Utilizada pela primeira vez no Brasil, a t�cnica est� sendo aplicada para a reabilita��o florestal da vegeta��o impactada pelo rompimento da Barragem B1. Mudas, que poderiam levar mais de oito anos para florescer, devem iniciar esse processo entre seis e 12 meses.
O projeto “Resgate de DNA e indu��o de florescimento precoce em esp�cies florestais nativas da regi�o de Brumadinho” foi considerado pelos especialistas da UFV como um marco para a conserva��o gen�tica de plantas e reflorestamento de esp�cies em extin��o.
Em campo, os pesquisadores visitam as �reas afetadas e realizam o procedimento de resgate do DNA. “Resgatamos o DNA de esp�cies importantes para a estrutura das florestas da regi�o, como jacarand� cavi�na, ip� amarelo, bra�na e jequitib�. Tamb�m estamos produzindo c�pias das plantas para garantir que a constitui��o gen�tica de cada uma n�o seja perdida”, explica o professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV (DEF/UFV), Gleison dos Santos.
Ao todo, foram recolhidos materiais gen�ticos de 10 plantas de cinco esp�cies diferentes, incluindo esp�cies amea�adas de extin��o e protegidas por lei. O processo de c�pia se inicia no campo, com a coleta de ramos das �rvores-matriz. J� no laborat�rio, os ramos passam por um procedimento de enxertia para se tornarem capazes de reproduzir exatamente o material gen�tico de outras plantas a partir de pequenas por��es.
A previs�o � de que as mudas comecem a ser plantadas na �rea impactada nos primeiros meses de 2021.
De acordo com o reitor da institui��o, professor Demetrius David Silva, trabalhos como esse ajudam a universidade mostrar sua capacidade de inovar e fazer diferen�a para a sociedade brasileira. Isso tanto do ponto de vista ambiental, como de atendimento �s demandas do setor produtivo. O reitor destaca ainda que a tecnologia utilizada � uma patente desenvolvida pela UFV e que est� a servi�o de demais empresas e setores da sociedade.
Desastre em Brumadinho
No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem de rejeitos de min�rio da Mina do C�rrego do Feij�o, administrada pela Vale, rompeu, causando um mar de lama e destrui��o. Um dos maiores desastres ambientais do Brasil, que causou s�rios danos � biodiversidade da regi�o.
De acordo com um relat�rio, publicado pela ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), aproximadamente 125 hectares de florestas foram perdidos, o equivalente a mais de um milh�o de metros quadrados, ou 125 campos de futebol.
A fauna aqu�tica e a terrestre tamb�m foram fortemente impactadas pelo desastre. A vida aqu�tica acabou onde a lama acumulou, nos trechos mais afetados, o rio deixou de correr e a �gua foi substitu�da pela lama. A fauna terrestre que depende do curso do rio, tamb�m sofreu as consequ�ncias.
A trag�dia provocou a morte de ao menos 270 pessoas e deixou outras onze desaparecidas.