Leonardo Queiroz
Vice-presidente de Crescimento da Kroton
O sonho do ensino superior � desejado por muitos brasileiros. Antigamente, quem tinha um diploma universit�rio era at� chamado popularmente de “doutor”, n�o importasse de qual profiss�o fosse o t�tulo. Hoje, s�o muitos os jovens e adultos que n�o medem esfor�os para estudar e garantir uma gradua��o com o objetivo de melhorar de vida. E o desejo n�o � � toa: um diploma de educa��o superior � uma ferramenta poderosa de transforma��o social e econ�mica. O Brasil s� ter� um caminho promissor se conseguir formar seus cidad�os, investindo em educa��o – seja presencial, digital ou h�brida – e em cursos que preparem a m�o de obra para as profiss�es do futuro. Mas como podemos fazer isso de forma efetiva?
A trajet�ria � longa, mas j� come�ou. Segundo o IBGE, em 2019, apenas 21% dos jovens e adultos entre 25 e 34 anos tinham conclu�do a faculdade, percentual maior do que os 11% registrados em 2008, mas ainda muito distante de �ndices dos Estados Unidos (49%) e da Coreia do Sul (70%), por exemplo. O Brasil j� deu grandes passos para a inclus�o de seus cidad�os no ensino superior, mas temos muito a percorrer. Se o jovem estiver nos bancos da faculdade, estar�, ao mesmo tempo, construindo sua carreira e o futuro do pa�s.
O salto de inclus�o dos �ltimos anos � devido ao expressivo crescimento do ensino a dist�ncia (EAD): em 2019, as matr�culas em cursos na modalidade j� correspondiam a 43,8% do total, segundo o Censo da Educa��o Superior. A partir de 2020, muito em raz�o da pandemia de COVID-19, vimos o EAD ganhar ainda mais espa�o entre os estudantes e a tend�ncia � que o ensino h�brido e o 100% on-line sejam protagonistas nos pr�ximos anos.
Diversos estudos comprovam que o ensino superior tamb�m aumenta a renda do cidad�o. Trata-se de um ciclo que faz a roda da economia girar. Na m�dia mundial, quem tem uma gradua��o ganha 40% a mais de sal�rio, segundo dados do relat�rio Education at a Glance, da Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). No Brasil, uma pesquisa realizada em 2021 pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de S�o Paulo (Semesp), feita com estudantes de todo o pa�s, mostrou que a m�dia salarial do formado sobe 135%, de R$ 1.784 para R$ 4.202.
At� mesmo quem n�o � estudante, mas reside em uma cidade que sedia uma institui��o de ensino superior, tem vantagens em rela��o �quele que vive em um munic�pio sem um polo educacional. Dados do Mapa do Ensino Superior mostram que munic�pios com institui��es de ensino superior t�m PIB per capita m�dio de R$ 30,7 mil, enquanto aqueles que n�o contam � de R$ 19,7 mil. Nesse cen�rio, o EAD traz capilaridade e dissemina conhecimento e oportunidades a locais remotos, com menor ou nenhuma estrutura educacional.
E se o Brasil quiser ter papel relevante na nova economia mundial, precisa capacitar cerca de 32 milh�es de potenciais estudantes que, hoje, est�o fora dos bancos das faculdades. Essa legi�o de brasileiros sem ensino superior precisa, sobretudo, ser matriculada em cursos de �reas mapeadas como promissoras para as “profiss�es do futuro”, segundo estudo do F�rum Econ�mico Mundial. Esses cursos est�o intrinsecamente ligados � tecnologia: intelig�ncia artificial, engenharia e computa��o na nuvem, marketing, vendas e produ��o de conte�do, entre outras.
Nesse sentido, o EAD colabora ainda mais para absorver essa defasagem social. Afinal, as plataformas 100% digitais, que oferecem cursos das mais variadas �reas, com trilhas curtas e pr�ticas, levam a educa��o para todo o pa�s, independentemente da regi�o geogr�fica daquele estudante.
A educa��o � a maior ferramenta para tornar a economia brasileira inovadora e disruptiva, competindo de igual para igual frente a outras na��es emergentes e grandes pot�ncias mundiais. O futuro social e econ�mico do Brasil passa pela forma��o profissional de qualidade aliada � empregabilidade. S� assim seremos a pot�ncia global que tanto merecemos e sonhamos ser.