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Estado de Minas

'A fam�lia est� desesperada', diz advogada de aluno que morreu espancado no IEMG

Representante da fam�lia do estudante, que acompanha os desdobramentos criminais das agress�es que levaram � morte do jovem, relata drama e desespero de parentes com desfecho tr�gico do caso


postado em 21/11/2018 06:00 / atualizado em 21/11/2018 08:52

Agressões que levaram à morte de estudante foram praticadas dentro do Instituto de Educação, tradicional escola pública de Belo Horizonte(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Agress�es que levaram � morte de estudante foram praticadas dentro do Instituto de Educa��o, tradicional escola p�blica de Belo Horizonte (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

“A fam�lia est� desesperada, nunca imaginou uma situa��o assim. Ele sai para ir � escola e n�o volta mais”, disse a advogada, Adriana Eymar, que representa os parentes do adolescente de 17 anos que morreu na manh� de ontem depois de ficar gravemente ferido em uma briga no Instituto de Educa��o de Minas Gerais, escola estadual localizada no Bairro Funcion�rios, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, na �ltima quarta-feira. O corpo de Luiz Felipe Siqueira Souza foi liberado � noite para ser velado na cidade de Minas Novas e enterrado em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, onde grande parte da sua fam�lia mora. A Secretaria de Estado de Educa��o determinou a instaura��o de sindic�ncia para apurar a agress�o e um laudo circunstanciado sobre os fatos dever� ser emitido. Ontem, professores e estudantes do Instituto de Educa��o se uniram para um abra�o simb�lico em homenagem ao aluno morto. Durante o ato, sob forte como��o, foi feito um pedido de paz na escola.


A briga que provocou a morte teria come�ado quando alunos jogavam futebol na quadra da escola. Inicialmente, houve apenas agress�o verbal. Mas um grupo de alunos acabou atingindo a v�tima com socos e pontap�s. De acordo com a dire��o da institui��o de ensino, o adolescente tentou fugir para o interior da escola, mas l� dentro foi  agredido com um chute na cabe�a. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe. O Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) foi chamado ao local e levou o aluno ferido ao Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde ficou internado por seis dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Suspeito de ser o principal agressor, Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18 anos, foi detido pela Pol�cia Militar no dia da briga e teve sua pris�o transformada de tempor�ria para preventiva na sexta-feira pela 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte.


“Agressor e v�tima eram da mesma escola, mas de turmas diferentes. Luiz era bom de bola e, durante a partida de futebol daquela tarde, ele deu uma ‘canetada’ (drible). O agressor, que j� tinha o hist�rico de viol�ncia e era lutador, n�o aceitou que rissem dele. A partir disso, come�aram as agress�es”, completou a advogada da fam�lia. O hist�rico com ind�cios de viol�ncia do rapaz que matou o colega mais novo chama a aten��o, aponta ela: “Ele j� havia rasgado o boletim escolar e agredido o vice-diretor.”. Em nota � imprensa, a Secretaria de Estado da Educa��o (SEE) fala em “mais de 20” registros sobre o comportamento do aluno anotados desde o 1º ano do ensino fundamental e cita brigas com colegas, uso de palavr�es e agress�es verbais. “Inicialmente n�o foram constatadas anota��es sobre boletins de ocorr�ncias policiais ou medidas socioeducativas envolvendo o agressor”, diz o texto. Hudson est� matriculado no ensino m�dio.


Segundo informa��es da dire��o da unidade � SEE, em mais de uma ocasi�o foi solicitada � fam�lia que providenciasse a transfer�ncia do estudante (as transfer�ncias s�o sempre feitas em comum acordo com a fam�lia), sem ter obtido sucesso. “Como foi instaurado um inqu�rito policial, as documenta��es dos estudantes e da escola ser�o encaminhadas � Justi�a, sempre que for solicitado”, garantiu a secretaria. Hudson foi detido pela Pol�cia Militar no dia da briga. A Pol�cia Civil informou que ele est� preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira. “Todo o trabalho jur�dico j� foi feito e faremos Justi�a. Luiz faleceu, ent�o o processo muda para homic�dio consumado.”, disse a advogada.

Estudantes promovem abraço coletivo em homenagem ao aluno morto e pedindo paz na escola(foto: Reprodução da Internet/Facebook)
Estudantes promovem abra�o coletivo em homenagem ao aluno morto e pedindo paz na escola (foto: Reprodu��o da Internet/Facebook)

Sonho era ser engenheiro

 

Um jovem tranquilo e cheio de sonhos, que pretendia ser engenheiro. Assim era Luiz Felipe Siqueira Souza, de acordo com a fam�lia do adolescente. “Era um menino de bem, da paz. N�o contribuiu em nada para a viol�ncia contra ele”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas, no in�cio da noite de ontem, a enfermeira Jana�na Maciel, prima do adolescente. Moradora de Minas Novas, ela disse que “o sentimento da fam�lia � de indigna��o e muita tristeza diante de um ato brutal como esse”.


Luiz Felipe perdeu a m�e, Abigail Siqueira, aos 3 anos e foi criado pelo pai, Valdenson Evangelista de Souza, que tem outro filho, Luca, de 16. Valdenson trabalhava como vendedor de eletrodom�sticos em Minas Novas. Mas h� dois anos, diante do desemprego e falta de oportunidades no Vale do Jequitinhonha, viu-se obrigado a deixar o lugar de origem. Junto com os dois filhos, foi para S�o Paulo, onde trabalha como motorista de uber. Em maio, Luiz Felipe se transferiu para Belo Horizonte, onde passou a morar com uma tia no Bairro Santa Efig�nia, enquanto o pai e o irm�o dele continuaram na capital paulista.

 

O adolescente foi matriculado no terceiro ano do ensino m�dio no Instituto Estadual de Educa��o e fez as provas do �ltimo Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). “O sonho era cursar engenharia civil”, revela Jana�na. O corpo do adolescente ser� sepultado no mesmo jazigo da m�e dele, em Turmalina.


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