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Estado de Minas

Mais doentes e menos m�dicos: o avan�o da dengue e as baixas nas equipes de sa�de

Epidemia atinge um quarto dos munic�pios mineiros. S�o 220 cidades com incid�ncia alta ou muito alta da doen�a, quadro agravado pela crise financeira e baixas nas equipes de sa�de


postado em 19/04/2019 06:00 / atualizado em 24/04/2019 19:48


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Mais dengue, menos m�dicos e risco de sobra. A epidemia da doen�a, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, se alastra rapidamente por Minas Gerais e j� atinge 25,7% das cidades mineiras.

No acumulado do ano, s�o 220 munic�pios com incid�ncia acima de 300 casos prov�veis da virose para cada grupo de 100 mil habitantes, incluindo Belo Horizonte, o que, pelos crit�rios adotados pela Secretaria Estadual de Sa�de (SES/MG), j� caracteriza epidemia.

O quadro fica ainda mais grave devido � falta de m�dicos dispon�veis para atender a popula��o doente.

Entre as justificativas para essa escassez de m�dicos est� a crise fiscal do estado e seus impactos nos repasses �s prefeituras e a sa�da dos profissionais cubanos do Programa Mais M�dicos no fim do ano passado, que p�s em xeque especialmente o atendimento em pequenas cidades.

A capital mineira n�o escapou das dificuldades de contratar. A prefeitura fez um chamamento p�blico para contratar 200 profissionais de sa�de, sendo 87 m�dicos, mas at� ontem apenas 35% das vagas haviam sido preenchidas.

Pacientes lotam UPA de Belo Horizonte: capital tenta contratar médicos para ampliar atendimento, mas ainda está com vagas abertas(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Pacientes lotam UPA de Belo Horizonte: capital tenta contratar m�dicos para ampliar atendimento, mas ainda est� com vagas abertas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Para piorar, n�o falta lixo para facilitar o ac�mulo de �gua e a prolifera��o do mosquito transmissor, expondo a popula��o ao risco, como situa��o flagrada pelo Estado de Minas em uma bacia de reten��o de BH que virou “lix�o”.

Boletim epidemiol�gico divulgado pela SES esta semana registra 121.699 casos prov�veis de dengue – suspeitos e confirmados – desde o in�cio do ano no estado, n�mero j� superior ao registado na epidemia de 2010.

Houve 14 mortes provocadas pela doen�a, seis das quais em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), duas em Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro e o mesmo n�mero em Una�, no Noroeste de Minas.

Registraram uma morte cada um os munic�pios de Arcos, na Regi�o Centro-Oeste, Paracatu, Regi�o Noroeste, Frutal, no Tri�ngulo, e Ibirit�, na Grande BH.

Entre os 220 munic�pios com �ndices epid�micos da doen�a no acumulado do ano, 175 registram incid�ncia  muito alta de dengue, por superar 500 casos prov�veis por mil habitantes. O indicador chega a 6.708,24 em Felixl�ndia, na Regi�o Central, que encabe�a a lista da epidemia (confira quadro com os 10 maiores �ndices).

Devido ao quadro – que ainda pode se agravar j� que historicamente abril � o m�s mais cr�tico –, a Secretaria de Estado de Sa�de est� elaborando um decreto de emerg�ncia, a ser publicado nos pr�ximos dias.

De acordo com o �rg�o, o objetivo � “facilitar e viabilizar as a��es e procedimentos de assist�ncia � sa�de das pessoas com dengue”, permitindo a aquisi��o de insumos e medicamentos e a contrata��o de profissionais “com mais facilidade e celeridade”.

A SES informou ainda que vai destinar R$ 4,180 milh�es a 93 munic�pios com alta incid�ncia de dengue, recurso que poder� ser usado para refor�o de despesas com pessoal. Est� prevista ainda a publica��o de outra resolu��o, que contemplar� 46 munic�pios, no montante de R$ 1,8 milh�o.

ACELERA��O
A capital mineira est� na lista das cidades onde a incid�ncia da dengue � muito alta, com �ndice de 634,28 por 100 mil habitantes. Em apenas uma semana, quase mil novas notifica��es foram confirmadas.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Sa�de, o n�mero chegou a 4.185 na quarta-feira, contra os 3.217 registrados at� sete dias antes. Outras 14.271 notifica��es est�o pendentes de resultados, enquanto 4.144 foram investigadas e descartadas.

Para tentar atender a popula��o doente e desafogar a demanda nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ampliou o funcionamento dos centros de sa�de. Amanh�, estar�o abertos, das 8h �s 17h, os centros de sa�de S�o Paulo (Regi�o Nordeste), Santa Terezinha (Pampulha), Tirol (Barreiro) e Andradas (Venda Nova) para atendimento exclusivo a pacientes com sintomas da dengue.

