
Poucas coisas definem melhor o pensamento e as propostas de Paulo Guedes, guru econ�mico de Jair Bolsonaro e muito provavelmente pr�ximo ministro da Fazenda se o candidato do PSL for eleito presidente, como a sua vis�o do Estado: quanto menor, melhor.
Veja aqui o resultado das elei��es no primeiro turno
� que o ex-professor, fundador de centros de estudo econ�mico, de bancos e portf�lios de investimentos, � um liberal purista.
Suas ideias e promessas explicam a raz�o pela qual a Bolsa de S�o Paulo festejou, com alta de at� 6% em sua abertura nesta segunda-feira (8), a vit�ria de Bolsonaro no primeiro turno (46% dos votos), que o deixa em posi��o confort�vel para enfrentar Fernando Haddad (28%) em 28 de outubro.
Talvez por isso a sua aproxima��o com Jair Bolsonaro, de direita e protecionista, tenha chamado a aten��o. Inclusive chocou os que entendem que o protecionismo hist�rico brasileiro n�o entra no dicion�rio de nenhum liberal ortodoxo como Paulo Guedes. E vice-versa.
Bolsonaro solucionou a quest�o com uma resposta simples: "Na verdade, n�o entendo de economia", confessou ao jornal O Globo.
"A �ltima que disse que entendia (de economia) foi Dilma (Rousseff) e afundou o pa�s", declarou Paulo Guedes durante uma confer�ncia em janeiro, segundo relatou o jornal Folha de S.Paulo.
'Superministro' privatizador
Guedes rapidamente surgiu como um colaborador de peso em um eventual gabinete do Partido Social Liberal (PSL) e Bolsonaro.
Um "superministro" que deveria unir sob o seu comando as atuais pastas de Fazenda, Ind�stria e Com�rcio, Planejamento e a secretaria encarregada de Associa��es e Investimentos do Estado.
Com um semblante s�rio e uma express�o que beira a preocupa��o, Paulo Guedes � o homem a quem Bolsonaro espera entregar a dif�cil tarefa de tirar o Brasil de dois anos de recess�es e outros dois de baixo crescimento.
Seus desafios: diminuir o d�ficit fiscal e reverter a trajet�ria de crescimento da d�vida p�blica, que passou de 58% do PIB em 2013 para 77,3% do PIB atualmente, e que, sem reformas, poderia chegar a 140% em 2030, segundo o Banco Mundial.
Guedes traz uma receita de seu manual de Chicago debaixo do bra�o: "Reduzir a d�vida p�blica em 20% mediante privatiza��es, concess�es" e a venda de propriedades estatais.
Um projeto delicado em um pa�s onde empresas emblem�ticas, como a Petrobras, os Correios e a Eletrobras, s�o estatais.
Paulo Guedes tamb�m � partid�rio de uma transi��o do atual sistema previdenci�rio para um regime de capitaliza��o ou cotiza��es individuais. Um modelo similar ao do Chile, onde o assessor de Bolsonaro atuou como professor universit�rio nos anos 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1989).
Mas a conviv�ncia entre Guedes e Bolsonaro j� teve algumas desaven�as.
Em setembro, o assessor deixou os empres�rios de cabelo em p� ao dizer que poderia ressuscitar um imposto �s transa��es financeiras (CMPF), excetuando as da Bolsa, em substitui��o a cinco taxas.
Bolsonaro teve que intervir para apagar o inc�ndio.
"O presidente serei eu. Tratei esse assunto com ele. Ele falou que foi um ato falho. Ele quer diminuir a quantidade de impostos", explicou esta semana em uma entrevista com uma r�dio de Pernambuco. E insistiu: "Teremos um ministro, sim, mas, acima dele, tem um comandante e esse comandante chama-se Jair Bolsonaro", lan�ou.