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Estado de Minas

Pais e educadores avaliam como garantir seguran�a nas escolas mineiras

Depois de ataque em Suzano, pais e educadores j� pensam em medidas para garantir a vida dentro das escolas mineiras e creem que caminho � ouvir os jovens. Rede estadual tem projetos no combate � viol�ncia


postado em 16/03/2019 06:00 / atualizado em 16/03/2019 11:23

Policiamento nas portas das instituições de ensino é uma das maneiras de se fazer prevenção para evitar algum tipo de problema(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 18/7/14)
Policiamento nas portas das institui��es de ensino � uma das maneiras de se fazer preven��o para evitar algum tipo de problema (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 18/7/14)
Uma preven��o que passa n�o apenas pela seguran�a, mas, sobretudo, pela educa��o. O atentado � Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), acendeu o alerta em institui��es de ensino de Minas Gerais e p�s ainda mais em voga a quest�o de como proteger nossas crian�as e jovens. O ataque a tiros que deixou 10 mortos no col�gio da na Grande S�o Paulo, motivou uma s�rie de epis�dios no ambiente escolar em Minas, nos �ltimos dias, fato j� esperado por profissionais da �rea. Educadores, pais e gestores s�o un�nimes em afirmar que a solu��o deve ser conjunta, constante e deve permear algo fundamental nesse processo: escutar os jovens.

Na rede estadual de ensino mineira, pelo menos tr�s projetos se destacam no trabalho de combate � viol�ncia em ambiente escolar. A conviv�ncia democr�tica nas escolas, al�m da preven��o, � ressaltada a orienta��o aos gestores dos col�gios, por meio da qual s�o abordados os encaminhados a serem tomados em caso de fatos iminentes e, assim, garantir a seguran�a de todos. “A escola sozinha n�o � respons�vel, nem d� conta de tudo. Por isso, a orienta��o � as escolas procurarem parceiros que ficam nas imedia��es e que atuam, antes de qualquer outra situa��o, com a preven��o. Caso das patrulhas escolares”, afirma a superintendente de Modalidades e Tem�ticas Especiais de Ensino, Iara Pires Viana, a Secretaria de Estado de Educa��o (SEE).

A sa�de emocional � outro ponto importante, segundo Iara. “O perfil dos jovens envolvidos no cen�rio de viol�ncia � ser do sexo masculino. Pertencer ao grupo e exercitar a masculinidade os coloca em conflito com eles mesmos”, adverte. “Por causa do ocorrido em Suzano, tenho receio de que, em alguns pontos, os jovens tentem encenar cen�rios como aquele. Numa situa��o assim, o que podemos fazer � tentar se anteceder aos fatos, verificar mudan�as de comportamentos de alunos, a que grupos pertencem e dar o encaminhamento socioemocional”, afirma.

No projeto Justi�a Restaurativa nas Escolas, a jovens que cometem infra��es, � mostrado que eles ainda t�m direito ao sistema educacional, e tanto v�tima quanto r�u devem ser acompanhados. As responsabilidades s�o partilhadas entre todos os segmentos, desde a sa�de at� a seguran�a. J� o projeto de media��o de conflitos no ambiente escolar � uma das linhas do projeto, com o vi�s da preven��o e escuta do adolescente. “Os diretores estavam muito tranquilos nos casos que ocorreram e de como encaminhar os fatos”, conta a superintende.

ESTRAT�GIAS Na rede privada, a seguran�a tamb�m � preocupa��o e medidas preventivas foram intensificadas, motivadas pelos ataques a escolas nos Estados Unidos. Em maio, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) vai repetir semin�rio promovido no fim do ano passado com diretores da rede. Na ocasi�o, um especialista falou sobre �rea de dados, verifica��o e acesso � internet. “Esses ataques nos Estados Unidos levaram o Sinep a pensar em estrat�gias para ajudar na vigil�ncia de maneira mais direta, com um trabalho de conscientiza��o de alunos e fam�lias sobre a internet”, diz a presidente do sindicato, Zuleica Reis �vila.

