Interdi��o em trecho da BR-262 causa transtorno a motoristas e moradores

Uma interdi��o total no km 96 da BR-262, no limite da cidade de Abre Campo, cidade da Regi�o da Zona da Mata de Minas Gerais, leva transtorno aos motoristas que, por exemplo, fazem o trecho Belo Horizonte-Vit�ria, capitais mineira e do Esp�rito Santo, respectivamente. A reportagem do Estado de Minas esteve no local nesta ter�a-feira (25/1) e se deparou com os motoristas precisando encontrar alternativas diante do transtorno.

O km 96 da BR-262 foi interditado por conta de um grande afundamento na pista, em virtude das chuvas que atingiram a regi�o. O afundamento, inclusive, chegou a prejudicar um bairro de Abre Campo, que precisou ser evacuado em certa medida. N�o h� previs�o para que a circula��o neste trecho, interditado nessa segunda-feira (24), seja retomada.

"As equipes do Dnit monitoraram o trecho durante toda a semana para avaliar o comprometimento da rodovia, devido � grande movimenta��o de terra com reflexos na estrutura da rodovia", informou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que tamb�m diz que o trecho seria sinalizado, o que foi constatado pela reportagem.

Adilson Martins, que seguia de Bras�lia, capital federal, para Guarapari, cidade do litoral capixaba e muito visitada por conta das praias, disse que n�o sabia da interdi��o e que agora precisar� se informar sobre desvios para seguir viagem. O motorista tamb�m afirma que n�o viu a sinaliza��o da interdi��o e foi pego de surpresa.

"N�o sab�amos da interdi��o, paramos v�rias vezes para lanchar e ningu�m avisou, n�o. N�o vi cartaz, nada dizendo que havia interdi��o neste ponto n�o. Vou procurar me orientar aqui, pedir informa��o para ver qual melhor meio para acessar a BR-262 novamente, a partir deste ponto", afirmou ao Estado de Minas.

J� Lucas Nogueira, que passa pelo trecho a trabalho, precisa estacionar o carro antes da interdi��o e, a p�, fazer o servi�o. Ele trabalha em um laborat�rio e transita entre Abre Campo e Rio Casca, cidade separadas por 27,3 km na BR-262.

"Estou indo pegar material que foi coletado aqui hoje e levar a Rio Casca para realizar os exames, mas est� complicado. Tem que parar o carro ali atr�s, vir andando para poder pegar o material e voltar andando. E o pior � que n�o tem nem previs�o para libera��o da estrada. Hoje � o primeiro dia, porque interditou foi ontem, ent�o hoje � o primeiro dia", disse, � reportagem.

Um dos desvios sugeridos no sentido BH-Vit�ria se d� passando justamente por Rio Casca, passando depois pelas cidades mineiras de Raul Soares, Caratinga e Realeza, quando retorna � BR-262. O outro � por uma estrada de terra em condi��es muito ruins, com entrada do sentido BH-Vit�ria a cerca de 2 km antes de chegar a Abre Campo. S�o 17 quil�metros de uma estrada com baixa qualidade de sinal para celular e que pode demorar at� uma hora.

 

 

 

 

A cidade de Abre Campo, vizinha da BR-262, sofreu diretamente com o afundamento do asfalto. Moradores, inclusive, afirmam que o problema aconteceu a partir de problemas no Rio Santana, que corta a cidade, e come�ou a ceder o asfalto da regi�o.

 

"N�o � a pista que causou tudo, foi o bairro que foi abaixo, e isso que afundou a pista, isso que ocasionou. Est� uma situa��o triste, o asfalto est� cedendo muito, s�o quatro a cinco cent�metros de dilata��o por dia na BR, mas a parte de baixo do asfalto est� cedendo muito mais. Cerca de 20 fam�lias moravam ali, todos tiveram que sair de casa, tinha uma que estava mais resistente, mas o bairro est� abandonado", disse, H�lio Mendes, de 23 anos, que tamb�m teve que deixar sua casa. 

