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Estado de Minas ATIVIDADES

Ap�s 15 dias, Projeto Canto de Rua retoma atividades na Serraria Souza Pinto

Popula��o em situa��o de rua voltou a ter acesso aos servi�os de sa�de, alimenta��o e higiene oferecidos no local


16/09/2020 15:52 - atualizado 16/09/2020 17:47

Cerca 400 pessoas passaram pelo local durante o horário de atendimento na manhã desta quarta-feira(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Cerca 400 pessoas passaram pelo local durante o hor�rio de atendimento na manh� desta quarta-feira (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Ap�s 15 dias sem funcionar, o projeto Canto de Rua Emergencial, que acolhe pessoas em situa��o de rua na Serraria Souza Pinto, na Regi�o Central de Belo Horizonte, recome�ou as atividades nesta quarta-feira (16). Quem contava com o local para servi�os b�sicos como lanche, banho e at� para ter acesso a �gua pot�vel comemorou a retomada.

“O copo com �gua que � distribu�do aqui foi o mais comentado hoje. Quantas vezes n�s tivemos a necessidade de beber �gua e viemos aqui e demos de cara com a porta. A �gua que � doada aqui faz muita falta, imagina o resto”, contou Maria Aparecida Vieira, de 53 anos, que est� em situa��o de rua h� 26 e atualmente trabalha no projeto da Serraria.

Segundo a organiza��o da Pastoral de Rua da Arquidiocese de BH , cerca 400 pessoas passaram pelo local durante o hor�rio de atendimento, que vai das 8h �s 13h. Maria Cristina Bove, de 74, faz parte da equipe de coordena��o e contou � reportagem do Estado de Minas que o espa�o passou por uma reorganiza��o. Agora, quem procura o servi�o passa por um cadastro, al�m disso a estrutura do espa�o passou por pequenas mudan�as.

“O Minist�rio P�blico esteve presente aqui durante todo o primeiro per�odo e eles entenderam que a gente tinha que dar continuidade, que n�o podia parar, ent�o eles correram atr�s para buscar a retomada e conversaram com a prefeitura para buscar esses recursos.”

O projeto que funcionou de junho a agosto com o patroc�nio do Instituto Unibanco, e reabriu as portas com investimento de R$ 1,8 milh�o da prefeitura e voltou a acolher quem j� sofria com a falta de recursos fundamentais muito antes da pandemia.

“Foi muito emocionante tanto para eles quanto para n�s poder sentir essa alegria. Realmente a Serraria respondeu a uma demanda que eles tinham seja nas quest�es f�sicas de cuidados, como tamb�m de refer�ncia e orienta��o. Saber que tem um lugar que pode te acolher, que voc� pode vir conversar, isso � muito importante para qualquer pessoa, e sobretudo para eles que vivem uma vida de solid�o isolados da sociedade”, disse Maria Cristina.

Maria Cristina, de 74 anos, faz parte da equipe de coordenação: 'Retorno emocionante'(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Maria Cristina, de 74 anos, faz parte da equipe de coordena��o: 'Retorno emocionante' (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)


Maria Aparecida, hoje atua na frente de escuta do projeto, e revelou que, antes da pandemia, os pr�prios moradores de rua se organizavam para conseguir recursos como alimenta��o, mas, com as medidas de isolamento social, esse sistema foi afetado pelo fechamento do com�rcio e pela dificuldade para encontrar res�duos s�lidos que eram reciclados para obten��o de recursos financeiros.

“N�s vivemos da reciclagem dos res�duos s�lidos urbanos, � o nosso sustento, o que garante pra gente o caf� que compramos na lanchonete, garante o dinheiro para gente ir na padaria comprar nosso p�ozinho com dignidade, porque n�o � todos os dias que recebemos doa��es nas ruas”, explica.

Mais do que alimento e dignidade, o projeto deu a Cida, como � chamada carinhosamente, a chance de um novo recome�o. “Existe uma for�a dentro de n�s a qual n�o sabemos us�-la. Nas ruas fica muito dif�cil da gente fazer essa organiza��o que est� acontecendo aqui, e esse foi um ponto positivo da COVID-19 para n�s, porque a cidade inteira fechou, todo mundo ficou em isolamento em suas casas e isso nos revelou”, conta.

Com o novo trabalho ela tem renovado as esperan�as e as for�as para continuar e para retribuir ao pr�ximo a ajuda que lhe foi dada. “Estou disposta n�o s� nesse per�odo, mas como pelo resto da minha vida a acreditar no pr�ximo, e a mostrar que � poss�vel e vi�vel uma transforma��o. Com amor a gente consegue e isso eu tenho muito. Eu n�o quero mais voltar �s ruas nessas condi��es, eu quero voltar l� para convidar os meus irm�os a constru�rem um novo rumo, porque realmente, morar na rua n�o � f�cil”, conta.

Linha t�nue entre o amor ao pr�ximo e o preconceito


A a��o tem parcerias com o estado, a prefeitura, e a sociedade civil atrav�s de organiza��es e de cerca de 100 volunt�rios que doam seu tempo para tornar o projeto, que tem data de t�rmino prevista para novembro deste ano, poss�vel.

Essa mobiliza��o tornou prop�cio para quem vive em situa��o de rua, um acolhimento, e mostrou a linha t�nue que existe entre esse amor ao pr�ximo demonstrado por esses volunt�rios e o preconceito que insiste em prevalecer na sociedade. “Tem que ser grande para pensar diferente, tem que ter uma mente grande. A gente quer que esse projeto n�o acabe, porque ele est� beneficiando muita gente, somos 12 mil pessoas em situa��o de rua, ent�o � esse pedido que eu fa�o, que as pessoas realmente mudem suas formas de pensar, porque somos humanos, temos sonhos, temos projetos, podemos contribuir muito para uma sociedade melhor”, disse.

 

*Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz 


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