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Estado de Minas

Em risco, motoristas de aplicativos criam c�digos para aumentar a seguran�a

Sequestro de condutor e sumi�o de outro exp�em perigos da atividade e deixam categoria em alerta em Minas. Pol�cia faz recomenda��es tamb�m aos usu�rios


postado em 07/01/2020 06:00 / atualizado em 07/01/2020 07:37

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)


Depois de um motorista de aplicativo, de 34 anos, permanecer por cerca de 24 horas em cativeiro ap�s aceitar uma corrida, profissionais da categoria se mostram apreensivos com os repetidos casos de assalto e roubo dentro do carro. No caso de ontem, o homem conseguiu fugir e levou a pol�cia a prender tr�s suspeitos em Esmeraldas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Na capital, familiares e amigos est�o � procura do motorista de Uber Luiz Ant�nio da Silva Rodrigues, de 25 anos, desaparecido desde sexta-feira. Os casos acendem um alerta e a Pol�cia Militar (PM) d� dicas de seguran�a para motoristas e passageiros. Por sua vez, a categoria se une e cria c�digos por meio de grupos de WhatApp para tentar se manter mais segura.

O caso mais recente ocorreu na madrugada de ontem. Segundo o tenente Fagner Costa Messias, do 18º Batalh�o de Contagem, na noite de domingo o rapaz procurou uma companhia da PM pedindo ajuda. Ele contou que � de Governador Valadares e pegou dois passageiros na noite de s�bado, que haviam solicitado uma corrida. No meio do caminho, eles anunciaram o assalto. O motorista foi colocado no banco do carona, com um dos criminosos sentado atr�s dele segurando uma arma, enquanto o outro assumiu a dire��o.

Eles dirigiram at� Esmeraldas, a mais de 300 quil�metros de Governador Valadares, onde encontraram um comparsa. “Ele estava em uma regi�o de mata onde tinha uma lagoa e o pessoal estava o tempo todo o vigiando. Estava sentado de cabe�a baixa. J� bem � noite (no domingo), por volta das 19h ou 20h, ele percebeu certa fragilidade na seguran�a que faziam sobre ele. Da� se encorajou e evadiu do local em que se encontrava, correu em dire��o a uma rodovia, buscou informa��es e conseguiu chegar a uma base de apoio”, detalhou o tenente Fagner. Durante as dilig�ncias, os policiais descobriram que o carro do motorista, um Gol G5, havia sido apreendido horas antes em uma opera��o. No momento da abordagem, os ocupantes disseram que o carro pertencia a um parente. Como a documenta��o estava atrasada e o condutor n�o tinha carteira, o carro foi recolhido.

A partir da�, os policiais localizaram a casa de um dos suspeitos de assalto, onde foram informados de que eles haviam acabado de embarcar em um outro carro de aplicativo. “N�s conseguimos o telefone desse motorista e eu fiz uma liga��o pra ele”. O tenente disse ao condutor que os passageiros eram criminosos e que poderiam assalt�-lo, mas que mantivesse a calma porque eles seriam abordados a qualquer momento. Segundo ele, ap�s a liga��o o trio ficou desconfiado e pediu para o motorista mudar o trajeto v�rias vezes, mas o carro acabou abordado em uma opera��o de cerco e bloqueio no Bairro Floresta Encantada.

Bruno Silva Costa, de 32, roda como motorista de aplicativo h� dois anos. Ele, que trabalhava como operador log�stico, usa o App como a principal fonte de renda, diz nunca ter sido alvo de assalto, mas se sente muito vulner�vel. “Sinto medo da viol�ncia. Tenho medo ser assaltado. J� ouvi v�rias hist�rias, me sinto vulner�vel demais. Isso porque carregamos todo tipo de pessoas”, disse. Ele conta que adota muitas medidas de auto-seguran�a. “Procuro olhar a nota dos passageiros (no aplicativo) e o local onde estou. E, se for a noite, n�o pego qualquer pessoa. Prefiro rodar durante o dia. Caso tenha d�vidas, uso do meu sexto sentido me dizendo para n�o pegar ou n�o a corrida”, acrescentou. Por isso, ele frisa a import�ncia da avalia��o ap�s os fins da corrida. “� assim que filtramos os passageiros. Muito importante a quest�o da avalia��o. Tem muito motorista ruim, mas tamb�m tem muitos passageiros ruins”, disse.

