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Estado de Minas SITUA��O CR�TICA

Santa Maria de Itabira: temporal deixa rastro de destrui��o pela cidade

Moradores do munic�pio de 10,8 mil habitantes contabilizam os preju�zos causados com as fortes chuvas do fim de semana


22/02/2021 14:47 - atualizado 22/02/2021 16:05

Ruas foram tomadas pela lama e passagens estão bloqueadas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Ruas foram tomadas pela lama e passagens est�o bloqueadas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

Ruas obstru�das, pontes condenadas, carros arrastados, casas inundadas e quase todas as constru��es atingidas. A tempestade que matou seis pessoas e arrasou Santa Maria de Itabira, na Regi�o Central de Minas, mobilizou praticamente todos os 10,8 mil habitantes e agentes dos �rg�os de defesa civil, nesta segunda-feira (22/2), para que os servi�os b�sicos fossem restabelecidos e mais de 160 desabrigados e desalojados tivessem comida, roupas e agasalhos.

A destrui��o est� por toda parte. A prefeitura faz apelo por recebimento de doa��es para alimentar quem perdeu tudo, pois os estoques est�o perto do fim.

O munic�pio � contido pelo vale do Rio Girau, um curso de �gua que corre entre morros �ngremes que desbarrancaram depois de saturados pelas chuvas constantes dos �ltimos dias. Enquanto os morros deslizavam sobre casas e quintais, o rio transbordou e engoliu as moradias que ficavam pr�ximas.

Apenas uma das quatro pontes principais que ligam as duas metades do munic�pio est� ainda em condi��es de uso. Uma delas foi destru�da e outras duas est�o interditadas por risco de colapso das estruturas.

Morreram no desastre uma crian�a de 5 anos, um pai e suas duas filhas, um homem de 36 anos e uma mulher de 49 anos. De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG) as mortes ocorreram em tr�s casas no Bairro Po��o – onde o corpo da crian�a de 5 anos, que estava desaparecida, foi encontrado – e na zona rural da cidade.

At� o momento, foram contabilizados 129 desalojados que foram para casas de parentes e 32 pessoas que perderam suas habita��es. Cerca de 500 casas foram afetadas. 
 

Situa��o cr�tica 

“A situa��o do munic�pio � muito cr�tica. A Cedec-MG disponibilizou colch�es e mantimentos para atender a essa popula��o e ajudou a estruturar abrigos. Temos equipes em campo formando uma for�a-tarefa com a defesa civil municipal e bombeiros para assistir essas fam�lias. Os servi�os essenciais j� est�o operando, mas na madrugada est�vamos sem luz e telefone”, afirma o superintendente de gest�o de desastres da Cedec-MG, major Eduardo Lopes.

No Bairro Po��o, os bombeiros levaram todo o domingo e a manh� desta segunda-feira s� para conseguir remover a lama e os detritos que soterraram a casa da crian�a que foi encontrada no in�cio da tarde desta segunda (22).

Pontes estão com as estruturas abaladas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Pontes est�o com as estruturas abaladas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)


“� um trabalho complexo, pois o local � estreito e n�o permite que muitos militares operem simultaneamente. Depois que removemos a lama e chegamos ao quarto da crian�a, foi feito um trabalho de desmanche hidr�ulico (utiliza��o de �gua pressurizada para remover a lama acumulada). Na casa onde foram retirados os corpos de um pai e duas filhas o trabalho avan�ou pela madrugada”, conta o comandante dos batalh�es especializados do CBMMG, tenente-coronel Alysson Malta.

'Filme de terror'

Enquanto os militares vasculham os escombros, quem perdeu tudo vaga pela cidade atr�s de mantimentos. Vanilda Ferreira da Silva, de 39 anos, perdeu a casa em que vivia no Bairro Lambari.

“Eu, minhas duas filhas de 20 e 16 anos e meu marido est�vamos dormindo. A�, de madrugada, o cachorro come�ou a latir e aquilo me acordou. Quando acordei, a �gua j� estava no joelho. S� pegamos os documentos, porque assim que sa�mos em casa j� estava tampada de �gua. Fui para a casa da minha m�e. Foi desesperador. Uma cena de filme de terror", conta.

