
A Mata do Japon�s faz parte de uma Reserva Particular do Patrim�nio Natural (RPPN), pertencente � Associa��o Mineira de Cultura Nipo-Brasileira (AMCNB). Atualmente, uma fam�lia de japoneses preserva os 36 hectares, mas h� interesse em negociar a �rea com intuito de manter o ecossistema.

Segundo a assessoria das fam�lias ind�genas, antes do rompimento da barragem eles viviam na �rea rural de S�o Joaquim de Bicas, �s margens do Rio Paraopeba.
Ap�s a trag�dia, os moradores ficaram sem �gua e passaram a ter intoxica��es, problemas respirat�rios, al�m de alergias causadas pela contamina��o do rio.
Toda a situa��o obrigou as fam�lias a se mudarem para a cidade. H� cerca de um ano, eles est�o vivendo no Bairro Jardim Vit�ria, Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, e sobreviviam vendendo artesanato e recebendo aux�lio da Vale, por�m h� dois meses a ajuda foi cancelada.
Com a ocupa��o desta quarta, cerca de 100 pessoas do povo Patax� tomaram posse da terra, por meio da doa��o de 70% do territ�rio pela AMCNB e agora aguardam retorno da mineradora Vale para negociar 30% do valor restante.
“Queriam que a Vale conseguisse um novo territ�rio para se instalarem, mas ainda n�o tiveram retorno e precisaram procurar um local por conta pr�pria”, disse a assessoria dos ind�genas.
Segundo o diretor administrativo da Associa��o Mineira de Cultura Nipo-Brasileira, Ant�nio Hoyama, a doa��o beneficiou tanto a reserva quanto os �ndios, j� que o local est� sendo invadido por ‘grileiros’ desde 2010.

“As invas�es come�aram em 2010, aos poucos foram aumentando e fomos recebendo den�ncias. Comunicamos o Minist�rio P�blico e todos os �rg�os governamentais, fizemos at� boletim de ocorr�ncia. Temos um processo na Justi�a, que j� chega a 710 p�ginas, com 30 invasores indiciados, mas o juiz n�o deu senten�a at� hoje. Os grileiros tamb�m t�m advogados e entram com recurso, o processo est� desde 2016”, disse o diretor.
“Ent�o, negociamos com os �ndios, porque eles perderam o local que moravam por causa do rompimento da barragem de Brumadinho. Doamos 70% e o pagamento de 30% est� condicionado a quando eles receberem indeniza��o da Vale. No momento, eles n�o t�m dinheiro algum, ent�o essa troca atendeu aos objetivos nossos e deles", explicou Hoyama.
"Agora eles ter�o prote��o da Pol�cia Federal e da Funai para morar, e a mata vai virar terra ind�gena. Com isso, o processo precisa acabar, n�o tem como ter demanda judicial sobre terra ind�gena. A partir de hoje o terreno pertence ao Grupo Ind�gena Katuram�”, finalizou Ant�nio Hoyama.
A reportagem entrou em contato com a Vale para saber se h� previs�o de indeniza��o ao grupo ind�gena, mas ainda n�o obteve retorno.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina