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Estado de Minas

EM faz visita exclusiva ao Pal�cio da Liberdade e mostra resultado das obras

Reportagem entra no pal�cio dos governadores mineiros para revelar o resultado da reforma que s� ser� conhecida por visitantes amanh�. Por fora, luzes de Natal d�o boas-vindas ao p�blico


07/12/2018 06:00 - atualizado 07/12/2018 07:57

Restaurado, monumento tombado reabre depois de três anos e meio, com todo o seu esplendor e história impregnados em cada cômodo (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Restaurado, monumento tombado reabre depois de tr�s anos e meio, com todo o seu esplendor e hist�ria impregnados em cada c�modo (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


Da varanda de teto decorado com pinturas marinhas atribu�das ao alem�o Frederico Steckel (1834-1921), muitos governadores fizeram pronunciamentos e saudaram o povo ao longo de d�cadas. Foi dali tamb�m que dona Risoleta Neves (1917-2003) pediu “calma aos mineiros” durante o vel�rio do marido, o presidente eleito Tancredo Neves (1910-1985). De tanto ser usado por pol�ticos e outras vozes da Rep�blica, o espa�o de onde se descortina a Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul da capital, ficou conhecido como Parlat�rio. A partir de amanh�, esse e outros ambientes do Pal�cio da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, poder�o ser novamente apreciados por moradores e turistas em visitas guiadas, que incluem ainda os jardins, o orquid�rio bem cuidado e um quiosque.

Fechado � visita��o p�blica h� tr�s anos e meio, a sede do governo estadual foi requalificada e reabre com uma exposi��o, que �, na verdade, a pr�pria hist�ria da constru��o, de Minas e tamb�m de BH, que completa 121 anos na quarta-feira. Se do lado de dentro tudo est� pronto para que essa preciosa parte da mem�ria mineira reabra as portas � popula��o, do lado de fora as luzes j� se acenderam para o espet�culo, com a inaugura��o, ontem, da ilumina��o natalina da Pra�a da Liberdade, patrocinada pela Cemig. O conjunto brilha em sintonia de 400 mil microl�mpadas de LED, mil l�mpadas estrobos, 1,5 mil metros de mangueiras luminosas e 78 projetores. Uma luminosidade que s� se apagar� em 6 de janeiro e que, at� l�, atrair� legi�es de visitantes.

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


J� o brilho interno da constru��o mais imponente do conjunto, agora restaurada, ainda � uma surpresa, que o Estado de Minas antecipa: na manh� de ontem, com exclusividade, a equipe do EM percorreu o novo roteiro no Pal�cio da Liberdade, guiado pela presidente do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), Michele Arroyo, e sua equipe. “Que ningu�m espere ver aqui uma exposi��o interativa ou filmes com atores representando os governadores, como havia antes”, disse a dirigente.

Segundo ela, o grande prazer est� em conhecer os c�modos, admirar as pinturas no teto e nas paredes, subir a escada monumental que liga os dois andares, apreciar o mobili�rio de v�rias �pocas e contemplar canteiros e as esculturas de m�rmore do jardim. Sem esquecer a aura de hist�ria que emana de cada parede, m�vel ou corredor. “O Pal�cio da Liberdade � a grande estrela desta exposi��o”, resume a presidente do instituto respons�vel pelo tombamento do monumento, em 1975.

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


O Pal�cio da Liberdade teve sua constru��o iniciada em 1895, com abertura parcial na inaugura��o da capital, em 12 de dezembro de 1897. Os elementos art�sticos internos e os demais que comp�em a volumetria do projeto original de Jos� de Magalh�es, arquiteto respons�vel por outras constru��es da Pra�a da Liberdade, foram finalizados na primeira metade do s�culo 20. Os olhos atentos v�o ver que at� a tubula��o antiga, de ferro, que serve de “capa” hoje aos canos contempor�neos, tem desenhos de flores em alto-relevo. 

MONUMENTAL
Ao chegar ao pal�cio, o visitante ser� “acolhido” em uma tenda de recep��o, com direito a banheiro, �gua e uma pulseirinha que o acompanhar� durante o trajeto, com dura��o em m�dia de 40 a 50 minutos e grupos de no m�ximo 20 pessoas, conforme as normas do Corpo de Bombeiros. Depois desse primeiro contato, os presentes ser�o convidados a cruzar a porta principal. Ser�o recebidos com tapete vermelho por tr�s motivos: primeiro, pelas boas-vindas; segundo, pela dire��o a seguir; e terceiro, por quest�o de seguran�a, pois o tapete indica tamb�m a rota de sa�da, em caso de emerg�ncia. “As interven��es buscaram recuperar e reorganizar o mobili�rio, restaurar pinturas, readequar espa�os... Enfim, valorizar o patrim�nio cultural. Devemos lembrar que o governador continua trabalhando no Pal�cio da Liberdade, em uma �rea que n�o impede a visita��o. Por isso mesmo, neste projeto, temos o apoio do Gabinete Miliar”, destacou Michele Arroyo.