Outra medida tomada pela prefeitura foi abrir um chamamento p�blico, na �ltima semana, para a contrata��o de m�dicos e outros profissionais da sa�de para refor�ar o atendimento. Por�m, nem todas as vagas foram preenchidas. “Do dia 11 ao dia 17, a Secretaria Municipal de Sa�de contratou 70 profissionais de sa�de, sendo 37 m�dicos. H� ainda 68 vagas em aberto para m�dicos e 87 para outras categorias que atuam na �rea da sa�de”, informou o �rg�o.

Instabilidade e caos


Se a capital mineira tem que se virar aos trancos e barrancos para enfrentar a dengue, nas cidades menores o drama se aprofunda. Na lista da epidemia, com incid�ncia de dengue de 931,61 por 100 mil habitantes, Jaboticatubas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a cidade tem hoje apenas um m�dico.

Antes da sa�da dos cubanos do Programa Mais M�dicos, no fim do ano passado, eram quatro profissionais. De acordo com o secret�rio de Sa�de local, Arlen de Ara�jo Marques, as quatro equipes conseguiam atender cerca de 70% de todo o munic�pio de 19.858 habitantes.

Dois cubanos sa�ram, foram repostos rapidamente, mas os profissionais que os sucederam terminaram saindo para fazer resid�ncia m�dica. Nesta semana, o contrato de uma m�dica venceu e ela deixou a cidade. Restou apenas um profissional da �rea, o que reduziu o atendimento para 20% da demanda, sem previs�o de contrata��es.

Os 185 casos prov�veis de dengue registrados na cidade foram suficientes para provocar um verdadeiro caos. “As unidades est�o superlotadas, pacientes aguardando muito tempo o atendimento”, informou o secret�rio.

“O Minist�rio (da Sa�de) olha o IDH (�ndice de Desenvolvimento Humano) e a proximidade do munic�pio com faculdades de medicina. Para eles, os munic�pios pr�ximos de faculdade t�m facilidade de atrair m�dicos. Mas  nosso problema � financeiro, s�o profissionais caros. Tirando esses profissionais (do Mais M�dicos), munic�pios pequenos como o nosso n�o t�m a menor condi��o de contratar”, afirmou.

Bem maiores, Contagem e Sete Lagoas, ambas na Regi�o Central, tamb�m sofrem com a epidemia e a falta de m�dicos. Na primeira, onde a incid�ncia de dengue chega a 1.200,48, est�o abertas 23 vagas para m�dicos desde janeiro, com sal�rios que v�o de R$ 5,3 mil a R$ 13 mil.

Em novembro, o munic�pio contava com 12 profissionais cubanos, que deixaram o programa. Al�m disso, de acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, a rede sofreu outro baque: alguns profissionais contratados pela prefeitura acabaram optando por aderir � nova etapa do Programa Mais M�dicos em outras cidades, j� que as vantagens oferecidas pelo governo federal eram superiores �s da administra��o municipal.

“O munic�pio vai assumir mais esse gasto, na expectativa de que o Minist�rio da Sa�de fa�a a substitui��o total dos m�dicos no programa”, afirma o secret�rio municipal de Sa�de, Cleber de Faria Silva.

Em Ribeir�o das Neves, 17 vagas de m�dicos est�o incompletas no quadro da aten��o prim�ria. A sa�da foi delegar o acompanhamento a enfermeiros e somente no caso de agravamento do quadro os pacientes s�o levados �s 38 unidades que contam com m�dicos, explicou a Secretaria de Sa�de local.

Ainda segundo a pasta, foi aberto um processo de contrata��o de 10 m�dicos pela prefeitura. Os outros sete devem vir do Programa Mais M�dicos, que, como Jaboticatubas, chegou a preencher vagas deixadas por cubanos, mas os profissionais contratados as deixaram em aberto rapidamente.

At� segunda-feira, a cidade tinha registrado 2.599 casos de suspeita de dengue. A incid�ncia no munic�pio � de 785,09 casos por 100 mil habitantes, ou seja, muito alta.

OUTRO LADO
Um novo programa est� sendo elaborado para ampliar os servi�os de aten��o b�sica � sa�de e deve ser lan�ado dentro de algumas semanas, informou o Minist�rio da Sa�de.

Por meio de nota, a pasta disse que renova��o do quadro de  profissionais por meio do Mais M�dicos vem sendo mantida “apenas em cidades mais vulner�veis, em geral pequenas, al�m dos distritos sanit�rios ind�genas” e “est�o previstos editais de chamamento neste m�s para preenchimento das vagas desocupadas nessas localidades”.

Ainda segundo a pasta, uma portaria publicada no in�cio do m�s estendeu para seis meses o prazo de pagamento da verba de custeio repassada �s unidades b�sicas de sa�de que perdem profissionais do Mais M�dicos. Antes, o repasse era cortado caso o posto ficasse sem m�dico por mais de dois meses.

*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Rachel Botelho


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