
Trabalhando v�rias horas por dia, o filho da terra F�bio Dias, de 39 anos, finalizou a pe�a de 5 metros de altura, pesando quase 18 toneladas e chamada “Escultor” para homenagear o of�cio dele e dos conterr�neos. Ao lado, o colega Rulielber Moreira Ferreira, de 49, concluiu uma obra abstrata, com 3,10 metros incluindo a base.
Satisfeito com o resultado do trabalho iniciado h� cinco anos – primeiro como iniciativa da Associa��o dos Moradores de Santa Rita e depois incorporado a um projeto da Prefeitura de Ouro Preto –, F�bio Dias acredita que o monumento dar� as boas-vindas a quem chega, “com a marreta e a talhadeira nas m�os, instrumentos de trabalho do escultor”, e servir� para fortalecer o turismo na regi�o e estimular os jovens no rumo da profiss�o. “Precisamos valorizar esta arte, pois � tamb�m fonte de renda e sobreviv�ncia para muitas fam�lias”, ressalta.
Ao denominar sua obra “Renascimento da arte”, Rulielber p�e f� nas oportunidades que a pedra-sab�o pode criar no s�culo 21, despertar o interesse das novas gera��es e impulsionar o desenvolvimento econ�mico: “As pessoas passam na estrada e ainda n�o sabem nada sobre o trabalho existente aqui”.
De acordo com informa��es da Prefeitura de Ouro Preto, o monumento no trevo do distrito de Santa Rita de Ouro Preto deve ser inaugurado at� o fim do ano, atraindo a aten��o dos viajantes que trafegam pela rodovia MG-129 para o trabalho artesanal. Vale lembrar que o caminho � um trecho da Estrada Real, rota que ligava, desde o s�culo 17, Diamantina e Ouro Preto ao Rio de Janeiro e Paraty (RJ), para escoamento de ouro e diamantes em dire��o a Portugal. Ao longo do caminho, h� pontes por onde passaram grandes personagens da hist�ria, al�m de bens arqueol�gicos, como arrimos e bueiros em cantaria.
Valoriza��o
Especialistas lembram que a hist�ria da pedra-sab�o em Minas se mistura ao Ciclo do Ouro, pois o material foi amplamente usado, na �poca da coloniza��o, para fabrica��o de pe�as da constru��o civil. Como refer�ncia nessa hist�ria, est� “o material que eternizou obras do maior �cone da arte barroca brasileira, o escultor, entalhador e arquiteto Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que optou pelo uso da pedra-sab�o em diversas portadas, altares e imagens que criou”.Foi pedra-sab�o, por exemplo, a mat�ria-prima usada pelo “Mestre do Barroco” no frontisp�cio da fachada da Igreja S�o Francisco de Assis, no Centro Hist�rico da cidade que comemora 40 anos do t�tulo de Patrim�nio da Humanidade, o primeiro no pa�s concedido pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).
Resist�ncia
De acordo com pesquisas, a pedra-sab�o � uma mat�ria-prima muito resistente e de uso ilimitado. A resist�ncia costuma ser comparada � do m�rmore, com a vantagem de ser refrat�ria, podendo suportar temperaturas bastante elevadas. Usada na fabrica��o de artigos de decora��o, como esculturas e ornamentos para jardins, tem destino certo tamb�m como panelas, lareiras e lavabos. Em Santa Rita, distrito que fica 30 quil�metros da sede de ouro do munic�pio de Ouro Preto, a atividade centen�ria est� nas m�os de muitos artes�os.