
Conforme apura��o da reportagem do Estado de Minas, durante o hor�rio de pico da manh� de sexta-feira, a Pra�a 7, que � um dos locais mais movimentados do Hipercentro da capital mineira, chegou a apresentar uma circula��o de pedestres 71% menor do que a m�dia. No caso de ve�culos, houve diminui��o de 47%.
Segundo o hist�rico da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG), a m�dia di�ria de movimento na Pra�a 7 � de 400 mil pessoas por dia, ou 278 por minuto, numa raz�o que achata o movimento dos hor�rios de pico. �s 7h30 de sexta-feira, a reportagem, com aux�lio do monitoramento a�reo de um drone, contabilizou uma m�dia de 81 pessoas por minuto cruzando os quatro quarteir�es com nomes de tribos ind�genas. Um movimento de 29% da m�dia normal, que pode contribuir para reduzir o cont�gio caso seja mantido assim ou caia ainda mais. A passagem de ve�culos tamb�m diminuiu para �ndices pr�ximos do preconizado para menos mortes e infec��es. Seriam 63 carros, motos, caminh�es e �nibus por minuto na m�dia achatada (90 mil por dia), mas no hor�rio de pico o total atingiu 33 a cada 60 segundos, pr�ximo de 53% do n�mero habitual.
Contudo, ainda � cedo demais para comemorar, uma vez que as pessoas obrigadas a circular podem cometer erros e abrir portas para o cont�gio. Foi o que constatou a reportagem do EM nas esta��es de �nibus, metr�s e na rotina de trabalhadores, pacientes e cidad�os desde quarta-feira (18), quando as aulas come�aram a ser interrompidas no estado, at� a sexta-feira (20), na entrada em vigor da suspens�o dos alvar�s de funcionamento de bares, restaurantes, shoppings e outros estabelecimentos comerciais n�o relacionados a abastecimento e a cuidados m�dico-sanit�rios. O transporte p�blico tamb�m sofreu uma redu��o importante e uma intensifica��o na higieniza��o de seus ve�culos e instala��es.

Os exemplos de comportamentos comprometedores mais significativos foram vistos nas esta��es do BRT/Move, o mais capilarizado transporte de massas da Grande BH. Na Esta��o de Integra��o S�o Gabriel, na Regi�o Nordeste da capital. Mesmo com o fluxo pequeno de passageiros e a redu��o de 5% das viagens, refor�adas pela higieniza��o sistem�tica de ve�culos, espa�os de circula��o e espera. Mas, enquanto um grupo de limpeza passava �lcool em gel no interior dos �nibus, corrim�os e sensores de cart�es e profissionais banhavam as plataformas com jatos de �gua de caminh�es-pipa, bem ao lado outros comportamentos expunham usu�rios a riscos de cont�gio pelo novo coronav�rus.

Mesmo de m�scara cir�rgica para proteger suas vias a�reas do v�rus, a securit�ria Simone Costa, de 47 anos, pegou um dos panfletos que eram distribu�dos e saiu lendo sem qualquer preocupa��o. Ao ser indagada sobre a atitude controversa, ela acabou preocupada. “Nem me toquei disso e olha que estou muito aflita com essa doen�a. N�o queremos levar isso para dentro de casa. Onde ser� que consigo lavar minhas m�os agora, antes de pegar o �nibus?”, indagou.

Nem todos cumprem isolamento
As medidas de isolamento adotadas em Belo Horizonte surtiram efeito fechando muitos com�rcios e mantendo em casa potenciais consumidores e trabalhadores. Mesmo assim havia pessoas se arriscando e lojas abrindo sem permiss�o. Na Savassi, Regi�o Centro-Sul de BH, o movimento fraco de quarta-feira a sexta-feira lembrava um dia de domingo ou feriado. Lojas de cal�ados e de roupas continuaram. A presen�a da pol�cia e da Guarda Municipal era vis�vel. Nas portas de lanchonetes e restaurantes vazios o grande movimento era das fileiras de motocicletas e bicicletas de entregadores que trabalham num ritmo fren�tico. Bares e restaurantes est�o proibidos de abrir em BH, mas a entrega dos alimentos � permitida.
Os pontos de t�xi se mantiveram cheios, bem como os tradicionais estacionamentos de motorista de aplicativos, um ind�cio claro da falta de passageiros. Nas portas de hot�is, os manobristas n�o escondiam seu t�dio com longos bocejos. Dos supermercados sa�a muita gente carregando sacolas abarrotadas, sendo que nos estacionamentos desses estabelecimentos os porta-malas de carros lotados remetiam aos grandes estoques comuns no per�odo da hiperinfla��o de fins da d�cada de 1980 e in�cio da de 1990.
No Centro, as quatro pistas da Avenida Afonso Pena passaram o dia com movimento semelhante ao de uma rua de interior. Pouqu�ssimos carros nos dois sentidos e o desaparecimento quase que por completo das grandes multid�es atravessando pelas faixas de pedestres. Com o Parque Municipal fechado, a Regi�o Hospitalar perdeu sua conex�o direta com o Centro e ficou mais isolada. Nos pontos de �nibus, as pessoas procuraram se sentar distantes umas das outras, algumas delas em p� longe dos abrigos, mas de olho na frequ�ncia dos �nibus pelos pain�is eletr�nicos e na sua aproxima��o.
Na Avenida dos Andradas e Teresa Cristina, os bloqueios que foram feitos em duas pistas dos dois sentidos devido aos estrados p�s-chuvas n�o provocaram mais engarrafamentos, pois o n�mero de carros muito pequeno foi facilmente comportado pelas duas pistas restantes.
Movimento tamb�m t�mido na Avenida Cristiano Machado. Nas tr�s pistas de cada sentido, os BRT/Move que circulavam no hor�rio de pico matinal dentro da pista exclusiva transportavam poucos passageiros. Dentro das esta��es de transfer�ncia, apenas alguns passageiros esperavam sua baldea��o, a maioria aguardando na parte que fica aberta para justamente evitar a concentra��o de pessoas. As ag�ncias e lojas de venda de ve�culos abriram as portas na quarta-feira e na quinta-feira, mas registraram pequeno movimento, o que caiu ainda mais drasticamente a partir de sexta-feira, quando poucas se arriscaram a manter as portas abertas.