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Estado de Minas

Mineiro recuperado de c�ncer terminal volta para casa e vai come�ar fisioterapia

Paciente que superou linfoma em est�gio avan�ado com t�cnica inovadora teve alta e agora ter� de ganhar peso e se dedicar a exerc�cios


postado em 15/10/2019 06:00 / atualizado em 15/10/2019 08:48

Vamberto nos últimos dias de internação: alta após cerca de um mês (foto: Hugo Caldato/Hemocentro RP/Divulgação)
Vamberto nos �ltimos dias de interna��o: alta ap�s cerca de um m�s (foto: Hugo Caldato/Hemocentro RP/Divulga��o)


Imagens de exames feitos pela equipe de m�dicos que atendeu o aposentado Vamberto Luiz de Castro, de 63 anos, internado com c�ncer em estado terminal no Hospital das Cl�nicas de Ribeir�o Preto (SP), ligado � Universidade de S�o Paulo (USP), mostram a evolu��o do tratamento. H� um m�s, o corpo do mineiro estava tomado por tumores. Depois da aplica��o da terapia inovadora que usa c�lulas do sistema imunol�gico (c�lulas T) retiradas do pr�prio paciente e geneticamente modificadas, novos exames mostraram que a maioria das c�lulas cancer�genas desapareceu, assim como os n�dulos e as dores do paciente. A equipe m�dica confirmou ontem que Vamberto deixou o hospital no fim de semana e voltou para casa.

O procedimento experimental foi empregado por m�dicos e pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto da Universidade de S�o Paulo (FMRP/USP) em setembro, e resultou na remiss�o da doen�a. Como perdeu bastante peso e ficou deitado por muitos dias, a partir de agora Vamberto ter� que fazer a recupera��o do peso e exerc�cios de fisioterapia para que sua mobilidade volte ao normal, explicam os especialistas. “Ainda � cedo para dizer que ele est� curado, mas ele n�o apresenta mais sinais da doen�a e era um paciente que j� estava em cuidados paliativos”, disse o m�dico Renato Cunha, um dos m�dicos respons�veis pela terapia.

No caso do aposentado, o c�ncer afetava o sistema imunol�gico, j� havia se espelhado e o levou a um progn�stico de apenas um ano de vida. Mas, de acordo com a equipe m�dica, em menos de 20 dias ap�s o in�cio do tratamento, ele – que precisava de morfina e tinha n�dulos por todo o corpo – j� n�o apresentava mais sintomas da doen�a. “Os g�nglios no pesco�o desapareceram, ele parou de tomar morfina para dor, ganhou tr�s quilos, voltou a andar”, conta Renato Cunha.

Exames de imagem mostram paciente quando chegou ao hospital e regressão da doença depois da terapia (foto: Fantástico/Reprodução)
Exames de imagem mostram paciente quando chegou ao hospital e regress�o da doen�a depois da terapia (foto: Fant�stico/Reprodu��o)


O tratamento bem-sucedido foi realizado no �mbito do Sistema �nico de Sa�de (SUS), a partir de uma pesquisa que est� sendo realizada na universidade, com financiamento da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Essa terapia, por�m, ainda � considerada experimental. A expectativa, agora, � de que a terapia seja testada em pelo menos outros 10 pacientes e, no futuro, esteja dispon�vel gratuitamente no Sistema �nico de Sa�de (SUS). Mas s�o necess�rios mais investimentos para que seja ampliada a estrutura dispon�vel para a pesquisa.

Tecnologia nacional 


O paciente, diagnosticado em 2017 e sem sucesso nas diversas quimioterapias desde ent�o, foi beneficiado pelo chamado uso compassivo, “quando j� n�o h� nenhuma op��o e, portanto, � poss�vel tratar o doente com m�todos experimentais”, esclareceu Cunha. A equipe da USP, composta por 20 pesquisadores, desenvolve o m�todo nacional de produ��o das chamadas c�lulas CAR T h� quatro anos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Segundo os especialistas, a CART-Cell � uma forma de terapia gen�tica j� empregada nos Estados Unidos, Europa, China e Jap�o, indicada para combater linfomas e leucemia linfoide aguda. A t�cnica, ainda recente, est� em fase de pesquisas e � ainda pouco acess�vel no Brasil. Nos EUA, os tratamentos comerciais j� receberam aprova��o, mas podem custar mais de US$ 400 mil. De acordo com os m�dicos que desenvolveram a metodologia nacional, o custo foi de apenas R$ 150 mil.

Vamberto foi o primeiro paciente a ser tratado na Am�rica Latina a partir da inovadora t�cnica que usa c�lulas T do sistema imunol�gico retiradas do pr�prio paciente e geneticamente modificadas. Na maioria das vezes, basta uma �nica dose. O m�todo consiste em us�-las ap�s manipula��o em laborat�rio que permite que possam identificar e passar a combater as c�lulas causadoras do c�ncer. Uma vez modificadas e injetadas novamente no paciente, elas se reproduzem aos milh�es e atacam as c�lulas cancer�genas.


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