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Estado de Minas DANO AMBIENTAL

PBH: 25 toneladas de piche j� foram recolhidos do c�rrego Sarandi

Prefeituras de BH e Contagem, desde s�bado (19), criaram barreiras de conten��o do material para evitar contamina��o da Lagoa da Pampulha


21/03/2022 12:32 - atualizado 21/03/2022 17:22

Sarandi sendo limpo por força-tarefa
Autoridades teriam negligenciado desastre, j� que os trabalhos come�aram de modo tardio, de acordo com Apolo Heringer Lisboa, idealizador do projeto Manuelz�o (foto: Leandro Couri/E.M/D.A Press)
A Prefeitura de Belo Horizonte, informou nesta segunda-feira (21), por meio de nota, que 25 toneladas de piche asf�ltico j� foram recolhidos no c�rrego Sarandi, ap�s mobiliza��es de conten��o do material para evitar contamina��o das �guas da Lagoa da Pampulha.

Desde s�bado (19), Belo Horizonte e Contagem criaram barreiras estrat�gicas ao longo do acesso do c�rrego, pr�ximo ao Parque Ecol�gico da Pampulha.

Neglig�ncia das autoridades 

O professor da UFMG, m�dico e idealizador do projeto Manuelz�o, Apolo Heringer Lisboa, afirmou que houve neglig�ncia por parte das autoridades no derramamento das 29,9 toneladas de piche asf�ltico, que amea�am a Lagoa da Pampulha, tendo em vista que os trabalhos de conten��o come�aram de forma tardia.

“Os respons�veis pelo Boletim de Ocorr�ncia (BO) e autoridades que estavam no acidente n�o tiveram o preparo para entender onde o material iria chegar, j� que escorreu pelo bueiro, entrando em um mundo subterr�neo e, logo, no caminho da chuva. Caso tivessem conhecimento sobre bacia hidrogr�fica, saberiam que o piche iria contaminar o c�rrego Sarandi”, disse.

Apolo afirmou que era necess�rio ter informado Belo Horizonte no momento do acidente, pois o c�rrego chega at� a Lagoa da Pampulha.

“A Defesa Civil devia ter agido, mobilizando o Corpo de Bombeiros e especialistas, atuando mais pr�ximo do desastre, para que o material n�o se espalhasse pelas �guas da bacia do ribeir�o. A liga��o deveria ter sido cortada imediatamente e, assim, o dano seria menor”, completou.

O professor da UFMG tamb�m falou sobre a dificuldade em conter o piche, pois, al�m do material se espalhar em c�rregos cobertos com cimento e asfalto, caso ocorra chuva, a situa��o pode piorar. “H� maiores problemas em conter o piche ainda quente e oculto, j� que o ribeir�o Sarandi est� canalizado e tampado em grande parte de Contagem. Por isso, caso o material resfrie, pode grudar nas galerias, diminuindo a vaz�o, o que torna a remo��o mais dif�cil e desencadeia alagamentos em dias de chuva", disse.  


Al�m disso, ressaltou que o caminh�o deveria estar devidamente acompanhado, j� que trazia v�rios riscos � popula��o. “O caminh�o carregava uma carga perigosa, j� que se trata de material t�xico e de alta temperatura — acima de 100 graus —, podendo ser derramado em um autom�vel ou pessoa. Ademais, ele estava transitando em uma via movimentada, sem prote��o especial, como a de batedores”, explicou.

De acordo com o criador do Manuelz�o, a contamina��o das �guas oferece risco n�o somente aos animais, que vivem no entorno da lagoa, como tamb�m a popula��o. “Muitos animais bebem �gua desses c�rregos, podendo ser contaminados. Al�m disso, muitas pessoas se alimentam dos peixes desses ribeir�es e usam as �guas para irrigar plantas, hortali�as e verduras que, muitas vezes, s�o vendidas nos sacol�es ”, contou.

Caso n�o seja contido, ainda segundo Apolo, o material pode alcan�ar o Rio das Velhas, o Rio S�o Francisco e, consequentemente, o Oceano Atl�ntico, causando danos ainda mais irrevers�veis.

A Prefeitura de BH (PBH), em nota, respondeu que “a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura j� est� realizando o monitoramento da qualidade da �gua. Ser� feita uma an�lise adicional para verificar poss�veis contamina��es em decorr�ncia do acidente”. J� a prefeitura de Contagem, at� o momento em que essa reportagem foi escrita, n�o deu nenhuma resposta.

Barreiras foram criadas em pontos estrat�gicos


As prefeituras de Belo Horizonte e Contagem v�o se reunir nesta segunda-feira (21), para analisar os impactos causados pelo derramamentoque amea�a a lagoa da Pampulha. Representantes v�o coletar informa��es para iniciar o processo de investiga��o, implementar medidas legais e avaliar como est� o andamento dos trabalhos.

Durante o final de semana, equipes da  Defesa Civil, Sudecap, Meio Ambiente e Funda��o de Parques da Prefeitura de Belo Horizonte, Copasa, Funda��o Estadual do Meio Ambiente, Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Contagem e Abipar estavam trabalhando para conter o vazamento e acompanhar os riscos ambientais.

A empresa respons�vel pelo desastre, a Ind�stria Nacional de Asfaltos S/A, contratou a empresa Ambipar para ajudar no bloqueio do material.

Para isso, foram criadas tr�s barreiras de conten��o em locais estrat�gicos. A primeira est� no “Ponto Zero”, onde ocorreu o acidente na Via Expressa, em Contagem. A segunda, no “Ponto Um”, que fica debaixo do entroncamento das avenidas Otac�lio Negr�o de Lima e Atl�ntida, em Belo Horizonte. E a �ltima, a “Ponto Dois”, a cerca de 150 metros � frente do “Ponto Um”, pr�ximo ao Parque Ecol�gico, na Pampulha.

Animais j� foram resgatados

Neste domingo (20), em nota, a PBH informou que animais foram atingidos, mas n�o h� registros de mortes. Estes ficaram presos no material asf�ltico, foram resgatados, limpos e soltos no Parque Ecol�gico Francisco Lins do R�go.

Limpeza de piche em pássaro
Equipe de volunt�rios de resgate animal da UNI-BH realizou primeiros socorros aos animais do local (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
Ainda de acordo com a nota oficial, cl�nicas veterin�rias parceiras est�o se mobilizando, caso seja necess�rio receber animais. No entanto, de acordo com Aldair Junio Woyames Pinto, coordenador do Grupo de Resgate Animal do Uni-BH, ainda existe possibilidade de morte de animais.

Relembre o caso

Na tarde da �ltima quarta-feira, uma batida entre uma carreta e um caminh�o mobilizou o Corpo de Bombeiros e fechou o tr�nsito, ap�s grande vazamento de piche. O motorista do caminh�o ficou preso �s ferragens e foi resgatado pelos bombeiros.

Mesmo ap�s 16 horas do desastre, o material que se espalhou na pista da Via Expressa ainda n�o havia sido totalmente retirado e parte da pista havia sido interditada devido ao piche pegajoso. Foi necess�rio utilizar um maquin�rio para retir�-lo do local.


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