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Estado de Minas RECUPERA��O

Retomada do turismo e da economia � teste desafiador para Tiradentes

Cidade hist�rica com economia baseada na atividade tur�stica testa 1� evento p�blico ap�s pandemia e a volta dos visitantes. Expectativa � grande e movimento surpreende no fim de semana


29/11/2020 06:00 - atualizado 29/11/2020 07:23

Da escadaria da Matriz de Santo Antônio, uma das mais belas vistas da cidade, sinais são vistos de que ngrenagem local volta a se mover
Da escadaria da Matriz de Santo Ant�nio, uma das mais belas vistas da cidade, sinais s�o vistos de que ngrenagem local volta a se mover (foto: Fotos Leandro Couri/EM/D.A Press)

O barulho inconfund�vel das charretes circulando pelas pedras capistranas voltou a ser trilha sonora em Tiradentes, um dos principais destinos tur�sticos de Minas Gerais, depois de longo tempo de fechamento do com�rcio da cidade imposto para barrar a COVID-19. A circula��o do meio de transporte, tradicional atrativo da cidade hist�rica, d� sinal da retomada da principal atividade econ�mica do munic�pio. Foram cinco meses, de mar�o a julho, nos quais lojas e servi�os ficaram paralisados.

A reabertura foi marcada esta semana pelo primeiro evento p�blico realizado em Tiradentes durante a pandemia, a I Feira Liter�ria de Tiradentes (Fliti), que termina hoje, sob coordena��o da empresa de marketing cultural Korporativa. A for�a da retomada do turismo surpreendeu as autoridades e comerciantes locais. Os turistas voltaram a apreciar a beleza arquitet�nica da cidade emoldurada pela Serra de S�o Jos�. O charme de Tiradentes encorajou muita gente.

Durante a noite, bares e restaurantes ficaram cheios. A maior parte das pessoas usava m�scaras. Visitantes tamb�m circulavam ao ar livre para apreciar a decora��o de Natal nas pra�as. “Tem surpreendido bastante, devido �s incertezas que passamos durante o in�cio da pandemia. Tamb�m em uma pesquisa que fizemos, no in�cio, n�o imagin�vamos que o movimento voltaria t�o intenso” afirma o secret�rio de Cultura de Tiradentes, Henrique Rohrmann.

Na sexta-feira, casal de Santa Catarina aproveitou o dia de sol para conhecer a cidade hist�rica, aproveitando a beleza da cidade para fazer selfie com a filha, a pequena Iza, de 10 meses. O cen�rio escolhido foi a Matriz de Santo Ant�nio, de onde se tem uma das vistas panor�micas mais belas de Tiradentes.  O casal estava devidamente protegido e as m�scaras n�o foram retiradas nem sequer para registrar a viagem em fotos. “� a nossa primeira vez aqui. A cidade � muito linda e o povo, muito acolhedor”, disse o funcion�rio p�blico Vin�cio Jos� dos Santos, de 37 anos.
 
O passeio entre casarões e templos coloniais foi aprovado por Vinício Santos e a mulher, Sirlene Letur, com a filha Iza
O passeio entre casar�es e templos coloniais foi aprovado por Vin�cio Santos e a mulher, Sirlene Letur, com a filha Iza (foto: Fotos Leandro Couri/EM/D.A Press)
 
O casal, que ficou quatro dias na cidade, se sentiu protegido com os protocolos sanit�rios adotados. “Nos sentimentos bem seguros nos estabelecimentos que tomam todo cuidado”, afirmou Vin�cio Santos. A m�dica Sirlene Letur, de 32, concorda com o marido e, ainda, destaca a infraestrutura para receber os turistas. “Cidade muito bem organizada e estruturada. N�s passamos em Ouro Preto e gostamos mais daqui”, disse.

A Prefeitura de Tiradentes ainda n�o tem estat�stica para medir a intensidade da retomada, mas os sinais s�o positivos. De acordo com o secret�rio de Cultura, as pousadas e hot�is est�o funcionando com 50% das ocupa��es. “Durante a semana ficam mais vazios. Por�m, de quinta a domingo, est�o ficando com a ocupa��o m�xima permitida. N�o tenho dados ainda, mas tenho visto a cidade bastante cheia”, diz.

