
A constru��o da r�plica da Torre Eiffel em Lagoa Santa, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, deu o que falar nas redes sociais do jornal Estado de Minas ap�s publica��o da not�cia nessa ter�a-feira (28/2). Com mais de mil coment�rios, internautas e moradores brincaram e levantaram questionamentos sobre os impactos ambientais, patrimoniais, culturais e hist�ricos na cidade ber�o da paleontologia e espeleologia.
A r�plica da torre francesa ter� 30 metros de altura e est� sendo constru�da em frente ao principal ponto tur�stico da cidade, a Lagoa Central. Formada h� mais de 8 mil anos em decorr�ncia de fen�menos pr�prios do relevo c�rstico, a Lagoa Central tem tombamento espec�fico de s�tio natural desde 2001.
O morador Adalto Figueiredo aponta que a Lei de Uso e Ocupa��o do Solo de Lagoa Santa n�o permite a constru��o de edif�cios com mais de dois andares, cerca de seis metros de altura, na orla lagoa. “A pergunta que eu fa�o � o seguinte: est� se construindo essa torre de 30 metros, eu gostaria de saber como foi a autoriza��o dessa obra.”
O publicit�rio Felipe de Ara�jo repudia a constru��o. "Acho que foi um conceito muito equivocado. N�s temos �cones t�o bonitos aqui no Brasil e n�o precisava buscar em outro pa�s. Gostaria que a cidade e seus moradores dessem mais valor � sua hist�ria. Temos as pinturas rupestres na Gruta das Lapinha, o registro do cr�nio de Luzia e o museu de Dr. Lund. A cidade desconhece o valor a paleontologia. Vejo estrangeiros visitando Lagoa Santa justamente para conhecer o legado dos estudos dos f�sseis de homens pr�-hist�ricos, enquanto, aqui, os moradores n�o sabem nada da hist�ria da cidade. Isso precisa ser melhor explorado."
No facebook do Estado de Minas, Vania Elizabeth Abreu sugeriu que a obra poderia valorizar os artistas nacionais e fazer um concurso para escolher uma escultura que simbolizasse a cidade. “Assim como foi feito com a torre francesa, fruto de um concurso no pa�s para celebrar o centen�rio da Revolu��o Francesa, deveriam ter feito um concurso aqui.”
Outros internautas afirmaram que o novo monumento � uma “cafonice total”, “coisa mais brega” "com 30 metros vai ser confundida com a torre da Cemig" e outros brincaram dizendo “se n�o posso ir a Paris, Paris vem at� mim” e “vou de moto para Paris”.
Teve tamb�m quem aprovou a Torre Eiffel de Lagoa Santa. O morador Leonardo Miranda comentou que a obra, localizada no bairro V�rzea, est� pr�xima da casa dele e que a regi�o est� cada vez mais valorizada e bonita. “Muita gente passeando, isso tem gerado cada vez mais renda e empregos ao munic�pio.”
Sobre a Torre Eiffel mineira
A Torre Eiffel de Lagoa Santa est� localizada em uma �rea de 8 mil metros quadrados onde vai funcionar um complexo esportivo e de lazer.
De acordo com empres�rio respons�vel pelo empreendimento, Gabriel Gurgel, para erguer os 30 metros da estrutur foram necess�rias 25 toneladas de a�o carbono e diferentemente da original, os visitantes n�o poder�o subir nela e ter acesso ao topo. "N�o d� pra subir e n�o tem elevadores, a torre � tem�tica para registro de fotos" afirma.
Segundo o empres�rio, a constru��o da torre de Lagoa Santa custou R$ 900 mil e gerou 45 empregos diretos e 30 indiretos.
A �rea escolhida para a constru��o do Gurgel Beach Club tamb�m ter� seis quadras de futev�lei, quadras de Beach Tennis, playground para as crian�as, bar com tema praiano e um palco para shows.
�rea verde derrubada
At� 2021, na �rea onde est� sendo constru�do o complexo esportivo havia in�meras �rvores centen�rias que foram derrubadas. De acordo com imagens do Google Street View, uma linha do tempo mostra a �rea verde preservada at� junho de 2021. Em dezembro do mesmo ano, uma placa do empreendimento de lazer e esporte j� estava instalada e em novembro de 2022 o recurso de visualiza��o de �reas do Google mostra a �rea sem nenhuma �rvore.

A prefeitura de Lagoa Santa foi procurada pela reportagem do Estado de Minas para esclarecer sobre os processos de licenciamento da obra, o corte das �rvores centen�rias bem como sobre a proibi��o de constru��es acima de dois andares no entorno da Lagoa Central. At� o fechamento desta mat�ria n�o obteve resposta.
Tamb�m procurado pela reportagem para esclarecer sobre o licenciamento da obra em uma regi�o de s�tio natural, o empres�rio Gabriel Gurgel n�o respondeu �s perguntas at� a publica��o da mat�ria.