postado em 31/05/2019 19:53 / atualizado em 31/05/2019 19:58
Maioria dos casos de dengue ocorrem no meio urbano (foto: Zac Declerck/Flickr)
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que as mulheres foram mais as atingidas pelo v�rus da dengue nos �ltimos anos. Durante o per�odo analisado, o estado registrou cerca de cem casos a mais em mulheres do que em homens. O levantamento leva em considera��o os dados do Sistema de Informa��o de Agravos de Notifica��o (Sinan) de 2010 a 2016.
De acordo com a m�dica Farley Liliana Romero Vega - que apresentou o estudo como tese de doutorado no programa de p�s-gradua��o em Ci�ncias da Sa�de de Infectologia Tropical - as mulheres est�o mais suscet�veis ao v�rus, j� que permanecem mais tempo dentro de casa. O mosquito Aedes aegypti tem caracter�stica domiciliar.
Todo o estudo � baseado em compara��es entre dados mineiros e colombianos, nacionalidade da pesquisadora. Minas Gerais e Col�mbia apresentam em comum o per�odo de epidemia da doen�a, que ocorre a cada tr�s anos, com picos nos tr�s primeiros meses.
Na col�mbia � diferente…
Conforme dados do Sistema Nacional de Vigil�ncia em Sa�de P�blica (Siviglia), os homens do pa�s vizinho s�o os que apresentam a maior taxa de mortalidade envolvendo doen�as relacionadas � dengue. O �ndice estaria associado � demora dos infectados em iniciar o tratamento adequado dos casos, que acabam evoluindo para outras complica��es.
Farley Liliana Vega � a autora da pesquisa (foto: Carol Morena / Faculdade de Medicina)
“Em Minas Gerais, houve mais casos do subtipo 1 e 4; na Col�mbia, os casos mais letais foram pelos sorotipos 2 e 1, no per�odo de estudo. Ainda nos achados da pesquisa, foi observado que essa diferen�a tamb�m est� relacionada � resposta imunol�gica da popula��o frente �s novas infec��es e � falta de registros da doen�a por n�o terem sido diagnosticadas corretamente”, explica a m�dica.
Fator urbano
Em Minas Gerais, 88,6% dos casos graves de dengue ocorreram no meio urbano. De acordo com a pesquisadora Liliana Vega, os surtos est�o associados ao fato de o v�rus se manter na natureza mesmo nos intervalos entre as epidemias, com possibilidade de circula��o conjunta dos quatro sorotipos da doen�a.
Ainda de acordo com a pesquisadora, outros fatores presentes nos dois territ�rios s�o a exist�ncia cont�nua do vetor transmissor, que se adapta rapidamente �s �reas urbanas, as coinfec��es de dif�cil diagn�stico e a baixa imunidade da popula��o.
(Com informa��es da Universidade Federal de Minas Gerais)
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a