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Estado de Minas TRAG�DIA

'Foram tr�s fam�lias dilaceradas', diz irm� de v�tima de carro soterrado

Ve�culo foi encontrado no condom�nio Retiro do Chal�, em Brumadinho, na �ltima segunda-feira (10/1); cinco pessoas morreram


11/01/2022 19:51 - atualizado 11/01/2022 21:26

A família Henrique, Deisy, Vitor e Ana e o primo Geovane
A fam�lia Henrique, Deisy, Vitor e Ana e o primo Giovani (foto: Reprodu��o Rede Sociais )
"Nosso mundo desabou. Foram tr�s fam�lias dilaceradas. Muita trag�dia para pouca fam�lia. Fomos destru�dos". O desabafo � da funcion�ria p�blica Patr�cia Ferreira, irm� de Giovani Vieira Ferreira, 42, que conduzia o carro que acabou soterrado por uma encosta que desceu no Retiro do Chal�, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana, neste s�bado. Ele e outras quatro pessoas, todas da mesma fam�lia, morreram na trag�dia. 

Saiba mais: Retiro do Chal�: corpos de fam�lia soterrada em carro s�o liberados

Al�m de Giovani, estavam no ve�culo o primo dele, Henrique Alexandrino dos Santos, 41, Deisy L�cia Cardoso Alexandrino Santos, 40, e as crian�as Vitor Cardoso, 6 e Ana Alexandrino Santos, 3. Eles desapareceram no �ltimo s�bado (8/1), quando sa�ram de Paula C�ndido, na Zona da Mata, onde comemoraram o fim de ano, em dire��o ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. 

Giovani estava dirigindo, e apenas o casal e os filhos embarcariam em um voo para o Mato Grosso, onde moravam. O objetivo era a seguir pela BR-040. Mas, com o transbordamento do dique de conten��o de �gua da barragem da Vallourec, pr�ximo ao condom�nio Alphaville, a rodovia estava com o tr�nsito impedido. “Quando a gente ficou sabendo da queda da barragem, meu tio avisou o que tinha acontecido. Eles estavam cientes”, disse Patr�cia.

Assim, a fam�lia tentou pegar um atalho descendo a Serra da Moeda, a partir do Retiro do Chal�, quando desapareceu. 

O ve�culo foi visto pela �ltima vez no ped�gio de Itabirito, na Regi�o Central de Minas, por volta das 15h do s�bado. Patricia conta que essa foi a �ltima not�cia concreta que a fam�lia teve das pessoas que estavam no carro.

As investiga��es

“Meu irm�o at� acessou o WhatsAapp �s 15 horas da tarde. Depois disso, n�o tivemos mais not�cias. Come�amos a ficar preocupados porque n�o conseguiamos entrar em contato com eles”, relata Patr�cia.

“A gente tinha esperan�a, porque n�o tinha nenhum registro de acidente. Mas estava tudo muito confuso”, detalha.

Para Patr�cia, a espera pelo processo de investiga��es foi dolorida. A pol�cia foi acionada logo nas primeiras horas do desaparecimento. “Quando deu 24 horas sem resposta, fizemos a ocorr�ncia.”

Ela conta que recebeu ajuda de v�rias pessoas durante as investiga��es. “Era um contato que falava com o outro. Pessoas nas redes sociais. Mas a agonia ia s� aumentando e aumentando”.

Na manh� da �ltima segunda-feira (10/1), a pol�cia recebeu as coordenadas do celular das v�timas que estavam no carro e seguiu para Brumadinho. “A gente ficou naquela esperan�a. At� que achou, perto de um riacho, o corpo da Ana. E nosso mundo desabou”. 

Para Patricia, naquele momento, a fam�lia do seu pai, Jos�, de seu tio, Gast�o, que � pai de Henrique e av� das crian�as, e a fam�lia de Deisy foram dilaceradas. 

Os familiares da professora, inclusive, j� lamentavam outra perda. H� 9 dias, Ana Cristina, a irm� mais velha de Deisy, que  tinha s�ndrome de Down, morreu aos 49 anos. “� muita fam�lia destru�da”, lamenta Patricia.  

O enterro das cinco vitimas ser� nesta quarta-feira (12/1), �s 11h. O vel�rio ser� no Gin�sio Esportivo, em Paula C�ndido.

Sempre disposto a ajudar

Patr�cia descreve o irm�o como um homem prestativo e atencioso. “Ele estava sempre pronto para ajudar as pessoas”, contou. Ap�s o an�ncio da morte de Giovani, ela recebeu v�rias liga��es de agradecimento.

“As pessoas me falaram que ele as ajudou. Ele era muito prestativo. N�o � porque � meu irm�o, mas ele tinha um cora��o muito bom”, falou, com gratid�o.

A viagem do �ltimo s�bado, inclusive, era uma ajuda ao primo Henrique. Giovani era motorista profissional e, por isso, sua fam�lia confiava nele ao volante. 

“A vida dele era dirigir. Falou que era viajar, ele largava tudo e ia”, contou Patricia. 

“Mesmo com o tempo chuvoso, ele se disp�s a levar o Henrique para o aeroporto. Meu tio confiava nele porque ele era um bom motorista. O mundo poderia estar caindo, ele sairia para ajudar a pessoa”.

Apesar da forte chuva, o casal precisava embarcar no voo. “Estava chovendo muito. Mas a passagem j� estava marcada e Deisy e Henrique tinham compromisso no Mato Grosso nesta semana. Tinha um m�s que eles estavam aqui em Minas, e eles precisavam voltar”, contou Patricia.

Deisy foi homenageada pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), onde atuou por seis anos na Unidade de Aquidauana, e pela Sociedade Brasileira de Recursos Gen�ticos (SBRG). "Agradecemos sinceramente � Deisy pelo comprometimento junto aos recursos gen�ticos. Nos solidarizamos e oramos junto com a fam�lia", escreveu a SBRG. 

Henrique e os filhos tamb�m foram homenageados nas redes sociais por familiares, amigos e entes queridos.  

Alegria em reencontros

As festas de fim de ano foram cheias de risos e rodas de conversa. Patricia conta que os primos paternos se reuniram para relembrar casos da inf�ncia que viveram juntos em Paula C�ndido, uma cidade de 9 mil habitantes.

“Eu e o Giovani moramos na casa da minha v� e o Henrique do lado. Ent�o, a gente foi criado como irm�o”, contou a prima. “O Henrique era muito brincalh�o. Aprontava demais da conta. Era aquela crian�a sapeca e se tornou um pai de fam�lia muito s�rio. Mas quando a gente sentava para contar os casos, era muito bom”.

H� seis anos, Henrique e Deisy deixaram o interior de Minas para morar no Mato Grosso. Mas, apesar da dist�ncia f�sica, o amor entre os primos continuava o mesmo. Por isso, todo encontro era motivo de muita felicidade. 

“Por causa da pandemia, tinha dois anos que Henrique e Deisy n�o vinham”, disse Patr�cia. A vinda para as festas de fim ano era especial para todas as fam�lias. 

“A gente juntou mas nem foto lembramos de tirar. Quando a gente tava junto era s� contar caso. �ramos muito pr�ximos”, contou. 

Agradecimento

Patr�cia ainda agradece, em nome das fam�lias, � todas as pessoas que ajudaram durante a investiga��o do acidente, aos moradores de Paula C�ndido, ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e a Pol�cia Militar. 

“Voc�s n�o mediram esfor�os para buscar resposta. Nosso agradecimento. Que Deus possa aben�oar voc�s”, concluiu, emocionada. 


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