
Se voc� nunca ouvir falar em ESG (ambiental, social e governan�a), � poss�vel que n�o esteja sintonizado com a agenda corporativa do momento. Mas cuidado: ESG n�o � um mantra, e, se n�o cuidarmos, ser� como outras modas que costumam aparecer, de tempos em tempos, no dialeto empresarial. Das tr�s frentes que a sigla representa, muita import�ncia se tem dado � responsabilidade ambiental. � outra letra, por�m, que sustenta as demais a��es.
� preciso falar tamb�m sobre governan�a: o ponto “G” do ESG. O conceito nacional cl�ssico de governan�a, que vem do Instituto Brasileiro de Governan�a Corporativa (IBGC), estabelece-o como o sistema pelo qual as empresas e as demais organiza��es s�o dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre s�cios, conselho de administra��o, diretoria, �rg�os de fiscaliza��o e controle e demais partes interessadas. E sua concep��o perpassa quatro pilares fundamentais, que se desdobram em a��es pr�ticas: transpar�ncia, equidade, presta��o de contas (accountability) e responsabilidade corporativa.
Governan�a, portanto, tamb�m n�o � um conceito abstrato, gen�rico, vazio, nem se traduz em mote et�reo. Seu significado traz reflex�es pr�ticas profundas e imensamente atuais �s organiza��es de todo o mundo, sobretudo em duas grandes frentes que apresento a seguir. A primeira delas � a mudan�a de mentalidade corporativa que amplia as fronteiras da responsabilidade para al�m das quatro paredes das organiza��es.

As responsabilidades sociais e com o meio ambiente
Se, antes, mirava-se apenas a excel�ncia operacional, como na busca por qualidade nos processos, minimiza��o de custos e maximiza��o de receitas, agora, a governan�a aumenta o foco da vis�o corporativa. Outrora, buscava-se atingir as expectativas dos acionistas (shareholders); hoje, foca-se atentamente nas necessidades das diversas partes interessadas (stakeholders).
E quem s�o algumas das principais partes interessadas de qualquer organiza��o? Duas em especial chamam a aten��o: a comunidade envolvida e o meio ambiente. Da� porque � t�o importante falar em ESG. As responsabilidades sociais e ambientais n�o s�o mera liberalidade ing�nua, fingida ou irrespons�vel das organiza��es que visam apenas ao marketing.
Sua raz�o de existir passa pela compreens�o hol�stica de que vivemos conectados em redes e de que somos a transforma��o que queremos ver no mundo. N�o cabe mais aquela velha ideia de empresas que s� pensam em si e no seu lucro – ego�sta e vazio.
“A verdade � que, sem traduzir esse papel hol�stico do ESG em a��es pr�ticas, as organiza��es est�o fadadas ao fracasso, por tr�s motivos que anunciei h� dois anos num TEDx: a) o mercado afasta aqueles em que n�o confia (peso reputacional da n�o ades�o ao ESG); b) as novas gera��es Y e Z (praticamente 50% da popula��o economicamente ativa de hoje no Brasil) s�o consumidores altamente conscientes; e c) as mesmas gera��es Y e Z definitivamente s�o m�o de obra engajada e buscam trabalhar por prop�sito, n�o apenas por dinheiro”, afirma Daniel Lan�a, Compliance Officer da Itaminas.
� exatamente essa responsabilidade com o macro, esse olhar n�o somente para dentro, mas para fora, que transforma neg�cios, ind�strias e prestadores de servi�o em organiza��es com a mentalidade de lucro com prop�sito. E tal mentalidade abarca a segunda grande li��o da governan�a: a vis�o estrat�gica de longo prazo.
Em tempos de tamanha din�mica, sobreviver�o aquelas organiza��es que se adaptarem � nova realidade ESG, sem olhar para tr�s. Quanto �s demais, minguar�o at� tornarem-se pe�as de museu de um passado em que havia empresas que s� pensavam no lucro.
A era do customer experience e a sua rela��o com as a��es de ESG
Customer experience (ou CX) � uma daquelas novas express�es corporativas obrigat�rias, sua l�gica faz total sentido no momento em que vivemos um capitalismo de relacionamento, ao centrar a gest�o das organiza��es na experi�ncia de clientes. Se o exerc�cio de pensar o ponto de vista do consumidor � fundamental, � preciso cuidar para evitar alguns gatilhos anti�ticos na intera��o com clientes, especialmente no ambiente virtual.

A ideia de construir neg�cios �ticos � um dos pilares mais importantes que sustentam o sistema capitalista no mundo democr�tico. Adam Smith j� dizia que a base do capitalismo � a confian�a. Assim, � l�gico pensar que os neg�cios (quase) sempre se beneficiam de um ambiente �tico; obviamente, o argumento pode ser perigoso na medida em que transforma integridade em utilitarismo.
“Em alguns casos, por�m, �tica empresarial pode significar menos lucro, sobretudo em curto prazo; da� o surgimento do termo “ethic washing”, que simboliza a a��o de maquiar ou camuflar as reais atividades anti�ticas de uma empresa sob uma manta de marketing de compliance”, exp�e Lan�a.
Relacionamento entre organiza��o e cliente
Na busca por integridade, as corpora��es t�m enfrentado, com mais ou menos �xito, os vil�es mais �bvios: suborno, fraude, defesa da concorr�ncia. Contra esses riscos, criam-se c�digos de compliance, manuais de terceiros, treinamentos e due diligences de integridade. Mas nem sempre as organiza��es percebem que seu relacionamento com clientes pode estar coberto por gatilhos anti�ticos.
