Ladeira de BH re�ne crian�as e adultos em competi��o de rolim�; confira programa��o

T�nel do tempo: uma rua sem carros e dezenas de rolim�s descendo ladeira abaixo. Sucesso nas d�cadas de 1970 e 1980, a t�bua sob rodas convidou o belo-horizontino a voltar � inf�ncia ou simplesmente conhecer brincadeiras de outros tempos. Na tarde deste s�bado, a Rua Magi Salomon, no Bairro Salgado Filho, na Regi�o Oeste da capital mineira, foi palco do da 7ª edi��o do Mundialito de Rolim� do Abacate.

O evento come�ou por iniciativa de um grupo de amigos com saudades da brincadeira de inf�ncia. Entretanto, hoje, j� conquistou um marco importante no calend�rio da cidade e arrasta centenas de pessoas para a rua fechada. No ano passado, at� a apresentadora Ang�lica e os atores Daniel Rocha e Marcelo Mello se arriscaram e se divertiram no campeonato de carrinho. 

“O evento nasceu no Bairro Salgado Filho, onde eu e alguns amigos fundamos o Centro Cultural chamado Quilombo do Abacate – o que explica o nome da competi��o. J� faz�amos eventos valorizando a cultura negra e bandas independentes e j� pens�vamos em fazer um evento na rua da sede. Um dia, chegando na casa, ouvimos o barulho de um garoto descendo a rua de rolim�. Ficamos surpreso, h� tanto tempo n�o via um carrinho. Bateu uma nostalgia e decidimos fazer um encontro”, contou Diego Dantas, conhecido como Buj�o, um dos idealizadores.
 

Diogo conta que cresceu no Conjunto Calif�rnia, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, onde ganhou o seu primeiro carrinho de rolim� azul, dado por seu pai. “Tive a sorte de crescer em uma rua de tr�nsito local. Ent�o, n�s brinc�vamos muito na rua. Tive esse privilegio”, acrescentou o organizador, que aponta o quanto � importante tirar as crian�as de frente das telas do celular para experimentar esse tipo de adrenalina e, talvez, alguns “capotes”. “Aprendi a lidar em sociedade brincando na rua, conhecendo vizinhos e, principalmente, dividindo a rua. Hoje, a rua tem outro status. A rua se tornou um lugar de passagem e n�o de perman�ncia. Ent�o, o maior grito, o maior ato pol�tico � ocupar a rua. � espa�o que � nosso e temos que revindicar”, completou o organizador. 

NOSTALGIA �talo Coutinho, de 42 anos, levou o filho Felipe, de 5, para curtir o dia em fam�lia e relembrou os dias de brincadeira na cidade de Bom Despacho, na Regi�o Centro-Oeste. “J� � o terceiro ano que a gente vem. Quando era crian�a, andava muito de rolim�. Vir aqui � vivenciar tudo de novo e ao lado dos nossos filhos. � muito legal”, contou ele.

H� tr�s anos, eles constru�ram o carrinho juntos – algo que parece muito distante das brincadeiras infantis de 2018: “Compramos a madeira e fizemos. O Felipe ajudou a colorir com giz. E n�o custou mais de R$100”, disse, recomendando que a brincadeira continue sendo passada para as gera��es seguintes. Inclusive, h� carrinhos de todos os tipos: dos mais modernos com cadeiras instaladas, at� os mais simples com apenas duas t�buas de madeira. Pai e filho gostaram tanto que j� chamaram os amigos para se divertir juntos. 

O m�dico Fabiano Prado, de 40, foi convidado por um dos amigos da �poca de crian�a com quem andava de rolim�. Nascido no munic�pio de Gouveia, no Vale do Jequitinhonha, a tarde era marcada pelas competi��es com os amigos. Desta vez, ele dividia o carrinho com a filha Nath�lia, de 2 anos. Ela, que estava estilosa com um conjunto rosa-choque e �culos de sol, gostou muito da experi�ncia. “Fico muito feliz de poder passar isso pra ela desde pequenininha”, disse o pai.

A competi��o reuniu participantes nas categorias estilo, manobra e velocidade. Antes, durante e depois da disputa, os competidores e o p�blico foram animados por djs, al�m de cerveja gelada e muita divers�o em fam�lia que uniu gera��es.