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Estado de Minas COVID-19 EM MINAS

Coronav�rus desfalca equipes e eleva press�o nos hospitais

Em plena escalada de casos, afastamento de profissionais contaminados compromete escalas, sobrecarrega colegas e abre corrida por contrata��o


28/01/2022 06:00 - atualizado 28/01/2022 07:27

Movimento de ambulâncias e de profissionais de saúde
Movimento de ambul�ncias e de profissionais de sa�de na Santa Casa (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Com o aumento de casos de COVID-19 e a ocupa��o de leitos de UTI cada dia maior, o adoecimento dos profissionais de sa�de acende alerta no estado de Minas Gerais. � o que afirmou, no fim da manh� de ontem (27/1), o secret�rio de Sa�de de Minas, F�bio Baccheretti, em coletiva de imprensa.  O risco � que a assist�ncia fique comprometida. "H� dificuldade na manuten��o da escala. Muitos afastamentos est�o acontecendo. Tem institui��o da Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que suspendeu as f�rias de alguns servidores para manter a escala. Ent�o, h� um grande esfor�o do estado para garantir a assist�ncia", disse.

 

Ontem, pela segunda vez desde mar�o de 2020, quando a pandemia da COVID-19 se instalou em Minas Gerais, o estado ultrapassou a marca de 30 mil novos casos confirmados em 24 horas, sendo que o n�mero foi alcan�ado pela primeira vez na quarta-feira (27/1).  Conforme o boletim da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), o n�mero de casos confirmados entre quarta-feira e ontem � de 34.420. Nesse per�odo, houve mais 55 �bitos em decorr�ncia da doen�a.

 

Um t�cnico de enfermagem que trabalha no Hospital das Cl�nicas, que fica na Regi�o Leste de Belo Horizonte, relatou os momentos dif�ceis das �ltimas semanas devido ao aumento do n�mero de casos de COVID-19, provocados principalmente pela variante �micron, que pressionou o sistema de sa�de. Questionado sobre a situa��o do aumento no n�mero de afastamentos de profissionais de sa�de, confirmou o quadro e relatou que em sua equipe de 14 profissionais, sete atuavam ontem e os outros sete estavam afastados por ter contra�do a doen�a.

 

E esse n�mero, segundo ele, "est� bom, razo�vel", tendo em vista que no in�cio do ano houve momento em que apenas dois profissionais atendiam, enquanto 10 estavam afastados. Ele mesmo precisou ficar em casa recentemente por 10 dias, por suspeita de infec��o por COVID-19. O t�cnico ainda relatou que a sobrecarga de trabalho gerada pelas redu��es de pessoal ocasiona tamb�m afastamentos por esgotamento, com profissionais cansados e no limite, especialmente nas �ltimas tr�s semanas.

 

Licen�as e sele��o


Movimento de profissionais de saúde
Contamina��o pelo coronav�rus tem provocado onda de licen�as m�dicas e estresse. Na foto, entrada do HPS, em Belo Horizonte (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
No per�odo entre 1º de dezembro e 23 de janeiro, a Fhemig contabilizou 613 solicita��es de licen�a de servidores para tratamento de sa�de por apresentarem sintomas gripais. Desse n�mero, 207 casos foram notifica��es de COVID-19. O quadro da Fhemig � composto por cerca de 13 mil servidores, administrativos e assistenciais, em suas 21 unidades. Segundo a funda��o, os afastamentos por COVID-19 ''permanecem na m�dia desde que come�ou a pandemia''. Ainda segundo a Fhemig, os casos recentes s�o mais leves por causa da vacina��o dos profissionais, mas requerem isolamento pelo tempo prescrito nas diretrizes de enfrentamento ao coronav�rus.

 

Ontem, a Fhemig abriu chamamentos emergenciais e processos seletivos. S�o 77 vagas para profissionais que v�o atuar em unidades na capital e no interior. A maioria das vagas � para a �rea assistencial, mas h�, tamb�m, cargos em fun��es administrativas.

 

De acordo com o governo de Minas, 102 novos leitos de enfermaria adulta ser�o abertos nos hospitais da rede em Belo Horizonte. Dez leitos de UTI pedi�trica foram abertos no Hospital Jo�o Paulo II. Outros 10 leitos de terapia intensiva adulta ser�o instalados nas demais unidades da capital mineira.