INSEGURAN�A O representante do Sindicato dos Motoristas de Aplicativos Mateus Rocha disse que ainda � muito pouco o que os aplicativos fazem pela seguran�a da categoria e que muitos se sentem vulner�veis. “N�o temos dados concretos, pois o sindicato n�o tem acesso a esses dados junto � Secretaria de Seguran�a P�blica. Em compensa��o, o sentimento de aumento de assaltos � n�tido, visto a repercuss�o que observamos nos apelos e, principalmente, nas redes sociais. O WhatsApp � uma ferramenta importante para a categoria e todos os dias temos not�cias de roubos e assaltos”, informou.

Mateus conta que os pr�prios motoristas se organizam para “cuidar um dos outros”. “Eles se vigiam. Eu mesmo tenho grupo para troca de informa��es e de rastreamento em tempo real. Temos acesso aos dados do colega, como nome completo e placa do ve�culo. Dessa forma, em alguma situa��o suspeita, enviamos c�digo via WhatAapp. Nos criamos nosso pr�prio c�digo de comunica��o”, contou. Em seguida, eles chamam a pol�cia ou v�o para o local onde est� o suspeito. “� dif�cil chamar a pol�cia, pois estamos sempre em movimento. N�o tem um endere�o fixo”, acrescentou.

Ele acredita que ainda s�o necess�rios investimentos significativos por parte dos aplicativos para melhorar na tecnologia para confer�ncia de dados dos passageiros, como reconhecimento facial ou biometria, al�m de uma comunica��o mais eficiente com as for�as de seguran�a p�blica. “O estado tamb�m deve investir em tecnologias de seguran�a. Os aplicativos n�o investem porque dessa forma n�s acabar�amos ficando "caros" para as empresas e o estado n�o investe simplesmente porque n�o tem dinheiro, � fato p�blico”, acrescentou.

O Estado de Minas tentou levantar estat�sticas de crimes relacionados a motoristas de aplicativo, mas isso n�o foi poss�vel nem atrav�s da Pol�cia Civil de Minas Gerais ou pela Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp). “A Pol�cia Militar, por interm�dio do Comando de Policiamento da Capital, esclarece que faz an�lise e controle dos crimes que ocorrem na cidade, inclusive os relativos a motoristas de aplicativo”, informou a corpora��o. A pol�cia recomenda que em caso de qualquer suspei��o, busque aux�lio. “E se infelizmente houver de fato o crime, n�o reaja. Mantenha a calma e n�o fa�a movimentos bruscos, a vida � o bem mais precioso”, acrescentou.

Desaparecido


Familiares e amigos continuam � procura do motorista de Uber Luiz Ant�nio da Silva Rodrigues, de 25, desaparecido desde sexta-feira, em Belo Horizonte. Ele saiu de casa para trabalhar e n�o voltou mais. O �ltimo contato que ele fez com a namorada foi na manh� de s�bado. O jovem dirigia um Gol branco, placa PZN-1817.

Segundo o pai, o m�sico Fernando Rodrigues, Luiz rodava no turno da noite. No dia do sumi�o, ele falou com o filho por volta das 22h. "Liguei pra ele na sexta, depois daquela chuva forte para ver se estava tudo bem. Ele disse que sim e que trabalharia a noite toda", contou Fernando. A fam�lia come�ou a estranhar o sumi�o do jovem no in�cio da noite de s�bado. "�s vezes ele dormia na casa de amigos ou da namorada. Por isso, no s�bado durante o dia pensamos que ele estivesse dormindo. Achamos estranho quando deu 18h e ele n�o atendia. Depois, o Whatsapp dele foi bloqueado", relatou o pai.

Da� em diante, o pai e outros familiares come�aram a ligar para amigos, namorada e pessoas pr�ximas do rapaz na tentativa de obter informa��es de seu paradeiro. "A namorada dele disse que a �ltima vez que falaram foi no s�bado, por volta de 6h da manh�. Ele relatou que tinha rodado a noite toda, estava muito cansado e dormiria. Disse tamb�m que desligaria o celular", contou Fernando. Depois disso, Luiz Ant�nio sumiu e o celular foi desligado.

O jovem trabalha com o transporte de passageiro por aplicativo h� tr�s anos. O pai o descreve como uma pessoa tranquila e que nunca teve problemas. "Nunca tive conhecimento dele se envolver em confus�o, usar drogas ou qualquer coisa que pudesse justificar um sumi�o assim", comentou.


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