
Ela mora em Haifa, no norte do pa�s, e desde ent�o segue dentro de casa, com o marido, o jornalista Airton Gontow, de 61, acompanhando com apreens�o o desenrolar dos fatos.
Como ela, v�rios mineiros e brasileiros se encontram cercados pela guerra ou t�m pessoas queridas amea�adas pelo conflito.
"Estamos aqui isolados. Muitos familiares me ligaram procurando saber se estamos bem. J� moramos em Israel h� 2 anos. Me procuraram primos, tios e amigos de Divin�polis, de Dores do Indai�, de Belo Horizonte, s� para citar os mineiros", conta Maria.
"Perguntam se a gente est� em seguran�a, se est� tudo bem, se tem m�ssil sendo lan�ado por aqui, se a gente pode sair na rua. A gente fica muito apreensivo, assistindo �s not�cias e esperando para ver como vai terminar essa trag�dia", relata a jornalista.
O marido dela, Airton Gontow, diz que, mesmo estando a 150 quil�metros da Faixa de Gaza – territ�rio de onde partiram os ataques –, o pa�s inteiro est� em p�nico. Na casa deles mesmo, um dos quartos � refor�ado e serve de abrigo em caso de ataques.
"Israel � um pa�s muito pequeno e os terroristas que invadiram as defesas e sa�ram de Gaza podem estar at� aqui preparando um ataque. Por esse mesmo motivo, h� muita como��o, n�o tem um amigo ou vizinho que n�o tenha um primo, sobrinho ou parente amea�ado na �rea sob ataque", salienta Airton.

Os dois souberam do conflito quando ainda quando tomavam um caf� rom�ntico que Airton preparou, depois de passear de m�os dadas, esparando para escrever sobre o cl�ssico Grenal (Gr�mio x Internacional).
"Um amigo que estava indo para a praia com a fam�lia, perto do Egito, me ligou dizendo que estavam voltando, com muito medo. N�o entendi muito bem, at� disse que achava que eles iam aproveitar mais. Foi ent�o que ele me perguntou se eu n�o estava sabendo. Liguei a televis�o e fiquei assustado e muito preocupado, me imaginei no lugar dele, passando perto de Gaza com a fam�lia no carro, podendo ser alvo de m�sseis, de terroristas, de sequestro ou algo pior. Aqui estamos todos sendo afetados o tempo todo", desabafa.
Tentando voltar para casa

"S� soube dos ataques quando j� estava em S�o Paulo. Foi um choque, se n�o tivesse sa�do estaria presa l� como tantas pessoas ainda est�o. Mas por isso mesmo o meu cora��o est� partido. Como trabalho em Israel, estou muito aflita para saber como est�o meus colegas de trabalho, tantas pessoas com quem convivo, isso � muito angustiante", diz.
Sara conta que uma das primeiras posturas que teve quando soube do conflito foi fazer postagens pelas redes sociais para j� deixar os familiares e amigos a par de que estava em seguran�a no Brasil.
"A resposta de Israel dever� ser r�pida e potente contra os terroristas. O Hamas oprime os pr�prios palestinos, por isso a paz � um desejo para todos os palestinos e judeus. Com isso espero poder voltar a Israel ainda em janeiro, com outro grupo, em uma situa��o de paz e seguran�a que vinha imperando no pa�s at� esses atentados sem sentido", prev�.
Apreens�o com o filho
Um dos guias que trabalha com Sara Gon�alves em Israel � o argentino Sebastian Tchechelitzky, de 46 anos, que fala muito bem portugu�s por conhecer bem o Brasil e que � morador do sul de Tel Aviv, a capital israelense.
No momento em que atendeu � reportagem, ele se preparava para ir a um dos bancos de sangue da cidade para ajudar os feridos que precisam de transfus�es. Mas a trag�dia, para ele e muitos outros, � ainda mais intensa, uma vez que o filho de 19 anos de Seb�stian tinha acabado de se despedir e para se reintegrar � unidade do Ex�rcito e combater os terroristas no Sul.
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"A unidade dele n�o tinha ido imediatamente, porque estavam de f�rias e por isso sem armas. Mas hoje ele foi convocado e foi para o Sul. A gente sabe que � o nosso dever de lutar para defender o pa�s, mas como pai a preocupa��o sempre vai ser muito forte. Tenho sobrinhos que j� est�o em luta contra os terroristas. Enquanto isso, n�s seguimos daqui tentando not�cias", disse.
Segundo ele, quando os foguetes lan�ados pelo Hamas cruzaram os c�us e as sirenes contra ataque a�reo soaram, ele ainda estava dormindo. "Foi assim que soube que est�vamos em guerra. Nos meus 24 anos em Israel, j� tinha passado por um intifada, por outros atentados e conflitos, mas nada como isso. As pessoas est�o desesperadas, evitando sair de suas casas. Os supermercados e farm�cias est�o lotados de pessoas levando tudo o que podem de comida, �gua e rem�dios. Vamos ter uma repsosta forte, mas n�o sabemos o que isso pode significar", concluiu Seb�stian.