
Dados do Departamento Estadual de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran/MG) indicam que o perigo representado pela trag�dia envolvendo um caminh�o de transporte de ca�ambas, que terminou com a morte da psic�loga Ivanilda Jos� Bas�lio Felisberto, de 58 anos, prensada em seu carro na Rua Professor An�bal de Mattos, no Santo Ant�nio, Regi�o Centro-Sul de BH, � mais comum do que parece. Quando se juntam os registros de infra��es feitos pelos tr�s radares que monitoram 24 horas por dia o tr�fego pesado nas avenidas do Contorno e Nossa Senhora do Carmo, dois dos principais corredores da cidade, e na Rua Haiti, no Bairro Sion (Regi�o Centro-Sul), e as autua��es feitas pela Pol�cia Militar e Guarda Municipal, j� s�o 1.236 multas no primeiro semestre de 2019. A m�dia � de um caminh�o flagrado em �rea proibida a cada quatro horas na cidade.
Os n�meros deste primeiro semestre s�o bem maiores do que os anos anteriores completos, mas a situa��o pode ser explicada pelo fato de os dois radares das avenidas do Contorno e Nossa Senhora do Carmo e o da Rua Haiti terem ficado desligados por quase dois anos, o que torna a compara��o entre per�odos passados prejudicada. A BHTrans n�o comenta o motivo da inatividade desses equipamentos por t�o longo tempo. A empresa alega que os dados exclusivos dos fiscais eletr�nicos n�o est�o dispon�veis porque o �rg�o considera os registros somente depois que eles efetivamente se tornam multas.
Os n�meros deste primeiro semestre s�o bem maiores do que os anos anteriores completos, mas a situa��o pode ser explicada pelo fato de os dois radares das avenidas do Contorno e Nossa Senhora do Carmo e o da Rua Haiti terem ficado desligados por quase dois anos, o que torna a compara��o entre per�odos passados prejudicada. A BHTrans n�o comenta o motivo da inatividade desses equipamentos por t�o longo tempo. A empresa alega que os dados exclusivos dos fiscais eletr�nicos n�o est�o dispon�veis porque o �rg�o considera os registros somente depois que eles efetivamente se tornam multas.
Por�m, a pr�pria disparada de autua��es em per�odos em que a fiscaliza��o eletr�nica est� funcionando demonstra que a esmagadora maioria das puni��es ocorre por meio dos radares, que monitoram 24 horas as poucas vias em que est�o instalados (veja arte). Refor�am essa percep��o os n�meros da Guarda Municipal divulgados ontem pelo Estado de Minas: de janeiro a julho deste ano, apenas 25 flagrantes de caminh�es em �rea proibida foram registrados pelos agentes na capital, ou m�dia de apenas 3,5 a cada m�s. O racioc�nio ajuda a explicar tamb�m den�ncias de moradores de vias onde o tr�fego pesado, mesmo que proibido, � comum, como a via do Bairro Santo Ant�nio onde ocorreu a trag�dia anteontem. Ou seja, quando a fiscaliza��o depende da presen�a de guardas ou policiais militares fora dos maiores corredores de tr�nsito, o controle do tr�fego pesado em �reas proibidas deixa a desejar.
Belo Horizonte tem hoje diversas vias com restri��es para tr�nsito de caminh�es. As proibi��es incluem trechos de corredores com grande fluxo de ve�culos, como as avenidas Ant�nio Carlos, Pedro II, Andradas, Amazonas, Raja Gabaglia, Afonso Pena e Tereza Cristina, al�m da Contorno e da Nossa Senhora do Carmo. Contudo, entre essas h� fiscaliza��o apenas nas duas �ltimas, o que torna os n�meros de multas aplicadas ainda mais longe da quantidade de infra��es realmente cometidas. No ano passado, por exemplo, apenas 820 autua��es foram computadas – e dessas, 653 apenas em dezembro, quando os radares foram religados, segundo a BHTrans. Em 2017, foram 169 e 363 em 2016.
A neglig�ncia dos motoristas � o que mais chama a aten��o. Em depoimento � pol�cia, o caminhoneiro Ricardo Maciel Pereira, de 57, que dirigia o ve�culo que arrastou dois carros na segunda-feira, disse que n�o viu a placa que pro�be o tr�fego de caminh�es na Rua Professor An�bal de Mattos. A defesa dele tamb�m sustenta que o ve�culo de carga havia passado por uma vistoria na semana passada, o que excluiria a possibilidade, segundo os advogados, de o caminh�o ter perdido os freios. Ricardo tem 25 anos de experi�ncia na profiss�o e trabalhava ao lado do irm�o quando o acidente aconteceu.
Na edi��o de ontem, moradores da rua do Bairro Santo Ant�nio refor�aram ao Estado de Minas o fato de que o desastre de segunda-feira era uma quest�o de tempo, ao denunciar que o fluxo de caminh�es no local � di�rio e intenso, apesar da proibi��o exposta em v�rias placas. H� registro inclusive de outro ve�culo de carga que desceu a via desgovernado no fim da d�cada de 1980, parando em um lote que na �poca estava vago, mas onde atualmente h� um pr�dio.
Exce��es
Ainda que muitas vias de acesso ao Centro de Belo Horizonte tenham restri��es ao tr�fego pesado, h� casos em que a legisla��o permite o tr�nsito de caminh�es em vias �ngremes. Mas, para isso, o motorista precisa portar a Autoriza��o Especial de Tr�nsito (AET). Trata-se de um documento expedido por �rg�os p�blicos do estado ou de munic�pios, para permitir circula��o de ve�culos ou combina��es de ve�culos usados no transporte de carga que n�o se enquadrem nos limites de peso e dimens�es estabelecidos pelo Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran). O documento pode ser solicitado pela empresa, pela pessoa f�sica ou por um despachante e a concess�o est� condicionada a locais e hor�rios em que a opera��o pode ocorrer.