 

O bairro afetado se chama C�rrego S�tio da Conquista e, com o risco geol�gico, cerca de 20 a 30 fam�lias precisaram sair de casa. H�lio Mendes diz que a prefeitura ofereceu o aluguel social por tr�s meses e que, depois de passado este tempo, n�o se sabe o qeu vai acontecer.

 

"A prefeitura ofereceu tr�s meses de aluguel social, conseguimos uma reuni�o com Executivo e Legislativo mas sa�mos sem nada deste encontro, n�o tivemos nenhuma outra a��o emergencial. Quem n�o est� em casa de familiar est� no aluguel social, e aqueles que n�o tiverem condi��o n�o sabem o que vai fazer e quem tiver vai seguir pagando aluguel", afirmou.

 

Outra moradora que precisou deixar sua casa � Maria Carvalho Fernandes, de 49. Ela foi para a casa de uma amiga e n�o sabe o que vai acontecer ap�s o fim do aluguel social, j� que afirma n�o ter condi��es de pagar esta quantia mensal.

 

"Est� dif�cil, est� todo mundo sem saber o que fazer. Estou h� 15 dias fora de casa, sa�mos sem saber onde ir, e um amigo arrumou a casa, mas estamos sem saber o que fazer. A casa estava reformando e, na hora de pintar, come�ou a ceder, e s�o mais ou menos 20 fam�lias l� no S�tio da Conquista", diz.

 

A Prefeitura de Abre Campo, por meio do prefeito Vitinho (MDB) e do secret�rio de Administra��o M�rcio Vcitor, manifestou-se. "No dia 9, assim que tomei conhecimento da situa��o do C�rrego S�tio da Conquista, loteamento n�o regularizado, decretei situa��o de emerg�ncia e entrei em contato com minha equipe de secret�rios e com a Defesa Civil do Munic�pio de Abre Campo para que verificassem a situa��o daquela localidade e tomassem as provid�ncias necess�rias. Encarreguei o secret�rio de Administra��o M�rcio Victor para que coordenasse os trabalhos, pelo conhecimento e experi�ncia, pois governou o munic�pio por dois mandatos, enfrentando em sua gest�o diversos problemas decorrentes das chuvas, inclusive a maior enchente da hist�ria do munic�pio", diz o prefeito.

 

“Na madrugada do mesmo dia que me foi encarregado o trabalho, realizei uma visita por toda localidade para tomar conhecimento dos problemas. Nossa primeira preocupa��o foi a retirada das fam�lias da zona de risco. Em seguida, encaminhamos as fam�lias para a Secretaria de Desenvolvimento Social do Munic�pio para recebimento do aluguel social e cedemos o transporte para retirada dos pertences dos moradores. No C�rrego S�tio da Conquista, foram atendidas 26 fam�lias, no Bairro Cantinho do C�u uma fam�lia e no povoado da Cachoeira do Livramento tamb�m uma fam�lia. No total foram atendidas 28 fam�lias, sendo 80 pessoas com atendimento psicol�gico individual ou coletivo", diz o secret�rio.

 

"Solicitei � Defesa Civil que providencie o acompanhamento di�rio da situa��o juntamente comigo. No dia 15, as rachaduras evolu�ram, chegando a atingir a BR-262, foi quando a Defesa Civil informou ao Dnit a situa��o. Na sexta, dia 21, a pedido dos moradores, participamos de uma reuni�o na C�mara Municipal, onde tranquilizamos os mesmos e falamos que o munic�pio est� estudando uma forma de atender as demandas decorrentes dos acontecimentos e que seria necess�rio terem calma e paci�ncia, pois existem leis a serem cumpridas. O munic�pio continua acompanhando diariamente e tomando todas as medidas dentro da legalidade para amenizar os impactos causados pelas chuvas", completou.