
Os ataques foram direcionados contra pessoas que residem em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e aconteceram na quinta-feira (28/10) e na sexta-feira (29/10). As v�timas registraram boletins de ocorr�ncia junto � Pol�cia Militar e produziram provas das agress�es por meio de prints (capturas de tela) e v�deos.
“Eu senti um misto de sentimentos. Fiquei com muita raiva, mas tamb�m senti muito nojo. N�o acredito que passei por isso. Sinto-me in�til por n�o saber quem �”, desabafa a estudante, acreditando que o agressor utilizou um perfil falso para praticar os crimes.
O ataque aconteceu ap�s Graziele tentar defender um amigo, que foi chamado pelo agressor de “pintoso” e “afeminado”, al�m de receber coment�rios sobre seu �rg�o genital. “Meu amigo pediu para bloque�-lo e denunci�-lo na rede social. No entanto, antes disso, eu publiquei um coment�rio no Instagram dele para que outros soubessem o que ele tinha feito. Foi a� que ele me enviou a primeira mensagem privada”, conta a estudante.
Graziele explica que inicialmente, em mensagem de texto, o indiv�duo foi muito educado, mas n�o queria continuar a conversa escrevendo ou enviando �udio. “Por que voc� est� me acusando de homofobia? Posso te ligar?”, escreveu o homem no primeiro contato com a jovem.
“Creio que a inten��o fosse n�o deixar provas dos crimes. Por isso, ele foi muito insistente em fazer uma liga��o [chamada de voz pela rede social]. Eu n�o queria atender, mas acabei cedendo. No entanto, fiquei desconfiada e acionei a grava��o de tela por meio de um aplicativo do meu celular. Deste modo, consegui registrar as ofensas”, explica a estudante, que, al�m de publicar a grava��o nas redes sociais, registrou um boletim de ocorr�ncia junto � PM na �ltima quinta-feira.
A publica��o de Graziele em seu perfil no Instagram, com o flagrante das agress�es, gerou uma onda de revolta e, segundo ela, foi desta forma que outras v�timas identificaram o criminoso e entraram em contato com ela. Uma dessas pessoas foi o estudante Gabriel de Paula, de 20 anos.
Na madrugada do dia 25 de outubro, o homem encaminhou uma mensagem privada, acompanhada de uma foto do jovem em um parque aqu�tico, e fez cr�ticas ao seu corpo. “Fa�a uma dieta e uns exerc�cios. Olha o tamanho da barriga. As banhas todas molengas. Que corpo nojento. Lugar de porco, baleia e elefante n�o � na piscina, mas no zool�gico”, escreveu.
Na oportunidade, Gabriel registrou um boletim de ocorr�ncia, mas voltou a ser atacado com coment�rios homof�bicos pelo mesmo indiv�duo na madrugada da �ltima sexta-feira.
"Quando vi a publica��o da Graziele no Instagram falando o que aconteceu com ela, eu publiquei um coment�rio no perfil dele pedindo que todos tomassem cuidado, pois ele estava atacando as pessoas. Da�, ele n�o gostou e, novamente, me mandou mensagens privadas. Desta vez, al�m das cr�ticas ao meu corpo, ele fez coment�rios homof�bicos e amea�as de morte”, explica o estudante.

Logo, o agressor disse que a v�tima, por ser homossexual, deveria morrer e que sua orienta��o sexual � resultado de “falta de porrada”. Al�m de ofensas aos demais membros da fam�lia, o homem voltou a repetir o que disse para as demais v�timas: que caso o encontrasse na rua, o mataria.
Questionada pela reportagem, a Pol�cia Civil de Minas Gerais, por meio de sua assessoria, confirmou o recebimento das den�ncias feitas por Graziele e Gabriel e disse que foi instaurado procedimento para apura��o dos fatos. “At� o momento, n�o houve suspeito conduzido. As investiga��es seguem na Delegacia de Pol�cia Civil em Juiz de Fora”, finaliza a institui��o, em nota.