BH chega ao per�odo chuvoso com parte das obras prontas e pontos de desafio

Depois da seca, a chuva. Com mais de 60 pontos principais de alagamentos, Belo Horizonte entra na temporada chuvosa ainda em obras para evitar grandes estragos. A maior parte desses pontos se encontra nos extremos do mapa: Barreiro e Venda Nova. E � justamente nesses locais que interven��es para evitar danos � popula��o s�o indispens�veis e necessitam correr contra o tempo. As obras avan�am, mas a solu��o definitiva, em alguns casos, ainda trope�a em obst�culos e nem sempre depende exclusivamente da prefeitura. Em um dos grandes corredores de BH, a Avenida Tereza Cristina, a expectativa de controle das inunda��es est� ligada a obras do governo do estado no C�rrego Ferrugem – na capital e na vizinha Contagem , ainda sob embargos judiciais relativos � desapropria��o de im�veis na �rea.

A Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) contabiliza pelo menos oito grandes obras de preven��o a enchentes j� conclu�das e outras nove ainda em andamento. Um dos principais pontos de aten��o � a Avenida Tereza Cristina devido aos transbordamentos do Ribeir�o Arrudas, que se torna risco iminente de trag�dias e preju�zos. Por l�, a prefeitura est� construindo a Bacia das Ind�strias, que promete mitigar os impactos das chuvas na Regi�o Oeste e Barreiro.

 

“A bacia ser� capaz de deter 120 milh�es de litros de �gua, liberando esse volume aos poucos para n�o sobrecarregar o canal do Ribeir�o Arrudas”, explicou a Sudecap. O investimento � de R$ 28,9 milh�es, mas ainda n�o ser� neste per�odo chuvoso que os moradores v�o poder ver se a estrutura funciona. Segundo a prefeitura, a previs�o � que a obra seja conclu�da no 1º semestre de 2022.

Outras interven��es para minimizar o problema das enchentes j� est�o conclu�das. De acordo com a PBH, foram implantadas duas bacias no c�rrego T�nel/Camar�es na Regi�o do Barreiro, que tamb�m faz parte da bacia do Arrudas, capazes de reter 400 milh�es de litros de �gua. Foram conclu�das tamb�m as bacias de deten��o da primeira etapa do C�rrego Olaria/Jatob� (que ter� capacidade de reter 250 milh�es de litros quando as duas etapas estiverem conclu�das), e a bacia de deten��o do C�rrego Bonsucesso (com capacidade de 250 milh�es de litros).

“Essas obras da prefeitura diminuem de maneira expressiva os impactos das chuvas na regi�o da Avenida Tereza Cristina. Entretanto, ainda assim, para reduzir o risco das inunda��es nessa avenida, tamb�m � necess�ria a conclus�o das interven��es no C�rrego Ferrugem em Contagem, iniciadas pelo governo do estado, nas quais estavam previstas a constru��o de tr�s bacias de deten��o”, informou a PBH.

DESAPROPRIA��ES O acordo, firmado em maio, prev� o repasse de recursos aos munic�pios de Belo Horizonte e Contagem, pelo governo de Minas, prev� obras nas duas cidades, todas no C�rrego Ferrugem: a constru��o de duas bacias de conten��o em Contagem, al�m de uma bacia e um parque linear na capital mineira. As obras ser�o financiadas com recursos do termo de repara��o da Vale.

Por ora, trope�am em embargos judiciais. O que est� embargado, segundo o governo do estado, s�o as desapropria��es dos terrenos no C�rrego Riacho das Pedras, em Contagem. “Quatro acordos encaminhados pela Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais (AGE-MG) ao Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) foram homologados pelo Centro de Solu��o de Conflitos e Cidadania (Cejusc)”, informou o governo de Minas. “S�o a��es envolvendo a desapropria��o de im�veis com ocupa��o irregular na Vila Ita�, em Contagem, e que impedem a continua��o do conjunto de obras que pretendem impedir as sucessivas enchentes causadas pelo C�rrego do Ferrugem, na divisa com Belo Horizonte.”

Segundo o governo, a expectativa � que outros acordos sejam homologados nos pr�ximos meses, pois a AGE, por meio da Procuradoria de Autarquias e Funda��es (PAF), solicitou o envio ao Cejusc de aproximadamente 100 a��es que envolvem desapropria��o com ocupa��o irregular no entorno do Ferrugem. As obras s� poder�o ter in�cio depois desse processo.

PONTOS DE ATEN��O Na Avenida Vilarinho, em Venda Nova – outro local com hist�rico de alagamentos e at� mesmo mortes –, uma obra est� em andamento para instalar caixas de capta��o de �gua e diminuir os problemas. Al�m dos investimentos em obras, a cidade precisa estar atenta a outras formas de prevenir enchentes, como a manuten��o de bacias de deten��o, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de c�rregos e conten��o de encostas. A prefeitura informou que mant�m aten��o e esfor�os nesse sentido, al�m do trabalho preventivo de alerta e conscientiza��o dos moradores das �reas de inunda��o da cidade. “H� ainda um Sistema de Monitoramento Hidrol�gico capaz de subsidiar as a��es de alerta e enfrentamento do risco de inunda��es, bem como acionar planos de bloqueio de vias durante as chuvas de maior intensidade”, afirmou.

CELERIDADE O prefeito Alexandre Kalil (PSD), e o secret�rio de Obras e Infraestrutura de BH, Josu� Valad�o, se reuniram, em 14 de setembro, com os coordenadores das nove regionais administrativas da capital justamente para discutir medidas para garantir a seguran�a da popula��o durante o per�odo chuvoso. Segundo informou o Executivo municipal, por meio de sua assessoria de imprensa, "o prefeito cobrou celeridade nas obras, sobretudo as de recapeamento, podas e supress�es de �rvores para evitar acidentes".

Como resultado, os coordenadores ficaram de levantar vias com prioridade de recapeamento. O mesmo vale para as �rvores. Cada gestor deveria enviar as listas ao secret�rio Josu� Valad�o. O intervalo de chuvas iniciado neste m� segue at� meados de mar�o de 2022. No pen�ltimo per�odo de cheias, BH encarou recorde de precipita��es e boa parte da cidade ficou destru�da.

Muita chuva

 

Balan�o divulgado ontem pela Defesa Civil da capital mineira mostra que, em apenas 10 dias, choveu na Regi�o Noroeste todo o volume previsto para os 31 dias de outubro. Segundo o �rg�o, a m�dia climatol�gica do m�s em Belo Horizonte � de 104,7mm. Mas, at� as 7h de ontem, a Regi�o Noroeste j� havia registrado um volume de 105,2 mm. Outra regi�o que registrou um volume consider�vel de chuva nos 10 primeiros dias de outubro foi a do Barreiro, com 78,4mm. O n�mero representa 74,9% da m�dia prevista para o m�s. Um pouco atr�s est� a regional Oeste, com 74mm de chuva, o que significa 70,7% do volume m�dio esperado. Por outro lado, a Regi�o Norte foi a que teve o menor registro de chuva, com apenas 24,2 mm, o que representa 23,1% da m�dia mensal. Hoje, previs�o do Climatempo � de dia chuvoso, com temperaturas entre 15 e 20 graus e umidade relativa do ar de 90%.