No painel, telas mostram simultaneamente e em tempo real a situa��o das estruturas de minera��o da Vale. O comportamento de barragens, pilhas e cavas � analisado por um time de 24 pessoas durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Na sala onde s�o recebidos e traduzidos n�meros e imagens de instrumentos, c�meras e radares, funciona hoje o piloto de um projeto ousado, que quer conectar a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte com o restante do pa�s e transform�-la num centro global capaz de monitorar todas as plantas de minera��o da Vale.
O Centro de Monitoramento Geot�cnico (CMG) fica bem pertinho da capital, num pr�dio localizado dentro da Mina de �guas Claras, em Nova Lima. A instala��o dele estava nos projetos da empresa, mas foi implantado em menos de um m�s ap�s o rompimento. Em 21 de fevereiro, entrou em a��o com o acompanhamento da Barragem de Vargem Grande, que havia entrado em n�vel 2 um dia antes – a estrutura voltou ao n�vel 1 no in�cio deste m�s. Seis dias depois, foi a vez de as barragens de Forquilha I, II e III, em Ouro Preto, entrarem no radar de aten��o. O centro recebe informa��es de 25 estruturas, com prioridade para as constru��es a montante. Oito estruturas s�o monitoradas por meio de radar (que verifica a superf�cie do maci�o). Outras, por instrumentos que avaliam a seguran�a do barramento (como piez�metros, inclin�metros e n�veis de �gua), esta��o rob�tica e c�meras com intelig�ncia artificial, capazes de detectar eventual movimento das estruturas. � o caso da Mina Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, onde foi registrada movimenta��o no talude da cava norte, situado a 1,5 quil�metro da Barragem Sul Superior, e que vem sendo acompanhada em tempo integral pelas equipes da Vale e da Defesa Civil do estado.
O coordenador-adjunto de Defesa Civil, tenente- coronel Fl�vio Godinho, destaca que o centro � o ponto de partida para o acionamento dos planos de emerg�ncia da estrutura. Em caso de rompimento, os plantonistas do centro acionariam a sala da Defesa Civil instalada em Bar�o de Cocais para, dali, serem rodados os planos concernentes � evacua��o, pontos de encontro, rotas de fuga, assist�ncia a hospitais. Al�m de contatar os carros de som que ficam 24 horas na cidade, para que seja dado � popula��o o aviso do colapso. Em pr�tica tamb�m entra o salvamento das pessoas. “O centro de monitoramento � o cora��o da opera��o. Cada minuto perdido com o socorro de pessoas � risco de morte para algumas delas. Cada minuto a mais � tempo para tirar pessoas de locais por onde a lama poderia passar”, diz Godinho.
Com base nas �ltimas experi�ncias, a mineradora quer expandir o trabalho e concentrar em Nova Lima, at� o fim do ano, o acompanhamento da seguran�a de todas as estruturas da empresa no pa�s. A ideia � fazer um centro de monitoramento global, conectado �s salas de geotecnia das unidades operacionais distribu�das nos pa�ses onde a empresa mant�m opera��es. “O centro � um caminho sem volta”, destaca o l�der do Centro de Monitoramento Geot�cnico, Jos� Henrique Wanderley.