Cristina Navalon
S�o Paulo
"O que a princesa Diana, a atriz Marilyn Monroe e o assassino serial Jeffrey Dahmer t�m em comum? Todos foram diagnosticados com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), condi��o que afeta cerca de 6% da popula��o mundial, de acordo com dados da Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP). Cabe ressaltar que, em cada caso a doen�a se manifestou de forma �nica – como os comportamentos inst�veis e autodestrutivos da atriz ou psicopatia do assassino americano.
O termo surgiu para incluir aqueles que est�o em um estado m�dio entre o neur�tico e a psicopatia. Entretanto, diferentemente da depress�o e da ansiedade, o borderline traz um risco muito maior para si – cerca de 10% dos casos terminam em suic�dio– e para os demais, uma vez que torna os relacionamentos interpessoais inst�veis ou extremos. Isso ocorre devido a um sentimento de desvaloriza��o que afeta a percep��o individual.
Assim, � comum observamos em pacientes comportamentos cr�nicos, como pensamentos destrutivos, humor inst�vel, compuls�o alimentar e a predomin�ncia de v�cios (seja no abuso de subst�ncias alucin�genas ou na promiscuidade sexual). H� ainda um forte sentimento de culpa, movido por medo e paranoia, que faz com que o indiv�duo perca sua ess�ncia em busca da aprova��o dos demais.
Devido a dificuldade de lidar com frusta��es, o borderliner n�o aceita ser contrariado, o que torna dif�cil a conviv�ncia dentro da sociedade. De acordo com Winnicott, psicanalista ingl�s, isso ocorre porque temos duas personalidades (ou self): a verdadeira, que representa aquilo que somos, e a falsa, o reflexo do que seremos no mundo. No caso do TPB essas no��es se misturam, o que gera a perda da identidade pr�pria.
Para al�m de g�nero ou classe social, o transtorno est� presente na sociedade, e se manifesta atrav�s de diferentes formas – desde uma celebridade 'problem�tica' e um perigoso assassino at� mesmo algu�m com dificuldade em manter um relacionamento s�rio. Em todos os casos, a melhor op��o � procurar um tratamento especializado e buscar ajuda. Borderline n�o � frescura, � humano."
*Psic�loga com forma��o pela Universidade Metodista de S�o Paulo com especializa��o em psican�lise do adolescente, psicossom�tica e doen�as mentais