 

A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) informou, por meio de nota,  que mant�m constante vigil�ncia do n�mero de casos e dos indicadores de monitoramento da pandemia para a��es futuras que se fizerem necess�rias, de modo a garantir assist�ncia adequada ao usu�rio do Sistema �nico de Sa�de (SUS-MG).

 

Barreira


Ao falar sobre a abertura de novos leitos na sexta-feira passada (21/1), o secret�rio municipal de Sa�de de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, apontou a dificuldade provocada pela falta de profissionais. “Fizemos uma reuni�o e os hospitais argumentaram que n�o conseguem abrir mais leitos por falta de profissionais. Tem hospital com leito vago porque n�o tem profissional de sa�de pra colocar l�", disse.  Na quarta-feira, a prefeitura informou que de 24 de dezembro de 2021 a 25 de janeiro de 2022, o munic�pio contratou 1.430 profissionais de sa�de, sendo 309 m�dicos em diversas especialidades.

 

N�meros apontados pelo coordenador geral do Sindicato dos Servidores P�blicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, d�o uma ideia do problema j� no atendimento prim�rio. Segundo ele, em Belo Horizonte, 1.400 profissionais da sa�de foram afastados por suspeita ou confirma��o de COVID em centros de sa�de e unidades de pronto-atendimento (UPAs) na primeira quinzena de janeiro. "Ou seja, ao mesmo tempo em que a demanda aumentou de forma gritante, n�s estamos tendo a redu��o de profissionais ao atendimento da popula��o", disse.

 

Outro fator preocupante apontado pelo sindicato � a dificuldade da prefeitura em fazer novas contrata��es. "Em dezembro, cerca de 600 t�cnicos e enfermeiros tiveram os contratos terminados sem renova��o.  Diante do aumento do atendimento, a secretaria conseguiu, at� agora, repor cerca da metade. Este � um momento muito delicado. Al�m de gerar o cansa�o, estresse, adoecimento dos profissionais, gera tamb�m uma demora no atendimento", apontou.  Israel ainda afirmou que a categoria marcou um ato simb�lico para a pr�xima segunda-feira (1º/2), na frente da UPA Norte.

 

Apesar dos problemas, os esfor�os para ampliar o n�mero de leitos prosseguem. Na quarta-feira, a administra��o municipal abriu mais 12 leitos de UTI COVID adulto e 10 pedi�tricos na Rede SUS-BH. Foram adicionados ainda 71 de leitos de enfermaria para adultos e 4 pedi�tricos. Ontem, foram instalados mais 35 leitos de enfermaria pedi�tricos. Desde o in�cio do m�s de janeiro, foram abertos pelo munic�pio 429 leitos de enfermaria COVID adulto e quatro pedi�tricos. Nas UTIs, foram adicionadas 44 vagas para adultos e outras 20 para crian�as. A prefeitura frisa que pacientes com quadros gripais, ainda sem resultado para a COVID-19, tamb�m podem estar internados nos leitos de UTI e enfermaria dedicados � doen�a, j� que os sintomas s�o semelhantes.

 

Rede particular


A press�o n�o se limita � rede p�blica de sa�de. A Unimed-BH, por exemplo, tamb�m precisou abrir 200 vagas de trabalho tempor�rias para a �rea assistencial da sua rede pr�pria em Belo Horizonte, Contagem e Betim. As vagas s�o para enfermeiro, t�cnico de enfermagem, analista de laborat�rio, atendente colhedor e auxiliar de atendimento ao cliente. A cooperativa informa ainda que, desse total, 50 vagas j� foram preenchidas esta semana. "A Unimed-BH refor�a que segue empenhada na reposi��o dos postos de trabalho e, at� o momento, vem conseguindo preencher as vagas e manter os servi�os funcionando normalmente, sem impacto no atendimento aos seus clientes", informou por meio de nota. A reportagem do Estado de Minas tentou contato com a assessoria dos hospitais Mater Dei e Madre Tereza, mas n�o obteve retorno at� a publica��o da mat�ria.

