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Estado de Minas

Academias e escolas de dan�a impulsionam neg�cios em BH

De olho na demanda, espa�os apostam em inova��es para conquistar mais adeptos das v�rias modalidades e ritmos que viraram febre na cidade


postado em 15/04/2019 12:46 / atualizado em 15/04/2019 13:21

O bailarino Evandro Passos dá aulas de dança afro, com turmas no Aruanda, Arena da Cultura e no programa Cicalt Plug Minas(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
O bailarino Evandro Passos d� aulas de dan�a afro, com turmas no Aruanda, Arena da Cultura e no programa Cicalt Plug Minas (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 

A dan�a como meio de sobreviv�ncia, at� h� algum tempo restrita ao estilo cl�ssico, ganha novos ritmos, cores e padr�es. Al�m de oferecer lazer e relaxamento, academias expandem seus neg�cios e, cada vez mais, oferecem novos card�pios para quem quer se profissionalizar no ramo e at� mesmo trabalhar por conta pr�pria.

Segundo o manual Ponto de partida, do Sebrae, os pap�is necess�rios para abrir um est�dio de dan�a s�o semelhantes aos de uma empresa tradicional. A diferen�a � que um n�o � voltado � venda, mas � presta��o de servi�os. Os custos com a documenta��o com abertura de empresa, registro na prefeitura e na Junta Comercial giram torno de R$ 1 mil, variando de acordo com a cidade.

O maior gasto mensal para manter um est�dio de dan�a � com a limpeza e a manuten��o do espa�o. No mais, s�o necess�rios apenas dois funcion�rios fixos: servi�os gerais (limpeza) e recepcionista (atendimento). O lucro desse tipo de empreendimento � obtido principalmente por meio das mensalidades recebidas, mas podem se agregar outras fontes de renda, como participa��o em festivais, concursos e ainda montando seus pr�prios espet�culos.

A Academia Tatiane Figueiredo, que tem como carro-chefe a dan�a cl�ssica, j� conquistou in�meros trof�us e medalhas, fortalecendo seu nome no mercado da dan�a, com montagens de espet�culos em grandes salas de Belo Horizonte. “Os mais marcantes foram o Rei Le�o, em 2013, e Frozen, em 2015. Outro grande sucesso foi A origem dos guardi�es”, conta Tatiane, propriet�ria da escola.

Formada em fisioterapia, a empres�ria descobriu j� na adolesc�ncia que gostava mesmo era de dar aula. “N�o queria ser bailarina e comecei a buscar refer�ncias para ensinar dan�a.” Em 1999, ela montou uma academia nos fundos da escola regular de sua m�e, no Bairro Coqueiros, Regi�o Noroeste da capital. “Montar uma escola de bal� � tarefa �rdua. Leva tempo para criar e adquirir confian�a. Tem que ter conhecimento e investimento em sala, espelhos, barras etc.” Ao completar 20 anos, a Tatiana Figueiredo funciona em sede pr�pria, no Bairro Serrano, e tem 160 alunos divididos no cl�ssico, jazz e dan�as urbanas. Ela trabalha tamb�m com crian�as e jovens com defici�ncias cognitivas.

Em comemora��o aos 20 anos de sua funda��o, a academia criou projeto social com 10 vagas para crian�as de baixa renda. Elas ganharam uniforme completo e bolsa de bal�. “O bal� trabalha diversas habilidades e valores emocionais e sociais. Com a dan�a aprende-se a saber ganhar e a perder, lidar com equipe, al�m de motricidade, lateralidade, equil�brio, for�a e flexibilidade”, explica Tatiana.

OUTROS CONTINENTES
 
H� alguns anos, quando se falava em ser dan�arino profissional remetia-se ao bal� cl�ssico. Estilo importado dos pa�ses europeus, era considerado “culto” e restrito a uma elite. O g�nero masculino praticamente exclu�a qualquer possibilidade no segmento. Hoje, a escola Tatiane Figueiredo conta com 12 bailarinos cl�ssicos. “Entram mais velhos, s� v�m quando � por escolha pr�pria, ainda � incomum os pais trazerem um menino para fazer bal�.” O retorno dos bailarinos � bem mais r�pido. “Quando t�m talento, eles explodem rapidamente. � o caso de Douglas de Oliveira, que come�ou com 13 anos e hoje, aos 21, dan�a na Pol�nia”, conta Tatiane.

