Na voz marcante do jornalista, o poema exprime profunda dor em rela��o aos efeitos da lama para as fam�lias, fauna, flora e rios afetados pelos incidentes de Mariana e Brumadinho. “N�o foi a lama n�o, foi o homem que fez a lama, que jogou Mariana e Brumadinho no ch�o. […] Quem devolver� tudo que levaram de mim?”, declamou. Acompanhe, na �ntegra, o poema declamado pelo jornalista:
Minas n�o tem mar,
Mas fizeram dois mares de lama nas minas.
Cad� minha casa que estava aqui?
Cad� meu boi, meu cavalo?
Cad� meu cachorro?
Cad� meu p� de mam�o?
Meu carrinho de m�o?
Cad� meu p� de lim�o?
Cad� meus livros?
Cad� meu arroz, feij�o?
Cad� meu colch�o?
Cad� meu pai, minha m�e, meus irm�os?
A lama levou....
A lama levou minha vida
Meus sonhos,
Meu porto seguro,
Meu ch�o.
N�o foi a lama n�o,
Foi o homem que fez a lama, que jogou Mariana e Brumadinho no ch�o.
Tingiu de marrom as �guas do meu Rio Doce,
Coloriu de terra meu Paraopeba,
Vai tingir meu Velho Chico.
Vai calar a voz dos passarinhos,
Matar os peixes,
Que ser� de mim?
Quem devolver� tudo que levaram de mim?
(Autor Desconhecido)