
Ao fim da noite do dia 31, o conturbado 2018 vai embora entre sentimentos de al�vio, esperan�a, inseguran�a, medo ou tudo isso de uma vez s�. � apenas uma mudan�a no calend�rio para 2019, mas, na maioria das vezes, a chegada de um novo ano desperta a vontade de recome�ar, fazer planos. Algumas prioridades ou desejos v�o mudar ou se perder ao longo do caminho, mas o objetivo � um s�: atravessar os pr�ximos 365 dias da melhor forma poss�vel e com metas poss�veis de serem cumpridas.
Em Belo Horizonte, um grupo de jovens resolveu se unir para planejar o futuro, e a virada do ano se transformou no momento de celebrar uma amizade constru�da ainda na inf�ncia. A estudante de medicina Clarice Moura Costa de Ara�jo, de 25 anos, conta que a tradi��o come�ou em 2007, com objetivos escritos em um guardanapo de lanchonete. As �ltimas j� s�o feitas em iPads. “� superlegal, porque fazemos uma retrospectiva do ano e vemos as mudan�as pelas quais passamos – algumas metas acabam nem fazendo mais sentido ao longo do ano –, o que n�o foi legal e precisa mudar”, afirma. “Algumas vezes nem todas podem estar presentes (interc�mbios, viagens, etc), a� fazemos sess�es de Skype, mas, a reuni�o sempre sai”, comenta. Thais Guedes Yasuda, de 24, lembra que na primeira lista elas dividiram as metas e promessas em categorias.
Ao ler no ano seguinte, viram que tudo havia mudado, como coisas que pareciam fundamentais e, naquele momento, j� n�o tinham tanta import�ncia. “Assim come�ou a ser mais que uma lista, se tornou uma c�psula do tempo na qual vemos as mudan�as de cada uma com o passar dos anos. Somos amigas h� mais de 15 anos, a vida de cada uma tomou um rumo diferente e a lista nos une”, reflete a advogada campe� no cumprimento de metas, segundo a amiga Clarice. “A lista � algo que nos prende, que nos leva para o passado, passa pelo presente e idealiza um futuro. � um momento em que sabemos que vamos nos encontrar fa�a chuva ou fa�a sol, com todas presentes fisicamente ou n�o, para refletir sobre o ano que passou e vibrar com a chegada de um ano novo”, afirma Thais.

As jovens acreditam que ficaram mais organizadas quando passaram a estabelecer objetivos para o novo ano, e dividir isso com outras pessoas gera novas perspectivas. Al�m disso, o processo pode ser um caminho para o autoconhecimento, como explica a biom�dica Ana Luiza Haddad, de 25. “Me faz refletir sobre as coisas que me fazem bem, as coisas que eu gostaria de mudar, os meus objetivos, se eu realmente estou feliz com aquilo que tenho. E se a resposta for negativa, isso me faz pensar no que tenho que correr atr�s para reverter isso”, diz.

APOIO M�TUO Ao longo do ano, as jovens se apoiam para cumprir os objetivos. Clarice diz que j� houve ocasi�es em que elas se basearam nas metas para presentear uma das amigas. J� Thais diz que ouvir as demais a ajuda na autoavalia��o e em aplicar algumas coisas na sua pr�pria vida. No mais, todas aguardam com muita expectativa pela confraterniza��o. “Quando a gente se encontra parece que n�o tem muito tempo que estamos distantes, porque tudo continua igual”, diz completa a engenheira J�lia Benzaquen, 24 anos, que atualmente trabalha na �rea de educa��o. “Sem d�vida o encontro das metas � mais legal porque nos conecta com os nossos sonhos de crian�a e de adolescentes. Sem contar que � um momento de muita sinceridade e transpar�ncia e � incr�vel o quanto a gente fica a vontade em falar o que quiser. � um ambiente muito seguro”, completa.
E o que elas desejam para 2019? Clarice preferiu n�o dar spoilers (a entrevista ocorreu antes do encontro de amigas). J� Thais quer conhecer a �sia para comemorar os 25 anos, visitar mais os av�s e lidar melhor com os desafios de p�s-formada. Bruna espera colher resultados dos movimentos feitos neste ano e que alguns projetos se materializem. A busca pela felicidade sempre est� nas metas de Ana Luiza, que age no sentido de melhorar e correr atr�s dos sonhos e objetivos. E J�lia quer qualidade de vida, com metas relacionadas a leitura, medita��o, alimenta��o e atividades f�sicas.