O Compliance Officer da Itaminas conta algumas experi�ncias que j� vivenciou, "um exemplo aconteceu comigo. Apaixonado por vinhos, certa vez me vi cadastrando on-line, em menos de cinco minutos, em um Clube de Assinantes que me envia quatro garrafas, por m�s, em casa. Adorei a experi�ncia, n�o fosse por um pequeno detalhe: ao ver a adega entupida, um ano depois, resolvi cancelar a assinatura e n�o consegui. O site exigia que cancelamentos fossem feitos apenas por telefone, que por sinal nunca ningu�m atendia. O mesmo ocorreu no site em que assinei um jornal e uma revista”.
Ser� que essas estrat�gias s�o propositalmente arquitetadas? Ou essas experi�ncias anti�ticas do cliente simplesmente passam despercebidas do gestor? “Seja como for, parece-me uma total dissincronia entre discurso �tico e a��o, o ethic washing, exatamente na intera��o com aquele que deveria estar no centro das aten��es corporativas”, completa o compliance officer da Itaminas.
Outro bom exemplo s�o os casos de overbooking, a pr�tica de venda de passagens a�reas em n�mero superior ao de assentos em uma aeronave, podendo impedir algum passageiro de viajar por excesso de lota��o. Esses t�m seu c�lculo corporativo com cada vez menos apetite a esse risco. A possibilidade de ver a reputa��o prejudicada, ainda que potencialmente em baixo impacto, parece mais gravosa que a amplia��o anti�tica da ocupa��o nas aeronaves.
Ser� demandada das organiza��es, cada vez mais, �tica nos neg�cios, inclusive e especialmente no relacionamento com clientes. Em tempos de ethic washing, � preciso diferenciar o ‘joio do trigo’ com coer�ncia de discurso e a��es, decis�es e entregas concretas, que priorizem a integridade, mesmo quando isso significar menos lucratividade em curto prazo.
Quando algu�m pensa em combate � corrup��o, pode surgir certa dificuldade para entender o tamanho do problema: de qual corrup��o estamos falando? H� tanta fraude que ocorre no mundo, tanta desonestidade, condutas imorais, anti�ticas ou duvidosas quanto � legalidade; tantas zonas cinzentas em diversos n�veis de complexidade e impacto. Afinal de contas, h� apenas um �nico tipo de corrup��o?
Primeiramente, vale debru�ar sobre o conceito de “corrup��o”. A palavra, que vem do latim corruptus, pode trazer significados variados, como o ato de quebrar em peda�os, bem como de apodrecido ou p�trido.
Segundo a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), o conceito de corrup��o � amplo, incluindo as pr�ticas de suborno e de propina, a fraude, a apropria��o ind�bita ou qualquer outro desvio de recursos por parte de um funcion�rio p�blico. Al�m disso, pode envolver casos de nepotismo, extors�o, tr�fico de influ�ncia, utiliza��o de informa��o privilegiada para fins pessoais e a compra e venda de senten�as judiciais, entre diversas outras pr�ticas.
“� importante dizer que a corrup��o n�o se confunde apenas com suborno, isto �, com a oferta, a doa��o ou o recebimento de vantagem indevida (de qualquer valor, n�o apenas dinheiro em esp�cie) a algu�m como um incentivo ou recompensa a agir fora de uma determinada obriga��o profissional ou moral. Lato sensu (em sentido amplo), o sentido de corrup��o � mais abrangente, incluindo qualquer forma fraudulenta ou desvio �tico para conseguir algo de maneira ilegal ou imoral”, explica Daniel Lan�a.
A corrup��o dentro das empresas
Compreendidos seus significados, h� a possibilidade de quebrar a grande corrup��o em modelos de pensamento, de modo mais did�tico, para compreender como esse fen�meno se manifesta na pr�tica. Metodologicamente, � poss�vel afirmar que existem tr�s grandes tipos de corrup��o: a sist�mica, a end�mica e a sindr�mica.
A corrup��o sist�mica � aquela entranhada no setor privado e nos poderes da Rep�blica de maneira organizada, nas rela��es esp�rias entre empres�rios e pol�ticos a que infelizmente nos acostumamos a ver nos notici�rios e que tanto nos entristecem como pagadores de impostos. “Nesse caso, � vi�vel combat�-la com o fortalecimento das institui��es de controle, a persecu��o penal e a institui��o de ferramentas de compliance p�blico e privado, como podem ser visitadas, por exemplo, nas Novas Medidas contra a Corrup��o – maior pacote anticorrup��o do mundo –, organizado pela Transpar�ncia Internacional e pela FGV”, explica Lan�a.
J� a corrup��o end�mica pode ser conceituada como aqueles pequenos desvios �ticos do dia a dia, como furar a fila em um estabelecimento ou n�o devolver o troco a mais do p�o. Essa pode ser superada por meio da educa��o �tica, nas fam�lias e nas escolas.
Por fim, a corrup��o sindr�mica � aquela que toma lugar pelas rela��es prom�scuas oriundas da burocracia estatal, que, de t�o complexa, aprendeu a criar dificuldades para vender facilidades, estabelecendo um ciclo vicioso que pilha o er�rio p�blico. Esse ciclo s� ser� quebrado mediante a reinven��o da burocracia p�blica, com medidas de simplifica��o capazes de otimizar os processos administrativos governamentais; e por meio de compliance, identificar e mitigar os riscos de suborno.
Conhecer as din�micas de manifesta��o do fen�meno da corrup��o � primordial para combat�-la mais assertivamente. A luz do sol da transpar�ncia ainda � o melhor desinfetante contra a corrup��o.
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