
Quase seis meses depois de vir � tona um esquema de fura-fila da vacina��o contra a COVID-19 realizado na garagem de uma empresa de �nibus de Belo Horizonte, a Pol�cia Federal (PF) concluiu que o grupo, composto por empres�rios, pol�ticos, familiares e outras pessoas da alta sociedade do estado, caiu em um golpe.
A subst�ncia aplicada por uma falsa enfermeira n�o era um imunizante contra o coronav�rus. O inqu�rito est� na fase final.
Na �poca, em mar�o, apenas idosos e profissionais da sa�de recebiam a imuniza��o no pa�s. A suspeita � de que quem pensou ter furado a fila recebeu soro fisiol�gico.
A cuidadora de idosos que se passava por enfermeira, Cl�udia M�nica Pinheiro Torres, que chegou a ser presa e liberada, al�m do filho e do genro dela, j� foram indiciados por associa��o criminosa e falsifica��o. A reportagem da r�dio diz que, com a conclus�o do inqu�rito, eles devem responder por falsifica��o de medica��o e forma��o de quadrilha.
Os irm�os R�mulo e Robson Lessa, donos da Saritur e suspeitos de organizar a vacina��o clandestina na garagem de �nibus, podem ser indiciados por realizar a aplica��o sem regras m�nimas de seguran�a para a sa�de das pessoas.
Ainda de acordo com a
CBN
, os investigadores acreditam que mais de mil pessoas possam ter ca�do no golpe. Centenas foram ouvidas como testemunhas mas podem sair sem puni��o, uma vez que n�o compraram vacinas verdadeiras.
Ainda considerando que n�o eram imunizantes verdadeiros, o caso sai da esfera federal para ser julgado pela Justi�a Estadual de Minas Gerais.
Ainda considerando que n�o eram imunizantes verdadeiros, o caso sai da esfera federal para ser julgado pela Justi�a Estadual de Minas Gerais.
Relembre o caso
Cl�udia teria sido contratada por Robson Lessa e R�mulo Lessa para aplicar a suposta vacina contra a COVID-19 em um grupo superior a 80 pessoas. O suposto imunizante teria sido fornecido pela mulher.
Segundo a revista
Piau�
, em reportagem publicada em 24 de mar�o, Cl�udia cobrava R$ 600 por doses do que afirmava ser da vacina.
O filho da falsa enfermeira prestou depoimento � PF
em 5 de abril, suspeito de ser o respons�vel pelo recebimento dos pagamentos, que ocorriam, muitas vezes, via Pix.
Uma das pessoas que teria recebido a aplica��o, segundo a revista, � o ex-senador Cl�sio Andrade. A PF apreendeu uma lista com mais de 80 nomes de pessoas que teriam passado pelo procedimento, mas o nome de Cl�sio Andrade n�o consta nela.
Dilig�ncias feitas pela Pol�cia Federal encontraram na casa de Cl�udia de Freitas ampolas de soro fisiol�gico. Na ocasi�o, as autoridades constataram que a mulher atendia tamb�m em domic�lio.
De acordo com as investiga��es, um dos bairros em que ela mais fez 'atendimentos' – em casas e apartamentos – foi o Belvedere, de classe alta, no Centro-Sul de BH.
Em 6 de abril, a r�dio
Itatiaia
divulgou que o esquema clandestino de vacina��o contra a COVID-19 teria come�ado no dia 5 de mar�o, em um condom�nio do Bairro Gutierrez. Pelo menos tr�s fam�lias teriam recebido aplica��es a R$ 600 cada.
A r�dio afirmou que h� registros de Cl�udia entrando no pr�dio nos dias 5, 17 e 22 de mar�o, antes do caso da vacina��o na garagem. Um v�deo obtido pela reportagem mostra a suspeita entrando no pr�dio do Gutierrez. As imagens foram analisadas pela Pol�cia Federal.