. Esse fechamento vai comprometer o esporte e o lazer da popula��o, mas � necess�rio, porque n�o tem como reformar sem fechar. A quest�o � que a reforma poderia ser muito mais branda se houvesse uma boa manuten��o. Mas, como est� muito degradada, n�o tem jeito”, afirma.

A servidora p�blica �ngela Fabero, de 51, foi surpreendida quando caminhava e percebeu a instala��o dos tapumes. Ela perguntou e ouviu dos oper�rios que o fechamento seria de toda a pra�a. “� uma pena deixar chegar em um ponto que demande uma reforma desse tipo. A manuten��o constante certamente evitaria fechar e privar a popula��o do espa�o. Mas se � para melhorar, vale o sacrif�cio”, diz ela. �ngela destaca que costuma levar pessoas de fora de BH para conhecer a pra�a e que a �rea � muito importante para a cidade, por isso precisa de um acompanhamento de perto depois que a obra estiver conclu�da.

"Se for realmente para melhorar as condi��es e trazer a ocupa��o que existia antes, tudo bem" - Dirceu Passos J�nior, assessor de comunica��o (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


INSEGURAN�A O assessor de comunica��o Dirceu Passos J�nior, de 39, diz esperar que a reforma seja uma obra completa, e n�o uma maquiagem no ponto tur�stico �s v�speras de uma elei��o. “A Pra�a da Liberdade � um patrim�nio descuidado. De dois anos para c�, vi um abandono por aqui, principalmente pela falta de seguran�a. Se for realmente para melhorar as condi��es e para trazer a ocupa��o que existia antes, tudo bem”, afirma Dirceu. Ele destaca ainda a necessidade de acompanhar de perto a situa��o da pra�a para que a reforma n�o tenha sido em v�o no futuro. “Diria que � o principal cart�o-postal de BH, faz parte do circuito de museus e eventos e precisa de melhorias.”

Acostumada a ver a pra�a da altura dos 10 andares do pr�dio que fica em cima do restaurante Xod�, onde vive h� tr�s anos, a dona de casa Heloisa Ara�jo destaca que o espa�o ficou mais feio nos �ltimos anos. “Tem que ter algu�m para vigiar os abusos, sexta e s�bado isso vira sempre um inferno. No coreto as pessoas fazem de tudo”, afirma.

"Quem sabe com a pra�a mais bem cuidada as fam�lias, meus principais clientes, retornem" - Estela Casimiro, pipoqueira (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)


PONTO DE ENCONTRO
Para um grupo de amigos que se encontra diariamente na Pra�a da Liberdade para conversar e passear com seus c�es, o fechamento com tapumes n�o foi bem-vindo. “�ramos apenas donos de c�es, a maioria vizinhos da pra�a, que vinha passear com nossos bichinhos � noite. Mas fomos nos aproximando e agora somos um grupo, os Saltimbancos, e a pra�a � a nossa casa, a nossa sede. E, sem d�vidas, o fechamento para a reforma at� novembro nos preocupa, pois � um espa�o importante para nossos pets e para n�s mesmos. Ficamos meio perdidos com a not�cia”, disse a design M�nica Ara�jo, de 52 anos.

“Venho pela manh� e � noite. N�o � s� um espa�o de conviv�ncia dos animais, mas nosso mesmo. Tornou-se uma rotina e agora estamos sem saber para onde ir. A reforma � importante e necess�ria, mas deviam oferecer alternativas para os frequentadores. Seria oportuno que apenas n�o fechassem toda a pra�a, mas que oferecessem outras possibilidades para n�o se quebrar assim um v�nculo e deixar as pessoas sem um espa�o de tamanha import�ncia”, assinalou o estudante de direito T�lio Marinho, de 28, tamb�m integrante dos Saltimbancos.

Ambulantes j� trabalhavam com a ideia de que ontem seria a �ltima noite de trabalho no local pelos pr�ximos cinco meses. A pipoqueira Estela Casimiro, de 59, trabalha h� 20 na pra�a. Ela prev� momentos de queda nas vendas, mas espera vender mais ap�s a reforma ser conclu�da. “As fam�lias t�m sumido da pra�a e s�o meus principais consumidores de pipoca. Agora, aumentou muito o p�blico jovem. Quem sabe com a pra�a mais bem cuidada, as fam�lias retornem.”

"A manuten��o constante certamente evitaria fechar e privar a popula��o do espa�o" - �ngela Fabero, servidora p�blica (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


O casal Augusto Gomes, de 26, e Lilian Fran�a, de 27, acharam horr�vel o fechamento com tapumes. “Praticamente todos os dias venho aqui caminhar e passear com meu cachorro. Na regi�o n�o tem outro local para isso”, diz Augusto. “Aqui realmente precisa de revitaliza��o, mas cada dia vai fazer falta para a gente”, comenta Lilian.

Helder Aleixo, de 57, e Maria Jos� Galv�o, de 63, tamb�m s�o frequentadores constantes. Pelo menos cinco vezes por semana se encontram na Pra�a da Liberdade para caminhar. “Vou vir aqui mesmo depois de fechada para acompanhar os trabalhos, mas tamb�m para ver se tem como caminhar do lado de fora”, apontou Helder. “A reforma � essencial, com melhoria da ilumina��o. Vale ficar todo esse per�odo sem o espa�o, ainda mais se colocarem um banheiro p�blico, que � de extrema necessidade para os frequentadores. Se n�o der para manter nossa rotina das noites aqui, vamos tentar um outro local, como a Pra�a da Assembleia, j� que n�o moramos na regi�o e temos mesmo que vir de carro”. (Colaboraram Landercy Hemerson e Mateus Parreiras)


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