
O prop�sito n�o mudou desde que as primeiras equipes chegaram ao C�rrego do Feij�o, naquele 25 de janeiro: parar s� depois de encontrar a �ltima pessoa desaparecida. Cinco meses depois, o efetivo do Corpo de Bombeiros empenhado nas buscas mant�m o mesmo patamar desde o in�cio da opera��o: em m�dia, 150 bombeiros diariamente, acompanhados de c�es e drones. A estrat�gia agora para localizar as v�timas � cruzar dados diversos num servi�o de intelig�ncia que atua dia e noite.
As opera��es em campo come�am �s 6h e t�m avan�ado para o per�odo noturno. Dependendo do local, v�o at� as 22h com a ajuda de equipamentos de ilumina��o. Mesmo durante a madrugada, o trabalho de cruzamento de dados corre a pleno vapor no posto de comando. O objetivo � entender a din�mica do ocorrido, a partir do perfil de cada uma das 24 pessoas ainda n�o localizadas.
“O trabalho consiste em cruzar dados que informem quais eram os locais onde elas estavam no momento do rompimento da barragem, como estava o comportamento do fluxo de lama, comparando a localiza��o original dos piez�metros (instrumentos que medem a press�o da �gua na barragem) e onde eles foram encontrados. Tamb�m verifica onde foram achadas outras pessoas dos grupos dos quais elas faziam parte para tra�ar poss�veis lugares onde estariam no momento do ocorrido”, explica o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos Bombeiros. Foram feitas ainda entrevistas com sobreviventes e funcion�rios em busca das prov�veis localiza��es. “As �ltimas v�timas foram encontradas gra�as ao servi�o de intelig�ncia”, relata.
A previs�o � continuar nesse processo nos pr�ximos dias. A partir do servi�o de intelig�ncia, as buscas se mant�m h� algum tempo com o suporte de m�quinas pesadas para remover o min�rio e permitir a chegada a locais antes inacess�veis. O tenente Aihara destaca que, embora menos de 10% da quantidade de rejeitos tenham sido removidos, 91% de v�timas foram localizadas.
Os militares que integram as opera��es em Brumadinho explicam que dos 10 milh�es de metros c�bicos de rejeito que vazaram da Barragem I, ficaram depositados 7 milh�es na chamada zona quente, que compreende os 10 quil�metros da barragem ao Rio Paraopeba. Essa � a quantidade do que desceu at� o encontro do rio com o Ribeir�o Ferro-Carv�o. O restante foi levado a partir dali, pelo curso do Paraopeba.
O trabalho de remo��o � feito cuidadosamente e com o monitoramento dos Bombeiros. Em cada escavadeira, h� um militar ao lado da cabine do condutor, que verifica o terreno visualmente. Se nada for encontrado, o rejeito � levado para um local dentro da mina de C�rrego do Feij�o e, depois de seco, � novamente vistoriado com a ajuda dos c�es farejadores.