Acidentes evidenciam risco na cachoeira mais popular da Serra do Cip�
Um dos destinos tur�sticos mais procurados em Minas, regi�o tem v�rias op��es de quedas d'�gua. Na mais popular do Parque Nacional, acidentes evidenciam risco
Santana do Riacho - A caminhada � considerada leve, de 6,4 quil�metros, sem grandes eleva��es ou depress�es. Sendo a mais pr�xima da entrada principal do Parque Nacional da Serra do Cip� (Parna Serra do Cip�), em Santana do Riacho, a 100 quil�metros de Belo Horizonte, na Regi�o Central de Minas, a Cachoeira da Farofa � tamb�m a mais atraente da unidade de conserva��o localizada em um dos complexos tur�sticos mais visitados em Minas. Mas, entre 2018 e 2022, a morte de dois turistas a tornou a queda que mais v�timas fez no munic�pio, com metade dos quatro casos fatais registrados pelo Corpo de Bombeiros na Serra do Cip� no per�odo.
As mortes ocorreram em 15 de julho de 2019, quando dois turistas estavam na parte alta da forma��o, que se ergue a 80 metros, e se desequilibraram quando registravam o seu passeio na beira da garganta, por meio de um selfie. N�o estavam no topo, mas, ao ca�rem no po�o, Ismael Elias Maia, de 26 anos, e Victor Kennedy Almeida Afonso Pena, de 27, n�o conseguiram sair. Em 2016, outro visitante j� havia se afogado no lugar, ao n�o conseguir fazer a travessia do po�o. Mesmo socorrido de helic�ptero, ele morreu.
As outras duas mortes registradas entre 2018 e 2022 na Serra do Cip�, um dos destinos mais visitados por turistas em um raio de 100 quil�metros de BH, ocorreram em �reas que n�o contam com estrutura de parque ou de seguran�a particular. Uma pessoa morreu na Cachoeira Monjolos, em 2021, abaixo da ponte do Rio Cip�. Outra morreu em 2019, na Cachoeira Baixa, na �rea do “Pedr�o”, onde � comum o salto de pared�es rochosos no rio.
O m�dico veterin�rio mineiro de Conselheiro Lafaiete, Thiago Fernandes Guimar�es, de 38 anos, e a sua mulher, a empres�ria cearense Ana Beatriz Neves, de 29 anos, afirmam que receberam alertas sobre o perigo no parque. “J� conhecia a Serra do Cip�, mas n�o a Cachoeira da Farofa. Na entrada, funcion�rios alertaram para as pedras escorregadias. Saber nadar � muito importante. Nunca se chega pulando na �gua”, disse Thiago.
“� muito importante observar v�rios aspectos. Entre eles a sa�de: passar protetor solar, usar cal�ado apropriado, se hidratar na trilha. Para nadar � bom chegar inteiro e se divertir, porque a cachoeira � muito bonita”, completou Ana Beatriz.
Na Cachoeira Grande, que fica a 500 metros da rodovia MG-010, no distrito da Serra do Cip�, visitantes t�m uma s�rie de regras de seguran�a a cumprir, como n�o consumir �lcool e n�o levar garrafas de vidro. H� monitoramento de salva-vidas, ao custo de R$ 50 para pessoas acima de 10 anos.
Marcos Vin�cios Divino, socorrista: "As pessoas n�o t�m costume e acabam tendo c�imbras na �gua fria" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
“Depois que proibimos o consumo de bebidas alco�licas, os acidentes diminu�ram demais. Mas ainda � bom ter cuidado, mesmo com o salva-vidas podendo ajudar. H� pedras escorregadias, partes mais fundas e correntezas”, afirma o socorrista do empreendimento, Marcos Vin�cios Divino.
Segundo ele, na Cachoeira da Farofa os efeitos da �gua gelada afetam os banhistas. “As pessoas n�o t�m costume e acabam tendo c�imbras. A longa caminhada tamb�m desgasta os visitantes. Tem gente que come muito e j� quer mergulhar e passa mal. L� � muito distante para socorrer”, alerta.
J� na Cachoeira Baixa, ou Pedr�o, e na Monjolos, os perigos s�o outros. “L� n�o tem salva-vidas. O po�o � muito fundo, de nove metros. Tem quem pula errado e se afoga. A correnteza � forte, a pessoa que engole um pouquinho de �gua j� n�o consegue mais nadar”, alerta.
Na Cachoeira da Farofa, no Parque Nacional da Serra do Cip�, queda no po�o j� vitimou turistas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lazer com cautela bem perto de BH
Cachoeiras da Grande Belo Horizonte tamb�m mataram quatro banhistas nos �ltimos cinco anos, sendo uma pessoa na queda da Estrada dos Correias, em Caet�, outra na Cachoeira da Ponte Quebrada, em Esmeraldas, uma na Cachoeira do Den�lson, em Taquara�u de Minas, e uma na Cachoeira Santo Ant�nio, em Raposos, na �rea da Serra do Gandarela. Essa �ltima, apesar de ter registrado no per�odo apenas uma morte, � considerada perigosa pelos donos de pousadas e campings, que sempre alertam seus visitantes para tomar cuidado.
Isso porque, da metade para frente do po�o, a for�a da queda d'�gua gera duas correntes que t�m for�a para arrastar banhistas, mesmo os que sabem nadar. A energia de atra��o � tanta que at� as pedras do leito rochoso se movem o tempo todo. Tamb�m no Gandarela, mais especificamente em Acuru�, distrito de Itabirito, a Cachoeira Chica Dona, uma das atra��es mais conhecidas da regi�o, reserva perigos. Em 2019, um homem de 43 anos e um de 30 anos se afogaram e morreram na queda d'�gua.
No lugar, a primeira queda, de 40 metros, forma um lago raso, onde at� crian�as costumam nadar. A segunda, de 70 metros, forma um po�o mais desafiador e a terceira, de 40 metros, precisa ser alcan�ada por uma trilha em mata fechada at� um pequeno lago. Em todas elas, vale ter aten��o para que o passeio n�o termine em uma armadilha.