Logo no primeiro piso, o visitante ter� uma surpresa: a sala de cinema “familiar” com 30 cadeiras estofadas, trazendo uma curiosidade de outros tempos: na parte de tr�s de cada assento h� um cinzeiro. Ideia do ex-governador Benedito Valadares (1892-1973), a sala ser� usada para exibi��o de um filme com cinco minutos de dura��o, contando um pouco da hist�ria do pr�dio, explica a presidente do Iepha, que ontem viu o trabalho pela primeira vez.

Ainda no t�rreo, ela mostra orgulhosa um gabinete de trabalho, montado de forma ilustrativa, e a sala dos retratos, com 34 nomes de ex-governadores, desde Ant�nio Olinto dos Santos Pires at� Alberto Pinto Coelho. O atual, Fernando Pimentel, que terminar� o mandato em 31 de dezembro, ser� o pr�ximo a figurar na galeria. Al�m da sinaliza��o, h� folhetos indicativos para cada ambiente. E tem mais: haver� mostra tempor�ria de tr�s pres�pios do Vale do Jequitinhonha, tendo em vista a an�lise do t�tulo que pode declarar a arte em barro como patrim�nio imaterial do estado, no pr�ximo dia 19. 

ORDEM E 
PROGRESSO Ap�s o impacto inicial diante da beleza da escada monumental, chega a hora de subir os degraus e se encantar com as quatro pinturas com as alegorias da Liberdade, da Fraternidade, da Ordem e do Progresso – quem n�o puder ou n�o quiser subir a escada, pode usar o elevador interno. Vale a pena mirar cada detalhe, principalmente os in�meros lustres, alguns deles em opalina com pinturas delicadas. Na sequ�ncia, v�m o Sal�o de Honra e o Sal�o Dourado, com o piso em marchetaria com desenhos geom�tricos, e o lustre em bronze dourado e cristal, a Sala de M�sica, com m�veis dourados no estilo Lu�s XV, o Sal�o do Couro, com poltronas forradas em tom vermelho, e a Sala da Rainha, em tom bem claro, chamada assim por ter sido usada para os ch�s da tarde por ocasi�o da visita dos reis da B�lgica, em 1920. Nesse momento, Michele explica que os dois ambientes se contrap�em, sendo o primeiro eminentemente masculino, inclusive com uma mesa redonda para jogo de cartas, e o outro em uma atmosfera bem feminina. “Mas ambos d�o um clima de aconchego”, resume.

A visita se completa com a Sala de Banquete, perto de uma varanda virada para o jardim interno, a Sala do Almo�o, em menor escala, e o quarto do governador, embora, desde meados do s�culo passado, eles n�o mais morem no pal�cio. Para quem gosta de desfrutar da “intimidade” dos personagens da hist�ria, mesmo que na mem�ria, certamente esse lugar ser� revelador: h� duas penteadeiras em azul e dourado, com arm�rios e cama de casal na mesma cor. O conjunto em estilo Lu�s XVI foi encomendado no Rio de Janeiro para hospedar a fam�lia belga.

O passeio de ontem se encerrou com show dos cisnes negros, que, em um lago ao fundo do Pal�cio da Liberdade, bateram asas e chegaram bem pr�ximo � c�mera do fot�grafo. Da visita, participaram ainda funcion�rios do Circuito Pra�a da Liberdade, Iepha, Equipe B – Arquitetura, Design e Tecnologia e Appa – Arte e Cultura. � bom lembrar que para a estreia de amanh� n�o h� mais ingressos, que s�o sempre gratuitos, retirados pelo site circuitoliberdade.mg.gov.br.

Joias do Pal�cio 

 

Quarto do governador 

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


Localizado na �rea privativa, o c�modo tem um conjunto de m�veis no estilo Lu�s XVI, encomendado no Rio de Janeiro para hospedar a fam�lia real da B�lgica, em 1920. H� duas penteadeiras (a toalete em m�rmore e o toucador), o arm�rio guarda-casacas e as cadeiras estofadas.

 

 

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Varanda

Espa�o que integra o interior e o exterior do pal�cio e simboliza o duplo uso do edif�cio – p�blico e privado. Ganhou tamb�m o nome de Parlat�rio, tal o n�mero de pronunciamentos de governadores em diversos momentos. Tem um p�rtico em dois n�veis, sustentado por arcada com colunas e bala�stres de granito torneado.

 

 

Sal�o de Banquete

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


Apresentando grandes pilastras com pinturas simulando m�rmore, arrematados em capit�is e bases douradas, o espa�o tem como destaque a mesa de madeira com 50 lugares sob a claraboia central. O m�vel � ladeado por quatro pinturas com os temas Spes (pesca/esperan�a), Fortuna (cena de ca�a), Labor (trabalho) e Salve (sauda��o).


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