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Estado de Minas

Aumentam roubos a banco com funcion�rios ou parentes como ref�ns em Minas

Bandidos prendem fam�lia de vigia para for�ar acesso a cofre de ag�ncia. A��o alerta para volta do 'crime do sapatinho', que teve alta de 29,3% em 2018, ap�s quatro anos de queda


09/01/2019 06:00 - atualizado 09/01/2019 10:55

Agência do Sicoob em Igaratinga, no Centro-Oeste do estado, alvo da ação dos bandidos (foto: PMMG/Divulgação )
Ag�ncia do Sicoob em Igaratinga, no Centro-Oeste do estado, alvo da a��o dos bandidos (foto: PMMG/Divulga��o )

Os momentos de terror vividos por um vigilante do banco Sicoob Ascicred e sua fam�lia, que ficaram mais de 12 horas nas m�os de bandidos na cidade de Igaratinga, no Centro-Oeste do estado, ligam o alerta para uma modalidade de crime que est� em alta em Minas Gerais: a extors�o mediante sequestro. Conhecido popularmente por “crime do sapatinho”, que envolve o sequestro de funcion�rios do sistema financeiro, na maioria das vezes gerentes, e seus parentes com o objetivo de roubar dinheiro de ag�ncias banc�rias, cresceu quase 30% em Minas na compara��o entre 2017 e 2018, mesmo sem os dados de dezembro do ano passado, que ainda n�o foram divulgados. Os n�meros disponibilizados no site da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp) mostram que em 2017 foram 58 casos no estado, contra 75 de janeiro a novembro do ano passado, o que significa alta de 29,3%. O movimento ascendente desse tipo de crime – cometido de forma bem mais silenciosa e discreta que os ataques com explosivos �s ag�ncias banc�rias – vai na dire��o oposta ao observado no per�odo de quatro anos entre 2013 e 2017, quando houve quedas sucessivas e acentuadas das ocorr�ncias (veja gr�fico). No fim da tarde de ontem, a Pol�cia Civil prendeu dois suspeitos em Betim, na Grande BH. Com eles, a corpora��o apreendeu um rev�lver calibre .38, cinco muni��es, R$ 20 mil em dinheiro e objetos roubados em Igaratinga. Eles foram detidos em flagrante e encaminhados ao pres�dio de Par� de Minas, na Regi�o Central.

A �ltima a��o de bandidos que praticam a modalidade do “sapatinho” ocorreu na pequena Igaratinga, de 10,7 mil habitantes, �s margens da BR-262. As informa��es das pol�cias Civil e Militar d�o conta de que um seguran�a da ag�ncia do Sicoob Ascicred foi mantido ref�m por pelo menos quatro criminosos junto com sua mulher, de 61 anos, e seu filho, de 26, ainda na noite de segunda-feira, entre as 20h e as 21h. “Ontem (segunda-feira) � noite tocaram o interfone, simularam que um ve�culo estava com problema e pediram ajuda. Assim que a porta foi aberta, os bandidos entraram e renderam a fam�lia. Logo depois tiraram a esposa e o filho e os levaram para o cativeiro. Outros bandidos ficaram com o seguran�a a noite inteira at� hoje (ontem) de manh�”, contou o delegado regional de Par� de Minas, Thiago Saraiva.

Depois disso, o seguran�a seguiu para a ag�ncia, onde entrou em contato com o gerente, seguindo instru��es dos bandidos. Segundo o delegado, um dos criminosos ligou para o vigia e passou as diretrizes de como deveria ser feita a entrega do dinheiro para garantir a liberta��o da esposa e do filho do funcion�rio. Na ag�ncia, foi feito o saque de uma quantia ainda n�o contabilizada. Os bandidos ainda tentaram um segundo saque, em outra ag�ncia da mesma institui��o, dessa vez do Credi-Rural. A a��o n�o se completou, pois o gerente n�o tinha acesso aos recursos desse outro estabelecimento. Depois de entregar o dinheiro aos bandidos, o funcion�rio sequestrado foi liberado. Os criminosos fugiram no carro dele, um Honda Civic, que foi encontrado em Antunes, distrito de Igaratinga.

Apesar da libera��o do vigilante, a ang�stia ainda era grande, pois at� o fim da manh� permanecia incerto o paradeiro da esposa e do filho do funcion�rio do banco. Por volta do meio-dia, as pol�cias Civil e Militar receberam a informa��o de que os dois foram liberados pr�ximos a um supermercado, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH. “A fam�lia foi levada at� o Batalh�o da PM da cidade. As v�timas foram ouvidas. Mas as �nicas informa��es divulgadas � que foram levadas vendadas para o cativeiro e que n�o sofreram nenhuma les�o f�sica. Elas v�o prestar depoimento para passar as caracter�sticas dos autores”, comentou o delegado Thiago Saraiva.

Imagens de c�meras de seguran�a foram colhidas em Igaratinga. “J� recolhemos as imagens para serem analisadas. Tamb�m estamos trocando informa��es com o Deoesp (Departamento de Opera��es Especiais), que j� tem dados de quadrilhas e o modus operandi delas, para tentar encontrar os suspeitos”, afirmou o delegado. Buscas continuavam sendo feitas para tentar chegar at� os outros criminosos. 

