Sandro Barros*
Rio de Janeiro
“O Setembro Amarelo � uma campanha realizada pela Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) para preven��o do suic�dio no Brasil. Atualmente, nosso pa�s registra cerca de 14 mil casos por ano, o equivalente a quase 40 pessoas por dia, de acordo com dados da pr�pria iniciativa. Os n�meros s�o preocupantes, e a falta de debate sobre o tema acaba escondendo sua verdadeira gravidade.
O ato de tirar a pr�pria vida pode parecer surreal, mas seus motivos s�o bem mais comuns do que parecem, e partem de situa��es cotidianas. Tens�es emocionais, ambientes negativos, falta de motiva��o, perda financeira e rompimentos amorosos s�o alguns exemplos de casos que podem comprometer a sa�de mental de uma pessoa, desenvolvendo transtornos psicol�gicos como a depress�o e a ansiedade, levando ao suic�dio.
Identificar a depress�o � f�cil; seus sintomas iniciais incluem perda de energia e cansa�o constante, sensa��o de tristeza profunda, irritabilidade e lentid�o, dores no corpo, problemas no sono e altera��es de peso. Observadas as condi��es, � preciso um tratamento junto ao psiquiatra. A proximidade com amigos e familiares tamb�m � de extrema import�ncia, e vale uma aten��o especial.
Mas a terapia � uma ferramenta insubstitu�vel, porque ela permite um olhar atencioso que n�o apenas escuta, mas acolhe, encoraja e inspira. A partir dela podemos entender o problema, e procurar solu��es. Ainda h� quem ache que depress�o � “frescura”, e por isso a doen�a deve ser discutida em todos os ambientes. � preciso dar espa�o para que cada um mostre sua dor, revele seu sentimento, e assim pedir ajuda.
Toda vida importa, e n�o podemos mais deixar que a tristeza, a desesperan�a e o desinteresse fa�am algu�m chegar no ponto de acabar com sua vida. A depress�o � um dos maiores desafios que um ser humano pode encarar, mas n�o podemos, nunca, desistir de n�s mesmo. A vida �, sempre, a melhor escolha.”
*Sandro Barros � terapeuta e acompanhante terap�utico especializado em dependentes qu�micos