O drama vivido pela fam�lia � grande. "Pe�o a Deus for�a para reconstruir o que perdemos. Busquei mantimentos, mas estamos com pouca roupa e a demora de atendimento para as doa��es tamb�m complica. O pior foi ter perdido os medicamentos de press�o e diabetes. Estou sem tomar meus rem�dios desde ontem”, acrescenta Vanilda.

Caminho bloqueado

O rastro de devasta��o em Santa Maria de Itabira j� � vis�vel a poucos quil�metros antes do per�metro urbano. A MG-120, que faz o principal acesso ao munic�pio, tem v�rios pontos de barreiras que cederam e precisaram ser removidas.

Grandes por��es de lama se desprenderam dos barrancos levando consigo cercas de fazendas, pastos, pequenas planta��es e �rvores.

Os montes que interditavam diversos pontos da estrada foram removidos para liberar a via, mas o calor forte secou a lama e transformou ruas e avenidas em caminho de terra e p�, que se ergue em nuvens densas � passagem r�pida de carros e caminh�es, trazendo risco de acidentes por prejudicar a visibilidade dos motoristas.

M�quinas da prefeitura est�o ainda mobilizadas para remover as barreiras. Um trator e uma p� carregadeira enchiam caminh�es com o barro e os detritos dessas barreiras, obrigando o tr�fego a ser interrompido a cada manobra.

Mesmo dentro da cidade, h� pontos onde os deslizamentos bloquearam parte das vias urbanas.

A lama toma conta das ruas da cidade(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
A lama toma conta das ruas da cidade (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)


“V�rias barreiras ca�ram e chegaram a interromper os acessos � cidade. Mobilizamos maquin�rio do munic�pio, do Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem (DER-MG) e empresas parceiras para fazer essas libera��es. Recuperamos os servi�os de �gua, internet e eletricidade. Estamos contando com a limpeza da cidade para trazer de volta a tranquilidade ao munic�pio”, disse o comandante de desastres da Cedec-MG.

Praticamente todas as ruas foram atingidas pelos deslizamentos e cheias. As galochas se tornaram uma pe�a de vestu�rio imprescind�vel para os habitantes de Santa Maria de Itabira, uma vez que h� ruas com mais de dois palmos de lama e � preciso remover o barro que se acumula em ruas, quintais, garagens e jardins de casas pr�ximas.

Lama e destrui��o

O comerciante Os�rio Jos� Duarte, de 58 anos, ajudava a remover a lama que invadiu e destruiu a casa da sua sogra.

“O preju�zo foi muito grande, principalmente para o pessoal carente e classe m�dia. Todos estamos sofrendo. Nunca tinha acontecido algo assim. Em 1979, teve uma enchente grave, mas esta foi surpreendente. Minha sogra perdeu praticamente tudo que tinha dentro da casa dela”.

A escola municipal Trajano Proc�pio e o Centro Cultural Professor Alberto Sampaio est�o recebendo desabrigados e se transformaram em pontos para a distribui��o de alimentos, �gua e mantimentos que j� se encontram no fim.

Praticamente nenhuma construção de Santa Maria de Itabira passou ilesa(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)
Praticamente nenhuma constru��o de Santa Maria de Itabira passou ilesa (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)


“Nossos estoques est�o acabando. Contamos com as doa��es para alimentar os atingidos. Precisamos de alimentos, arroz, feij�o, a��car, �leo, tempero, sal, fraldas, o que for poss�vel nos enviar com urg�ncia”, disse a funcion�ria p�blica Maria Z�lia Fernandes Gomes, que est� organizando o aux�lio humanit�rio pela prefeitura.

Segundo a secret�ria municipal de Educa��o de Santa Maria de Itabira, Renata Duarte Tom�s, as comunidades de Morro Queimado e Ch�cara Oriente precisam de �gua, e h� muitas pessoas isoladas nesses locais.

"Precisamos formar kits de alimentos e mantimentos para enviar para essas pessoas que se encontram desesperadas”, disse.


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