 

Quadro se repete por todo o pa�s

 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (SEEMG) n�o t�m dados de profissionais afastados por COVID-19 ou s�ndromes gripais atualmente, porque n�o h� notifica��o compuls�ria de afastamentos nem ao pr�prio Minist�rio da Sa�de. “Muitos est�o sendo afastados mas sem a devida notifica��o do motivo do afastamento”, informou Anderson Rodrigues, presidente do SEEMG. Mas a m�dia m�vel de casos, com forte eleva��o, d� uma ideia do problema.

 

De acordo com o Observat�rio da Enfermagem, gerido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), ontem, a m�dia m�vel de casos entre os profissionais da �rea estava em 49, tendo sido confirmados 64 novos diagn�sticos de COVID-19 em 24 horas. O n�mero aumentou exponencialmente nas �ltimas semanas, j� que janeiro come�ou com a m�dia em 7, patamar que estava estabilizado desde junho de 2021.

 

Por outro lado, a m�dia m�vel de mortes n�o aumentou – est� paralisada em um �bito desde 7 de janeiro. Ainda assim, o Cofen refor�a que “esses dados n�o refletem com precis�o os afastamentos”, uma vez que sua atualiza��o depende do envio de levantamentos dos conselhos regionais (Corens) junto aos respons�veis t�cnicos, “sendo inevit�vel a subnotifica��o e delay”.

 

“Temos um panorama geral em que os profissionais de sa�de que atuam em ambientes hospitalares est�o se afastando com COVID, pela �micron, e gripe. O Observat�rio da Enfermagem tem alguns registros ainda um pouco t�midos. Dentro do nosso pr�prio sistema, temos alto �ndice de profissionais que j� se contaminaram com COVID-19 ou s�ndromes gripais. Em todo o pa�s, temos profissionais que j� foram afastados”, disse Eduardo Fernando, coordenador do comit� gestor da crise COVID-19 do Cofen.

 

Levantamento feito pelo Conselho Regional de Enfermagem de S�o Paulo (Coren-SP) espelha a press�o imposta a esses profissionais com a escalada da  variante �micron no Brasil, combinada ao surto de H3N2. De acordo com a pesquisa, quase 82% dos entrevistados disseram que est�o atendendo mais pacientes e 33% relataram que a jornada de trabalho aumentou.

 

“Quando tenho um profissional afastado, acabo sobrecarregando outro. Isso influencia tanto na sa�de do enfermeiro quanto na qualidade do atendimento ao paciente”, afirma Eduardo. “Enquanto a popula��o n�o se conscientizar de que o distanciamento social, a m�scara e a higieniza��o das m�os s�o necess�rios, nunca vamos conseguir combater esse v�rus”, acrescenta.

 

Diante do problema, conselhos de enfermagem se reuniram para adotar uma s�rie de medidas para conter a pandemia, como dar prioridade ao atendimento por agendamento ou on-line, seja por whatsapp ou e-mail. Eduardo diz que o Cofen tem recomendado insistentemente que os profissionais reforcem o uso de m�scaras e fa�am a higieniza��o das m�os.

 

 

Assembleia volta ao home office

 

Assembleia volta ao home office
(foto: Gladyston Rodrigues/em/d.a press)
O avan�o da COVID-19 por causa da variante �micron fez a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (foto) dar passos atr�s na flexibiliza��o de suas atividades e definir pelo retorno ao trabalho remoto a partir de segunda-feira. A ideia � dar continuidade aos trabalhos dos deputados estaduais e dos servidores administrativos, mas preferencialmente pelo home office. Trabalhadores do Legislativo j� vinham mostrando preocupa��o com o aumento de casos do coronav�rus –  na quarta-feira, o Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Sindalemg) enviou, aos deputados da diretoria da Casa, of�cio solicitando a volta ao trabalho remoto. As novas diretrizes da Assembleia foram definidas ontem, ap�s reuni�o entre os deputados da Mesa Diretora. O objetivo, segundo o Legislativo mineiro, � resguardar a prote��o de parlamentares, servidores, colaboradores e visitantes. "Mesmo com a ado��o dessas medidas, as atividades do Parlamento ser�o mantidas, garantindo o exerc�cio de suas fun��es constitucionais e preservando a seguran�a das pessoas", l�-se em trecho de comunicado emitido para oficializar a decis�o. 


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