A decis�o do governo municipal de fechar a cidade por cinco meses foi contestada por parte dos comerciantes, no entanto, a estrat�gia trouxe resultados positivos.  De acordo com o boletim epidemiol�gico com os dados mais recentes dos munic�pios, divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de na sexta-feira, Tiradentes registrou 39 casos de contamina��o e uma morte provocada pela COVID-19. “Durante boa parte da pandemia, concentramos for�as em cuidar do nosso povo para que quando a retomada viesse, o tiradentino estaria bem para receber todo mundo”, conta o secret�rio.

Prote��o

No Largo das Forras, o condutor de charrete Daniel Teixeira Elias, de 31, animado com a retomada do turismo, aguardava os primeiros clientes do dia. “Gra�as a Deus reabriram depois de cinco meses. Todo final de semana a cidade est� bem movimentada.” Ele confessa que fica temeroso com a pandemia, mas acredita que � necess�rio adotar medidas de prote��o enquanto a vacina n�o chega. “At� sair a vacina, a gente vai ter que conviver com essa doen�a, querendo ou n�o.”

E ele n�o se descuida, usando m�scara de prote��o facional todo o tempo.Um recipiente de �lcool em gel fica a disposi��o para quem quer conhecer o munic�pio de uma forma especial. “Varia muito. H� dia que roda bem. H� dia que fica o dia inteiro parado. Temos o passeio completo. Fazemos dois ou tr�s num dia e temos as voltas menores”, conta. As 30 charretes que oferecem o servi�o aos turistas podem fazer pequenos trajetos ou todo o circuito, que mostra seis pontos: chafariz, Museu de Sant'ana, Igreja Nossa Senhora do Ros�rio, Igreja dos Escravos, Casa de Tiradentes, Est�tua de Tiradentes e Matriz de Santo Ant�nio.
 
A turismóloga Aparecida Nascimento comemora a reabertura, mas lamenta afastamento de moradores
A turism�loga Aparecida Nascimento comemora a reabertura, mas lamenta afastamento de moradores (foto: Fotos Leandro Couri/EM/D.A Press)
 

�xodo no pr�prio quintal

Da janela de casa, a turism�loga Maria Aparecida do Nascimento, de 52 anos, observa toda a movimenta��o do turismo em Tiradentes. Ela faz parte da nona gera��o que vive em um casar�o na Rua Direita. O im�vel pertencia ao av�, Z� Moura, que d� nome ao beco, transformado em ponto tur�stico. Ela comemora a retomada do turismo, mas lembra que a principal fonte de renda na cidade traz consigo mudan�as para os tiradentinos.

A cidade vive mudan�a com o movimento dos moradores que deixaram o centro hist�rico para viver nos bairros adjacentes. “O turismo � muito bem-vindo, mas ele retirou a popula��o local, que foi viver nos bairros das adjac�ncias. Temos duas cidades: o centro hist�rico, que � uma vitrine, e a cidade dos bairros onde vive a comunidade, os tiradentinos”. A transforma��o ocorreu, principalmente, devido ao aumento do custo de vida no centro hist�rico.  Muitos im�veis foram adquiridos por pessoas que se encantaram com a cidade e resolveram investir em bares e restaurantes.

“Antes, as pessoas eram propriet�rias dos im�veis e passaram a ser empregadas das pessoas que compraram”. H� um conflito da popula��o de dentro com aqueles que chegaram. “Al�m da perda da identidade local, h� uma interfer�ncia do uso e ocupa��o”, diz Maria Aparecida. Resultado disso, ela lembra que apenas cinco fam�lias ainda vivem na rua Direita. A via abriga, na maioria de seus im�veis, restaurantes, pousadas, lojas e bares. “� muito caro morar aqui. Tudo � voltado para quem vem de fora”, diz a turism�loga.


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