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Estado de Minas ESPECIAL

Minera��o � setor chave para o desenvolvimento de Minas, afirma IBRAM

Em entrevista, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Minera��o fala sobre os caminhos da minera��o em Minas e no Brasil


Brumadinho e região | Reconstrução
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Brumadinho e regi�o | Reconstru��o
postado em 30/06/2019 06:10 / atualizado em 01/07/2019 10:40

Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)(foto: Cesar Vilela Gonzaga/Divulgação)
Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram) (foto: Cesar Vilela Gonzaga/Divulga��o)
Resgatar a imagem da minera��o “ser� um trabalho de formiguinha”, destacou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), Wilson Brumer, diante de representantes do setor e profissionais ligados � inova��o no lan�amento dos projetos do Mining Hub. Com vasta experi�ncia na ind�stria, sobretudo em minera��o e siderurgia, ele analisa o futuro da atividade miner�ria em Minas Gerais e no Brasil e destaca que, depois das trag�dias em Mariana e em Brumadinho, resgatar a confian�a da sociedade � o maior desafio. “Precisamos refazer o conceito da minera��o junto � sociedade brasileira”, diz Brumer, que traz no curr�culo passagens pela presid�ncia e  diretoria de empresas como Usiminas, Acesita e Vale, al�m de ter sido secret�rio de  Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais, de 2003 a 2007.

A minera��o � respons�vel por cerca de 4% do PIB brasileiro, tendo em um passado n�o distante representado mais de 8% de toda a gera��o das riquezas de Minas Gerais. O que a paralisa��o das atividades representa para a economia?
N�o h� d�vida de que o setor de minera��o � de enorme import�ncia para o desenvolvimento econ�mico do pa�s. Devemos procurar agregar ainda mais valor aos produtos, diversificar nossa economia, mas n�o podemos esquecer que Minas Gerais ter� que se desenvolver tamb�m com minas. Precisamos atuar para que a ind�stria da minera��o seja cada vez mais forte, sem abrir m�o da seguran�a dos seus colaboradores e de todas as comunidades nas quais est� inserida. Isso significa novos processos, novas tecnologias e busca permanente de novos conhecimentos, no Brasil e tamb�m no exterior. As investiga��es sobre os casos de rompimento devem ocorrer, at� como forma de aprendizado, para que o setor possa melhorar o que necessita ser melhorado. Mas, paralelamente, precisamos retomar as atividades da minera��o, n�o s� de min�rio de ferro como de outros minerais.

"Precisamos atuar para que a ind�stria da minera��o seja cada vez mais forte, sem abrir m�o da seguran�a dos seus colaboradores e de todas as comunidades nas quais est� inserida"

Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram

Quais barreiras a minera��o precisa superar para ser vista de forma mais positiva?
Como disse anteriormente, temos que repensar processos e, tamb�m, comportamentos. N�o podemos deixar cair no esquecimento os acontecimentos recentes. N�o podemos admitir a repeti��o dessas trag�dias, at� porque vidas se perderam, problemas sociais, econ�micos e impactos ambientais foram criados. Por outro lado, temos que tomar uma s�rie de provid�ncias para que a sociedade volte a acreditar na minera��o. E isso s� ir� acontecer com medidas concretas para que a imagem atual seja revertida.

E como fazer isso?
Antes de mais nada, aprender a ouvir mais e com muita humildade. E tomando provid�ncias para mostrar �queles que convivem com o setor que podem passar a n�o temer a minera��o no seu entorno e considerem a atividade como uma parceira do desenvolvimento socioecon�mico, em um ambiente de conviv�ncia harm�nica e segura. Entendo que, depois do que aconteceu, s�o apresentadas solu��es sem a adequada avalia��o t�cnica. Por exemplo: muito se fala da chamada ‘minera��o a seco’. Esse processo, no entanto, n�o � aplic�vel para todo tipo de minera��o. Ele � aplic�vel para o min�rio de ferro, mas n�o necessariamente para outros minerais.

Qual o papel do Ibram nesse processo?
Cabe lembrar que os rompimentos envolvendo opera��es da Samarco e da Vale trouxeram efeitos negativos para o setor de minera��o como um todo. Lembro, ainda, que boa parte da popula��o desconhece muitos aspectos do setor. Muitos n�o sabem, por exemplo, que sem a minera��o n�o haveria produ��o de autom�veis, de avi�es, de celulares, de computadores e de diversos outros produtos com os quais convivemos e usamos no nosso dia a dia. Muitos desses produtos n�o utilizam necessariamente apenas o min�rio de ferro, mas outros insumos minerais. A triste verdade � que o setor ficou ‘demonizado’ perante a sociedade. Cabe ao Ibram ajudar seus associados a melhor se colocarem perante a sociedade. O instituto n�o � gestor de empresas, mas temos que contribuir com o setor para buscar novos par�metros, incluindo o incremento das rela��es com o meio acad�mico e atraindo as novas gera��es para conhecerem melhor a atividade.

Muitas pessoas associam a minera��o � explora��o do meio ambiente. � poss�vel mudar essa percep��o?
� poss�vel conciliar sustentabilidade e o desenvolvimento da minera��o. Temos v�rios exemplos desta harmonia e isso deve ser mais evidenciado � sociedade neste processo de mudan�a de percep��o em rela��o ao setor. O Ibram ter� que estar mais presente nos munic�pios mineradores e promover um grande entendimento e busca cont�nua do desenvolvimento dos mesmos, enquanto a minera��o estiver presente. � muito comum se discutir o que ser� de um munic�pio somente ap�s o encerramento da atividade da minera��o ali existente. Entendo que o Ibram e os munic�pios mineradores devem atuar em conjunto para encontrar formas para promover um maior desenvolvimento socioecon�mico enquanto existe a atividade mineral, por meio de uma an�lise adequada das potencialidades existentes em cada um deles.

Como o setor pode se preparar para os pr�ximos anos?
O setor � muito importante para a economia de Minas Gerais e do pa�s, seja sob o ponto de vista de gera��o de empregos, impostos e desenvolvimento de uma enorme cadeia produtiva. Para se ter uma ideia, em 2018, a ind�stria de minera��o empregou cerca de 200 mil pessoas. Considerando toda a cadeia produtiva, podemos observar que o setor � respons�vel por aproximadamente 2 milh�es de empregos em v�rias partes do Brasil. Nos pr�ximos anos ser�o necess�rias pol�ticas educacionais focadas nas novas demandas do setor, tais como fomento � pesquisa, bolsas para pesquisadores, acordos de coopera��o com centros de pesquisa e inova��o.

Diante das discuss�es que tomam conta do setor atualmente, qual � a avalia��o sobre a defesa de regras mais r�gidas para o licenciamento de atividades miner�rias?
O Ibram, como disse antes, estar� presente e atuando como parceiro nos v�rios segmentos da minera��o, a� inclu�das grandes, m�dias, pequenas e microempresas. Igualmente, quer trabalhar em parceria com toda a cadeia produtiva. N�o podemos ser contra regras r�gidas para o licenciamento de atividades minerais. O que n�o pode haver � um ambiente de falta de previsibilidade e inseguran�a jur�dica. Entendemos que o melhor caminho para a compatibiliza��o da legisla��o miner�ria e ambiental � a cria��o de um sistema de licenciamento espec�fico para a atividade mineral, respeitadas as peculiaridades de cada projeto e especificidades do produto. A base desse modelo pode ter como par�metro o que j� se pratica no Brasil em alguns setores como petr�leo, g�s e energia el�trica.

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