postado em 01/02/2020 06:00 / atualizado em 01/02/2020 07:39
Na unidade Buritis do Col�gio Batista, cuja regi�o foi castigada por alagamentos, o in�cio das aulas foi remarcado para 10 de fevereiro (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O retorno �s aulas nas escolas particulares, na pr�xima semana, ser� uma prova de fogo para o tr�nsito de Belo Horizonte e a estrutura vi�ria comprometida, especialmente nas regi�es Centro-Sul, Oeste e Barreiro, ap�s o temporal de ter�a-feira. Para as vans e os ve�culos particulares voltarem a circular, a prefeitura corre contra o tempo a fim de desobstruir vias p�blicas tomadas pela lama, limpar bueiros, retirar entulho e deixar a as �reas mais atingidas em condi��es de tr�fego. Apenas na capital, estar�o de volta 150,6 mil estudantes de 812 escolas, do ensino infantil ao m�dio, informa o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), com base no Censo Escolar 2018/Inep/MEC. Em Minas, ser�o 649,8 mil alunos de 3,8 mil escolas.
A llimpeza da rua j� foi feita, mas a semana extra ser� usada para finalizar as obras de melhoria na escola, que foram prejudicadas pelas chuvas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Por meio de uma nota, o Sinep deu autonomia �s escolas da capital para definir a data de retorno, desde que cumpram os 200 dias letivos. “At� agora, a �nica institui��o que se manifestou foi o Col�gio Batista, unidade do Buritis (Regi�o Oeste), que n�o tem a m�nima condi��o de retomar as atividades na segunda. Eles prorrogaram a volta �s aulas para 10 de fevereiro”, informa a presidente do sindicato, Zuleica Reis �vila. “As escolas particulares t�m um programa e um curr�culo a serem cumpridos rigorosamente. S�o cobradas por isso, e a fiscaliza��o � rigorosa.”
Zuleica explicou que, em fun��o das chuvas, h� muitas vias p�blicas com lugares interditados. “Algumas ainda est�o com v�rias m�quinas e tratores. Com o aumento do fluxo de ve�culos, a tend�ncia � piorar ainda mais. Nossa inten��o � n�o tumultuar ainda mais a situa��o. Por isso o sindicato pediu que as pr�prias escolas avaliassem. N�o queremos transformar a volta �s aulas em mais um problema para a cidade, neste momento. O Buritis, por exemplo, est� em situa��o ca�tica. O tr�nsito j� era um dificultador, imagine agora”, disse a presidente.
FLUXO A unidade do Col�gio Batista no Bairro Buritis (Rua Pedro Laborne Tavares), na Regi�o Oeste, foi bastante “prejudicada pelas chuvas”, diz o diretor-geral, Valseni Braga. “J� adiamos a volta �s aulas e avisamos as fam�lias. E a comunidade escolar recebeu bem o adiamento, porque todos viram que n�o � um problema da escola”, acrescentou. No primeiro temporal (23 de fevereiro), conta Valseni, “a regi�o da escola foi inundada e a gente limpou, com o apoio da prefeitura. Na ter�a-feira passada, inundou de novo. E as fortes chuvas ainda acabaram atrasando as obras de melhoria que est�vamos fazendo na escola”.
O diretor-geral explicou que a inten��o � colaborar para n�o causar mais problemas ao tr�nsito, pois alguns pais teriam dificuldade em chegar � escola. “Assim, resolvemos dar mais uma semana de 'folga', e isso n�o ter� um impacto t�o grande. As aulas ser�o repostas, o calend�rio ser� refeito e comunicamos as fam�lias. Vamos usar dias n�o letivos, talvez alguns s�bados.”
J� a escola do Sesi-Goba, na Regi�o do Barreiro, abre as portas aos 630 alunos, de 6 a 15 anos, na pr�xima segunda-feira. O gerente Albert Martins informa que, embora n�o tenha havido danos ao pr�dio, o acesso ficar� prejudicado com os estragos na Avenida Tereza Cristina, na Regi�o Oeste da capital. Mesmo com o problema principal na via tendo sido solucionado ontem – uma cratera que se abriu na altura do Bairro Nova Su��a –, ainda h� muitos danos ao longo da avenida. “Sentimos, aqui, os impactos no tr�nsito.”
HIST�RIAS CRUZADAS Nesses dias “p�s-dil�vio”, cada belo-horizontino tem seu relato. “Devido � queda de um muro pr�ximo, que acabou atingindo os postes e derrubando a fia��o, ficamos sem energia da noite de ter�a a quinta-feira. Mas isso n�o afetar� a retomada das aulas. Como estamos localizados em uma parte mais alta da rua, n�o fomos atingidos pela inunda��o, nem acumulou muito barro em nossa porta. Talvez alguns pais possam ter apenas certo transtorno para chegar � escola, j� que algumas vias, aqui no Buritis, est�o interditadas”, afirma o diretor financeiro da Escola Athena (Rua Pedro Laborne Tavares, no Buritis), Pedro Santana.
Moradora do Barreiro, regi�o muito castigada na ter�a-feira, a auxiliar administrativa do Col�gio Maria Clara Machado, na regi�o, diz que as aulas ser�o retomadas normalmente. “Na regi�o da Avenida Raja Gabaglia, houve estragos, como a queda do muro do Hospital Madre Teresa, mas aqui na nossa escola n�o tivemos problema. Assim, as aulas ser�o retomadas normalmente. Nossa preocupa��o � outra: n�s, que trabalhamos longe, estamos sofrendo muito, principalmente com os desvios de tr�nsito. Fica tudo mais lento. A gente demora um pouco mais, mas chega. � contar com a compreens�o de todos. Tomara que resolvam isso rapidamente.”
Para os motoristas de transporte escolar, ser� mesmo uma prova de fogo. “Sou motorista de van escolar h� 10 anos, e confesso que ser� o retorno mais complicado”, afirma o condutor Eduardo Pereira de Paula. “Depois da chuva de ter�a-feira, a cidade ficou um caos, com muitos buracos nas ruas. Com o tempo, vai melhorar, mas, nesta primeira semana, teremos ainda os pais que gostam de levar os filhos � aula e parar em fila dupla”, diz Eduardo.
Na Regi�o do Barreiro, escolas j� se preparam para os atrasos de alunos e funcion�rios causados por m�s condi��es de vias estrat�gicas, como a Tereza Cristina (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS %u2013 21/1/2020)
F�rias ampliadas
Na rede p�blica estadual, as aulas retornam no dia 10, mas, nas escolas p�blicas municipais, a data ainda est� indefinida. A novidade � que o recesso dos professores e demais funcion�rios foi prolongado at� dia 9. Segundo a Secretaria Municipal de Educa��o, devido � instabilidade causada pelas chuvas, o recome�o pode ser at� mais tarde.