Stefania Molina
Mestre em pol�ticas p�blicas pela Hertie School,
em Berlim, com foco em desigualdade de g�nero, direitos sexuais e reprodutivos e o impacto da educa��o na gravidez na adolesc�ncia. � cofundadora da organiza��o Serenas, que atua na preven��o
e enfrentamento de viol�ncias contra meninas
e mulheres e na promo��o dos direitos
sexuais e reprodutivos
Pesquisa divulgada pela marca Always mostra que uma em cada quatro alunas faltam �s aulas no per�odo menstrual no pa�s. Motivo: n�o t�m dinheiro para compra de absorventes.
� medida que organiza��es levantam dados de uma realidade pouco observada no Brasil, alguns munic�pios d�o largada nessa corrida contra a desigualdade de g�nero.
Al�m de representar um est�mulo � defasagem no aprendizado, o problema tamb�m traz riscos � sa�de f�sica e mental. Estima-se que s�o 40 dias de aulas perdidas ao ano, al�m de constrangimentos que podem levar essas jovens � exclus�o escolar.
S�o Paulo, Recife e Maranh�o s�o alguns entes da Federa��o que criaram leis e pol�ticas p�blicas para garantir a distribui��o de absorventes para jovens em fase escolar.
No caso de Recife, por exemplo, existe o Ciclo do Cuidado, programa que, al�m de distribuir os absorventes, � voltado para a forma��o de educadores e para a compreens�o das fam�lias sobre o tema.
A pobreza menstrual � o conjunto de tr�s fatores: a falta de acesso � informa��o sobre menstrua��o ou � educa��o menstrual; a falta de produtos menstruais, como absorventes; e a falta de uma infraestrutura de saneamento.
Em rela��o � situa��o atual no Brasil, o estudo das Na��es Unidas mostra que uma em cada quatro alunas falta �s aulas no per�odo menstrual porque n�o tem dinheiro para comprar absorvente.
Quanto � situa��o nas escolas, estudo do Unicef e Unfpa aponta que 3% das estudantes n�o t�m banheiro em condi��o de uso e 11,6% n�o t�m papel higi�nico dispon�vel para utiliza��o. Essa situa��o � que chamamos de “combo da pobreza menstrual”. Elas n�o t�m acesso � aquisi��o do absorvente e n�o encontram infraestrutura na escola para cuidar da sua sa�de menstrual. E muitas vezes falta essa infraestrutura inclusive em casa.
Para mudar essa realidade, � necess�rio que munic�pios, estados e governo federal trabalhem juntos para atacar a falta de acesso � informa��o, a produtos menstruais e � infraestrutura. A educa��o menstrual � fundamental tanto para as meninas quanto para os meninos, especialmente para quebrar tabus e preconceitos.