“O que difere a escola particular � a seguran�a. � um diferencial em que a gente aposta, mas n�o garante. As escolas t�m n�mero de funcion�rios maior nessa �rea e c�meras em todos os locais. As estrat�gias incluem medidas at� mesmo fora dos col�gios. V�rios deles t�m vigias nas esquinas, tentando cercar essa quest�o de todas as maneiras”, diz. Zuleica ressalta a import�ncia da participa��o da fam�lia. “Os jovens de hoje s�o filhos do quarto. Na escola, conseguimos controlar o que acessam. Mas e em casa? � preciso um movimento de toda a sociedade e, principalmente, das fam�lias. Se n�o tomarmos provid�ncia, como ser� daqui 10 anos?”, questiona.

Continuar a tocar no assunto � outro ponto que a presidente do Sinep considera fundamental para evitar novas trag�dias. "Quando as escolas chamam as fam�lias para falar de um assunto desse, quase n�o tem ades�o. Agora, teria, por causa da trag�dia recente. O trabalho com sujeitos sociais � igual escovar dente. � todo dia. Os pais devem, sim, entrar no quarto, verificar, perguntar onde vai, onde est�. Essa � uma forma de prote��o."

SITUA��O GRAVE DE VIOL�NCIA

 

O coordenador da Federa��o das Associa��es, Pais e Alunos das Escolas P�blicas de Minas Gerais e assessor da Associa��o dos Professores P�blicos de Minas, M�rio de Assis, pede socorro. Ele acredita que a situa��o nas escolas � grave. “O governo cria escolas p�blicas, mas n�o cria pol�ticas de qualidade e seguran�a para os nossos filhos. O caso de Suzano n�o ser� o �ltimo, s� aguardamos o pr�ximo epis�dio ocorrer. A situa��o � de risco enorme. Isso porque n�o se trata de uma a��o terrorista. Foi um ato demon�aco institu�do pelo modismo e pela onda de viol�ncia”, disse.

Ele explica que os jogos violentos chamam muito aten��o nos dias de hoje. Ele busca pela responsabiliza��o pelo crime barb�rie da �ltima quarta-feira feira. “Assim como nos perguntamos quem mandou matar Marielle Franco, tamb�m precisamos nos perguntar: quem mandou matar os alunos de Suzano? Precisamos de encontrar os culpados. Esses jovens tiveram acesso � arma. Quem vendeu essa arma?”, questiona.

Ele prop�e algumas a��es que possam coibir ataques como o de Suzano. “Precisamos de ter uma comunidade que apoie a escola. N�o � sobre ter muros, mas sobre ter uma comunidade que protege as pessoas. Al�m do mais, precisamos de criar uma associa��o de pa�s para que possa conviver e participar da vida escolar”, disse.

Ele acredita que se a fam�lia estivesse mais presente nas a��es da escola, esse tipo de situa��o n�o ocorreria. O representante da federa��o tamb�m favor�vel aos detectores de metais nas portas das institui��es. “Lamentamos a necessidade desses equipamentos, mas apoiamos a instala��o. Escola n�o � lugar de ir e vir, escola n�o tem que ser um espa�o democr�tico que uma pessoa pode entrar e sair quando quiser. Escola � para que alunos aprenderem e professores ensinem. Ent�o, essas limita��es se fazem necess�rias”, diz.

E, em resposta ao major Ol�mpio, que disse que trag�dia em Suzano seria evitada se professores estivessem armados, M�rio disse: “N�o precisamos de mais armas, mas de combater a impunidade. Muitos infratores j� s�o reincidentes.”

VIIGIL�NCIA A Secretaria de Estado de Educa��o (SEE) informou ontem que os vigilantes que correm o risco de serem dispensados das escolas estaduais atuam na seguran�a patrimonial, no per�odo noturno, em que n�o h� aulas nas institui��es. A medida pode ser tomada, de acordo com a pasta, por causa da crise financeira do estado. “De qualquer forma, independentemente desta atua��o, a SEE j� conta com a parceria da Pol�cia Militar, que realiza patrulhamento e rondas preventivas nas imedia��es das unidades de ensino da rede estadual, para refor�ar a seguran�a de estudantes e servidores”, diz a nota.


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