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Estado de Minas OBITU�RIO

Morre enfermeira mineira que sobreviveu � gripe espanhola e foi � Segunda Guerra

Aos 105 anos, Carlota Melo perdeu a vida por causas naturais, segundo fontes. Ela integrou a For�a Expedicion�ria Brasileira (FEB) no conflito mundial na It�lia


postado em 28/05/2020 19:25 / atualizado em 29/05/2020 10:34

Carlota Melo, ao centro, quando foi homenageada pelas Forças Armadas no ano passado(foto: Divulgação/4ª Região Militar)
Carlota Melo, ao centro, quando foi homenageada pelas For�as Armadas no ano passado (foto: Divulga��o/4� Regi�o Militar)

 

Morreu no fim da tarde desta quinta-feira (28), em Belo Horizonte, a enfermeira Carlota Melo, aos 105 anos, sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Nascida em Salinas, no Norte de Minas, a idosa tinha 105 anos e estava internada no Hospital Paulo de Tarso, localizado no Bairro S�o Francisco, na Regi�o da Pampulha.

 

Segundo fontes informaram � reportagem, Carlota morreu por causas naturais. Ela enfrentava um quadro de pneumonia recorrente e ficou por um per�odo de tempo internada no Hospital Fel�cio Rocho, at� ser transferida ao Paulo de Tarso para ter "mais conforto". Por volta das 19h, familiares dela ainda estavam nessa �ltima unidade m�dica para remover o corpo.

 

Carlota ficou marcada por integrar a For�a Expedicion�ria Brasileira (FEB) ao lado do Ex�rcito dos Estados Unidos durante o conflito na It�lia. Tamb�m sobreviveu � gripe espanhola, pandemia do v�rus Influenza que matou milh�es de pessoas em 1918.

 

Em 2012, a idosa contou os bastidores da Segunda Guerra Mundial ao rep�rter Gustavo Werneck, do Estado de Minas. "Convivia com os norte-americanos o tempo todo, ent�o t�nhamos que nos comunicar de qualquer jeito. Usei roupas de frio do Ex�rcito deles, pois as nossas n�o eram adequadas.”, disse no ano em que recebeu uma das homenagens das For�as Armadas que tem no curr�culo.

 

Mesmo sendo uma �poca de tanto sofrimento, a enfermeira confessou � �poca da entrevista que teve medo, mas n�o aquela “pa�ra”, palavra usada pelos italianos.

 

“Havia muito bombardeio, est�vamos expostos dia e noite. Viv�amos num campo minado, tudo era perigoso”, lembrou Carlota, que muitas vezes foi obrigada a ir para o abrigo da FEB no pa�s europeu.

 

Amigo se despede

 

Respons�vel pelo museu da FEB em Belo Horizonte (Rua dos Tupis, 723 – Centro), Marcos Renault contou � reportagem um pouco sobre a amiga Carlota Melo, por quem tem grande admira��o.

 

“Ela estava com 105 anos de idade. Ainda jovem, quando o Brasil declarou guerra, ela foi volunt�ria ao lado de 72 enfermeiras brasileiras, hero�nas do Brasil. Ela chegou a me dizer que muito mais que ministrar rem�dios e aplicar inje��es, ela cuidava do emocional dos soldados, muitos deles jovens, que n�o sabiam como iriam retornar”, conta.

 

Emocionado, Renault contou um pouco como era a personalidade de Carlota Melo, sempre independente e cheia de vida.

 

“� uma mulher que sempre teve � frente de sua �poca. Quando fez 90 anos, ela queria saltar de paraquedas, mas n�o deixaram. Da�, ela tentou voar de asa delta, mas tamb�m n�o deixaram. Ent�o, ela teve a ideia de ir a Turquia para andar de bal�o. Mas, tamb�m n�o deixaram. Ela sempre quis viver. Era de uma sabedoria enorme. Vai deixar uma lacuna muito grande na nossa hist�ria”, lembra. 

 

A guerra 

 

O Brasil, via FEB, mandou ao teatro de opera��es da It�lia 25.334 combatentes, dos quais 2.947 mineiros. Morreram 467, sendo 82 das Gerais. Houve vit�rias, como a conquista da cidade de Montese e do Monte Castelo, entre v�rias outras, sendo que, em Collecchio e Fornovo, os pracinhas cercaram e aprisionaram a 148ª Divis�o de Infantaria Alem�, com quase 15 mil homens.


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