Outros ritmos eram relegados a passatempo e recrea��o. Dan�a afro, jazz ou dan�a de sal�o como meio de vida eram impens�veis h� tr�s d�cadas. A persist�ncia foi determinante para a forma��o do professor de dan�a e core�grafo Evandro Passos. Ao chegar de Diamantina, nos anos 1970, sem dinheiro para frequentar espet�culos na cidade, ele tinha como hobby ir para a porta dos teatros. “Sa�a de casa e ficava nas portas vendo o movimento, at� que um dia uma pessoa me abordou e disse que sempre me via ali e me deu um convite para a audi��o de um grupo que precisava de homens negros.” Era o Grupo Aruanda, e o convite veio do bailarino Geraldo Vidigal. Foi o come�o profissional de Evandro com o famoso grupo de dan�a folcl�rica. Logo recebeu outro convite, do bailarino Joaquim Ribeiro, para fazer cl�ssico. Na �poca, havia grande dificuldade para encontrar bailarinos homens e negros. “Diziam que homens negros nunca seriam bailarinos cl�ssicos e que serviam apenas para carregar bailarinas brancas”, conta Evandro.

“Em 1978, fui convidado para uma apresenta��o, organizada na porta do Pal�cio das Artes pela Escola Guinard, na abertura do carnaval de Belo Horizonte.” Foi seu primeiro contato com o grupo Marlene e Silva. “Fiquei extremamente emocionado ao ver a atua��o daquela bailarina negra. Na ocasi�o, ela anunciou que inauguraria academia na Rua Carangola, na quarta-feira de cinzas.” Ele foi o primeiro a chegar, e nunca mais deixou o ritmo afro.

Evandro criou metodologia pr�pria, reunindo seus aprendizados nos diversos campos da dan�a e come�ou a oferecer cursos. Depois de se apresentar no Entreposto Cultural do Sindicato dos Banc�rios, no fim dos anos 1980, foi contratado para ministrar aulas de dan�a afro naquele espa�o e os convites n�o pararam mais.

Em 1991, foi para os Estados Unidos, onde cursou m�sica afro-americana, no Harlem, e estudou com Katherine Duhan, que criou uma “t�cnica para corpo negro, por meio das dan�as afro de matrizes haitianas”. Em 1996, com bolsa da Unesco, embarcou para a Costa do Marfim, onde ensinou dan�as brasileiras e afro-brasileiras e aprendeu dan�as tradicionais daquele pa�s. O encerramento do interc�mbio foi com um show intitulado Br�sil et C�te d'Ivoire. Atualmente, tem turmas na sala do Aruanda, Arena da Cultura e no programa Cicalt Plug Minas.
 

O Bailado que abriu portas

Aulas de balé para crianças estão entre as muitas atividades oferecidas pela Academia Marilu Dias, fundada em 1981, no Bairro Cachoeirinha(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Aulas de bal� para crian�as est�o entre as muitas atividades oferecidas pela Academia Marilu Dias, fundada em 1981, no Bairro Cachoeirinha (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
 

 

Marilu Dias come�ou a estudar dan�a aos 12 anos, �poca em que a bailarina N�dia Luz, do corpo de baile do Pal�cio das Artes, reuniu um grupo de alunas do Col�gio Municipal da Lagoinha e, voluntariamente, promovia ensaios de bal� cl�ssico no vesti�rio da quadra de esportes. “Venho de fam�lia humilde, sem a m�nima condi��o de pagar escolas de bal�, que se concentravam na Zona Sul e eram muito caras. Ela me orientou e me despertou para a dan�a. Foi uma paix�o � primeira vista.” Por meio de bolsas deu continuidade � atividade, at� que foi convidada para a companhia de dan�a Movimento, uma das mais importantes da capital. “Vendia bombons na escola para conseguir pagar”, conta Marilu. A professora de jazz da companhia Cristina Helena criou sua pr�pria academia e convidou a jovem bailarina para dar aulas no novo empreendimento. Tornou-se ent�o mestra aos 15 anos.

