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Estado de Minas editorial

Cautela na dose do arrocho

Consumo menor e juros elevados reduzem investimentos produtivos, afetando a gera��o de emprego


27/04/2022 04:00

Depois de a greve dos servidores do Banco Central impedir por um m�s a divulga��o de pesquisas e estat�sticas, o boletim Focus – Relat�rio de Mercado foi divulgado com a previs�o dos economistas e analistas financeiros prevendo a continuidade das press�es inflacion�rias. E, pior, eles j� apontam para infla��o fora do centro da meta tamb�m em 2023. A previs�o para o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a infla��o oficial do pa�s – para este ano passou de 6,86% h� quatro semanas para 7,65% agora, indicando que depois de registrar alta de 10,06% em 2021, a infla��o caminha para estourar o teto da meta fixada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN) por dois anos consecutivos.

Para este ano, a meta inflacion�ria � de 3,5%, com toler�ncia de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (2% e 5%). O pr�prio Banco Central, que elevou sua proje��o de infla��o para este ano de 4,7% para 7,1%, j� admite que a probabilidade de o IPCA ficar acima do teto da meta em 2022 � hoje entre 88% e 97%. No acumulado dos tr�s primeiros meses do ano, o IPCA j� chega a 3,2%. Para 2023, o alvo inflacion�rio � 3,25% e as proje��es do mercado financeiro passaram de 3,8% h� quatro semanas para 4% agora.

Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) revela o IPCA-15, pr�via oficial da infla��o de abril. Caso esse indicador, que em mar�o teve alta de 0,95%, volte a ficar pr�ximo de 1%, ser� a senha para que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central eleve a taxa de juros em mais um ponto percentual, jogando a Selic dos atuais 11,75% para 12,75% ao ano, mantendo o Brasil no topo dos pa�ses com as maiores taxas de juros reais (descontada a infla��o).

Resta questionar a efetividade desse arrocho monet�rio no momento em que a economia brasileira d� sinais de um desempenho acima do esperado, mas ainda muito fraco. N�o resta d�vida de que cabe ao Banco Central o combate � alta generalizada dos pre�os, que sufoca principalmente a popula��o com menor poder aquisitivo, mas cabe lembrar o que disse no s�culo 16 o m�dico e f�sico Paracelso: “a diferen�a entre o rem�dio e o veneno � a dose”. Isso mesmo, a taxa de juros � a ferramenta para se combater a alta dos pre�os, mas como a infla��o tem um componente externo muito forte, ao subir os juros o Banco Central n�o reduz os pre�os, apenas contribui para que eles n�o subam tamb�m por press�o interna.

� nesse movimento que os diretores do Banco Central devem estar atentos quando se encontrarem na semana que vem para definir a taxa b�sica de juros da economia. Como os efeitos da alta de juros sobre os pre�os se fazem sentir depois de seis ou sete meses, � prudente que o ajuste nos juros agora seja dosado para n�o afetar mais a economia do que conter a infla��o. Com a inadimpl�ncia e o n�mero de fam�lias batendo recorde em mar�o e a procura por cr�dito recuando, a sinaliza��o � para a desacelera��o da atividade econ�mica. Hoje 77,5% das fam�lias est�o endividadas, sendo que 27,8% delas est�o inadimplentes e 10,8% admitem n�o ter mais como pagar contas em atraso.

Com esse quadro, a procura por cr�dito come�ou o ano em queda. D�vidas comprometendo o or�amento e taxas de juros elevadas desacelerando o consumo mesmo daqueles com maior renda que, nesse caso, optam por investir em busca de rendimentos. Consumo menor e juros elevados reduzem investimentos produtivos, afetando a gera��o de emprego. N�o se trata de uma equa��o autom�tica, mas em perspectiva � este o cen�rio que se apresenta. Mais arrocho monet�rio agora n�o aumentar� a efici�ncia no combate � infla��o, mas ser� amargo para a perspectiva de uma melhora da economia no horizonte de curto prazo.


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