
Dois templos cat�licos do interior – uma capela do s�culo 18 e uma igreja do 19 – s�o restauradas, via parcerias, para valorizar o patrim�nio cultural e espiritual dos mineiros. Em Jaboticatubas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a Igreja Nossa Senhora do Ros�rio, cuja b�n��o oficial ocorreu em 1889, foi reinaugurada com celebra��es, missas e cortejos que ressaltaram a beleza das tradi��es. No fim de semana houve festejos em louvor a Nossa Senhora da Piedade, S�o Sebasti�o e Santo Ant�nio, fechando a temporada de setembro, que teve como ponto alto a festa em honra da padroeira e do Divino Esp�rito Santo.
A celebra��o em homenagem � padroeira atraiu muitos visitantes. Eram 8h de s�bado, dia 7, quando centenas de pessoas sa�ram em prociss�o da casa do festeiro-presidente, Luiz Filipe Melo, que, na companhia da av�, Vicentina, a dona Quinha, de 90 anos, percorreu as ruas de Jaboticatubas em uma charrete. As alas eram formadas por pessoas representando a cultura africana e tamb�m passagens b�blicas, a exemplo dos 12 ap�stolos. “Fiz uma promessa, ao passar no vestibular de matem�tica, de que seria presidente logo depois da formatura. E, assim, estou aqui hoje, com a minha av�, muito feliz”, afirmou o professor Luiz Filipe.

Constru�da a partir de 1880 e conclu�da seis anos depois, a Igreja Nossa Senhora do Ros�rio est� vinculada � Par�quia Nossa Senhora da Concei��o, que tem � frente o padre Diovane Morele. Durante as missas e prociss�es, o sacerdote falou sobre as tradi��es centen�rias do munic�pio e a import�ncia de preserv�-las. A par�quia est� vinculada � Diocese de Sete Lagoas.
Alian�a
J� no distrito de Cachoeira do Campo, um dos mais antigos de Ouro Preto, na Regi�o Central, a prefeitura firmou parceria com a empresa Urbaville Urbanismo para restauro da fachada da Capela Nossa Senhora do Bom Despacho, localizada na Pra�a Benedito Xavier. Para o secret�rio municipal de Cultura e Patrim�nio, Zaqueu Astoni Moreira, “a iniciativa demonstra a comunh�o de esfor�os entre o poder p�blico, a iniciativa privada e a Par�quia de Nossa Senhora de Nazar� para reforma do telhado do templo”. “Todos se uniram pela preserva��o de um bem hist�rico e cultural de grande import�ncia”, lembrou.
Zaqueu disse ainda que a prefeitura se encarregou de apresentar os projetos e acompanhar os trabalhos, esperando que outras a��es de preserva��o e conserva��o ocorram seguindo os mesmos “moldes de alian�a”. Para a advogada Ju�ara Fagundes, a��es dessa natureza s�o de grande relev�ncia, pois mant�m a integridade do patrim�nio e motivam a comunidade.

De acordo com o professor de hist�ria da arte Alex Bohrer, autor do livro Ouro Preto – Igrejas e Capelas, o templo tem “uma hist�ria envolta em lendas e em parte obscura”. Segundo ele, n�o foram at� hoje encontradas datas referentes � edifica��o, embora o historiador Augusto de Lima J�nior acreditasse tratar-se do local da sagra��o de Manuel Nunes Viana como primeiro governador de Minas, durante a Guerra dos Emboabas, em 1708. “Argumentava Augusto de Lima que a Capela do Bom Despacho servia, naquela �poca, como matriz, enquanto a rica Igreja de Nazar� estava sendo constru�da na parte alta de Cachoeira”.
“D�o acesso � capela uma velha escadaria de pedra e uma larga porta encimada por duas sacadas com lindo gradil de ferro batido. O frontisp�cio � alto, por�m, simples, t�pico das capelas do g�nero, com uma cruz de ferro sobre o crescente. Em uma das laterais, h� a sacristia com telhado de duas �guas que, pelo estilo, � uma amplia��o do final do s�culo 19 ou in�cio do s�culo 20, o que faz supor que a capela sofreu uma grande restaura��o ou reconstru��o”, diz descri��o que consta na obra do professor.