Em1981, formou-se em educa��o f�sica pela UFMG. “Era o curso que mais se aproximava de minha escolha, j� que, naquela �poca, n�o havia faculdade de dan�a em Belo Horizonte.” Durante os est�gios obrigat�rios do curso, Marilu Dias se convenceu de que o real desejo era ser bailarina e dar aulas de dan�a. Sem recursos para investir, apelou ao pai, Bolivar, a quem pediu um empr�stimo financeiro para montar escola de dan�a no Bairro Cachoeirinha, Regi�o Nordeste de BH, onde nasceu e foi criada. Foi assim que, em uma pequena loja, de uma porta s�, a escola Marilu Dias abriu suas portas, em 29 de julho de 1981. “Tudo muito improvisado, minha m�e fez a cortina dos vesti�rios, o piso coloquei de carpete e na loja ao lado funcionava uma locadora, que dois anos depois teria o espa�o encampado pela escola, com abertura de academia de muscula��o.” Era a associa��o com o namorado, Kemil Checer (hoje esposo), formado em educa��o f�sica, e que foi preparador f�sico dos principais clubes de futebol profissional de BH.

O sucesso foi imediato. O bairro, formado em grande parte por fam�lias oper�rias atra�das pelas possibilidades de uma f�brica de tecidos instalada nos anos 30/40, se assemelhava a uma pequena cidade do interior, em que quase todos se conheciam, e muito carente de op��es de lazer coletivas. Em dois meses, j� n�o havia mais vagas para as dan�as de jazz e gin�stica localizada. Logo surgiu uma lanchonete em frente e a Rua Tapira, 1.011, tornou-se o “point”. E, j� no terceiro m�s de funcionamento, Marilu conseguiu sanar as d�vidas com o pai.

RESPEITO

Com quatro meses resolveu montar um espet�culo, que foi apresentado para alunos e seus convidados no audit�rio do Col�gio Santa Maria, no Floresta. “Foi uma experi�ncia triste. L� descobri que o p�blico juvenil de BH n�o estava habituado a esses espet�culos.” Marilu conta que as turminhas de alunos embolavam a programa��o e a jogavam contra o palco, assobiavam e gritavam durante a apresenta��o. O fato ocorreu posteriormente no Teatro Francisco Nunes, um dos maiores da cidade � �poca. “Quando come�ava muita bagun�a, par�vamos o show e tinha um funcion�rio chamado Pimenta que acendia as luzes, desligava o som e punha a turma de arruaceiros para fora, mas foi um processo educativo. Hoje o p�blico � muito diferente, tem acesso a informa��o, as pessoas s�o mais politizadas, temos uma plateia muito consciente e informada”, constata.

Aos poucos, o nome foi se firmando, a companhia passou a ser convidada para outros eventos e festivais, e dois anos ap�s ser aberta a escola mudou-se para as depend�ncias de uma associa��o comunit�ria do bairro. Os convites e viagens para apresenta��es foram aumentando. Com os pr�prios recursos, compraram um lote na esquina das ruas Gon�alves Ledo com Sim�o Tamm, no mesmo bairro, onde hoje � a atual sede da Academia Marilu Dias, um complexo esportivo, cultural e recreativo de 1.200 metros quadrados, no cora��o do Cachoeirinha. A dan�a ainda ganhou novo espa�o, em unidade constru�da no Bairro Palmares, e o fitness se expandiu em outra academia, aberta no Bairro Dona Clara. Tr�s dos quatro filhos do casal seguem os rumos dos pais e cada um se responsabiliza por uma unidade.

A escola Marilu Dias oferece nata��o infantil e adulto e hidrogin�stica para idosos. O setor de fitness oferece muscula��o, muscula��o integrada ao funcional e, na parte coletiva, alongamento e pilates. E a dan�a tem v�rias modalidades de ritmos, como bal� cl�ssico infantil e adulto, contempor�nea, jazz e sapateado. 
 
SERVI�O
 
Tatiane Figueiredo
(31) 3879-0904

Evandro Passos 
(31) 99606-9192 

Academia Marilu Dias 
(31) 3442-6048 


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