
O bi�logo Miguel �ngelo Andrade, coordenador da reserva da biosfera da Serra do Espinha�o e professor da PUC Minas, explica que a recorr�ncia de inc�ndios em �reas ambientais pode levar a preju�zos irrevers�veis. Al�m de atingir esp�cies amea�adas de extin��o, d� lugar a esp�cies ex�ticas invasoras, que v�o competir com a flora local, al�m da perda de qualidade do solo e diminui��o da oferta da �gua, com influ�ncias no clima local.
A Serra do Cip� � uma regi�o composta essencialmente por campos rupestres, que crescem em alto de serras, jardins entre as pedras e matas de galeria, � beira de cursos d'�gua e de recarga.
A rede hidrogr�fica da Serra do Cip� � densa, muito grande, e "certamente tem a �gua como indicador de qualidade ambiental favorecendo, al�m da fauna e da flora, o clima local. � tamb�m diretamente um fator de atra��o tanto como servi�o ambiental estrat�gico para abastecimento local quanto para valorizar as paisagens, forma��es e os belos atrativos naturais, como cachoeiras e rios." O rico manancial � de fundamental import�ncia para diminuir a polui��o de outros cursos d'�gua, a exemplo do Rio da Velhas, e contribui para a depura��o de esgotos dom�sticos e outros contaminantes. "Sem falar da seguran�a h�drica no abastecimento humano", explica Miguel.
Segundo o bi�logo, � uma das regi�es com maior riqueza de biodiversidade no mundo e, por outro lado, � um ambiente extremamente fr�gil, de baixa resili�ncia. "Uma vez que o impacto ambiental ocorre, h� dificuldade de recomposi��o ao est�gio original. Falamos de uma regi�o com alt�ssimo n�mero de esp�cies amea�adas, tanto da flora quanto da fauna e de esp�cies end�micas."
Diversidade
A Serra do Espinha�o foi considerada pela Unesco, em 27 de junho de 2005, a s�tima reserva da biosfera brasileira, devido a sua grande diversidade de recursos naturais. Mais da metade das esp�cies de animais e plantas amea�ados de extin��o em Minas Gerais est� na Cadeia do Espinha�o, especialmente na Serra do Cip�, onde se encontra o maior n�mero de esp�cies end�micas da flora brasileira.
Por ser uma �rea de transi��o, pode-se encontrar diversas fitofisionomias, englobando campos rupestres (bioma fr�gil, de baixa capacidade de recupera��o), Mata Atl�ntica, matas secas - caracter�sticas de Caatinga, Cerrado e matas de galeria. Essa diversidade de ambientes favorece a rica biodiversidade local.