
Depois da forte chuva que atingiu Belo Horizonte e regi�o na tarde deste domingo (19), moradores do Bairro Bet�nia, na Regi�o Oeste da capital, foram �s ruas protestar contra a situa��o de calamidade que acontece sempre que os temporais chegam � cidade.
Na Avenida Tereza Cristina, logo ap�s a chuva que causou transtornos em im�veis residenciais e comerciais, a popula��o ocupou a via para queimar objetos que foram danificados com a �gua, como colch�es, arm�rios, e outros itens, at� mesmo refrigeradores. Os manifestantes tamb�m interditaram um trecho do Anel Rodovi�rio, no cruzamento com a Rua Amanda.
Mais de 300 fam�lias fecharam a avenida com entulhos deixados pela chuva, que foram incendiados. A Pol�cia Militar compareceu ao local. H� relatos de que os policiais soltaram bombas de g�s lacrimog�nio contra os manifestantes.

O porteiro Jos� Ant�nio Teixeira e a esposa S�nia Marly Vieira foram surpreendidos com a for�a da chuva, que rapidamente tomou conta da casa onde vivem, na Rua B1, paralela � avenida, a partir das 16h, aproximadamente. "Foi uma tempestade muito forte, uma tromba d'�gua que tomou conta de tudo", conta Jos�.
Moradores protestam contra transtornos causados pelas chuvas em BHhttps://t.co/a4WSfiLneG pic.twitter.com/ix13rnfBXQ
%u2014 Estado de Minas (@em_com) January 19, 2020

Na resid�ncia, o preju�zo foi grande. A �gua estragou geladeiras, sof�, televis�o, videocassete, aparelho de DVD, bicicleta, pneus, fog�o, guarda-roupa, entre outros. O porteiro lembra que j� passou por situa��es parecidas entre 2009 e 2010. "� muito dif�cil. Precisamos de obras para melhoria da regi�o. Sempre que chove � um preju�zo, n�o conseguimos nem dormir, � complicado", diz Jos�, que tem cinco filhos com a esposa. "Aqui na regi�o todo mundo perdeu tudo".

O comerciante Jo�o Rodrigues mora na avenida Tereza Cristina h� 20 anos. � propriet�rio de um restaurante e, no andar acima, � sua casa. Na chuva deste domingo, conta que a �gua chegou a quase 1,5 metros de altura no estabelecimento, e n�o � a primeira vez que isso acontece. Perdeu cinco refrigeradores, cinco cervejeiras, al�m de boa parte do estoque de mantimentos.

"Tem gente aqui que ganha um sal�rio m�nimo e n�o tem condi��o de comprar de novo uma cama, um guarda-roupa. Resolvemos fechar a avenida para perguntar ao prefeito onde ele est�. Quero que uma autoridade competente venha conversar conosco, escutar os moradores e ver o que estamos passando", diz.

O presidente da Associa��o de Moradores e Empreendedores do Vila Bet�nia, Gladson Reis, pede a solidariedade da popula��o. Quem puder ajudar pode entregar donativos no sal�o social da capela Nossa Senhora de F�tima, � Rua Amanda, n�mero 620. "Estamos precisando de material de higiene pessoal, comida, itens como colch�es, roupas de cama, material de limpeza. As fam�lia perderam tudo", diz.
Gladson aponta o descaso do poder p�blico e de pol�ticas p�blicas, principalmente voltadas para a preven��o de enchentes, como um problema s�rio. Outra quest�o que ele cita � a falta de um alerta anterior � chuva da Defesa Civil informando sobre o risco de inunda��o e para que os moradores pudessem deixar o local. "Cad� as obras de conten��o da bacia do Calafate? � uma promessa desde 2007, quando foram anunciadas, e at� hoje nem foram catalogadas", critica Gladson.
"Foram cinco horas de protesto. A avenida est� intransit�vel e vai continuar fechada at� que a prefeitura receba uma comiss�o das fam�lias para dialogar", acrescenta.