(foto: Arte Em)
(foto: Arte Em)


OUTROS CASOS
O drama vivido pelo funcion�rio da ag�ncia banc�ria e a fam�lia dele se encaixa na modalidade criminosa da extors�o mediante sequestro, que vem crescendo em Minas Gerais. Em 2018, ao menos tr�s casos de repercuss�o foram registrados, todos envolvendo funcion�rios de bancos. Em outubro, a gerente do banco Sicoob teve sua fam�lia sequestrada em Divisa Nova, no Sul de Minas. Um grupo de tr�s homens rendeu os parentes dela em uma casa e ficou amea�ando a v�tima. Enquanto isso, a funcion�ria foi obrigada a sacar uma quantia em dinheiro na ag�ncia. A PM descobriu o crime e montou um cerco na regi�o. A fam�lia da mulher foi liberada. Os criminosos conseguiram fugir.

No mesmo m�s, outro crime semelhante ocorreu na Grande BH. O gerente do Banco do Brasil de Matozinhos sa�a do trabalho quando percebeu que seu carro estava com o pneu furado. Quando se abaixou para conferir, foi abordado e rendido por dois criminosos. De l�, os tr�s foram at� a casa do gerente, onde tamb�m foram mantidos ref�ns sua esposa e dois filhos do casal, de 6 e 12 anos. At� uma empregada da fam�lia acabou rendida quando chegava para trabalhar. Antes que o roubo ocorresse, a pol�cia conseguiu cercar o banco. Ao perceber que a a��o foi frustrada pela presen�a das pol�cias Civil e Militar, o grupo liberou a empregada em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, e a fam�lia na Pra�a S�o Vicente, no Bairro Padre Eust�quio, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte.

Em junho, outro crime do “sapatinho” assustou a popula��o mineira. Uma quadrilha sequestrou o tesoureiro de um banco de Papagaios, na Regi�o Central do estado, e familiares dele. Em seguida, os bandidos roubaram o banco. O funcion�rio da institui��o financeira foi rendido quando chegava em casa de bicicleta. Sob amea�a de rev�lveres e pistolas, foi instru�do a levar os ladr�es at� a ag�ncia do Sicoob. Para manter o controle sobre o gerente, os bandidos prenderam � sua cintura um dispositivo coberto de fita isolante e fios el�tricos ligado a um celular e que foi tratado como sendo uma bomba.

Na manh� do dia seguinte, dois criminosos cobriram as cabe�as de mulher e da filha da v�tima com um cobertor e levaram as duas de carro para um im�vel em Contagem, na Grande BH, amea�ando mat�-las caso o tesoureiro n�o colaborasse ou se o grupo fosse preso. O banc�rio foi levado at� a ag�ncia, onde outros funcion�rios foram rendidos. Parte do grupo fugiu levando uma quantia n�o informada em dinheiro. A filha e a mulher do tesoureiro foram libertadas ap�s 20 horas em poder dos sequestradores.

Explos�o frustrada

Arsenal apreendido ontem pela PM em poder de grupo suspeito de articular assalto a banco(foto: PMMG/Divulgação )
Arsenal apreendido ontem pela PM em poder de grupo suspeito de articular assalto a banco (foto: PMMG/Divulga��o )

Mais cinematogr�fico, outro crime praticado por quadrilhas especializadas, o ataque a bancos com explosivos, est� em queda em Minas Gerais. Segundo dados da Pol�cia Militar, em 2016, foram 237 casos, contra 190 em 2017 e 95 de janeiro a 11 de dezembro de 2018. Mesmo assim, a a��o das quadrilhas ainda tira o sono das cidades do interior de Minas. Para tentar fazer frente a essas organiza��es, as for�as de seguran�a prometem usar a tecnologia para melhorar a presta��o do servi�o e colocar nas ruas ve�culos blindados. Ao menos 40 carros deste tipo devem ser adquiridos em 2019.

Ontem, a a��o de uma quadrilha foi frustrada pela PM. Nove homens foram presos em Leopoldina, na Zona da Mata. Com eles, foram apreendidas 16 armas – entre elas, fuzis e espingardas de alto calibre. Segundo a PM, o grupo foi encontrado em um s�tio localizado �s margens da BR-116. A pol�cia apreendeu ainda 17 aparelhos celulares, tr�s carabinas, um fuzil AR15, duas escopetas calibre .12, duas submetralhadoras, sete pistolas 9mm e um rev�lver calibre .36.

Tamb�m foram encontrados na propriedade 18 carregadores diversos, quase 500 c�psulas de diversos calibres, joias, um bloqueador de celular, um distintivo e quatro camisas com o s�mbolo da Pol�cia Civil, dez cart�es de banco, R$ 1,4 mil em dinheiro e 20 mil guaranis foram encontrados, al�m de uma nota de US$ 1, e cinco ve�culos de proced�ncia duvidosa. Segundo a PM, a inten��o da quadrilha era atacar ag�ncias banc�rias na regi�o.


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