A inten��o do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), de controlar os rumos da discuss�o da reforma pol�tica vai atrasar a vota��o no plen�rio de propostas j� aprovadas ou prontas para ser votadas pela Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ). J� existem na CCJ 70 projetos e emendas que abrangem todas as quest�es da reforma pol�tica, desde a fidelidade partid�ria at� a ado��o do financiamento p�blico de campanha.
Foi justamente o excesso de temas que sempre impediu a reforma pol�tica de sair do papel. Pior: sem negocia��es entre os principais l�deres partid�rios, nem mesmo mat�rias j� votadas conseguem avan�ar. H� quatro anos, por exemplo, a CCJ aprovou mudan�as para acabar com a farra da posse dos suplentes de senadores, mas desde ent�o nada foi feito para incluir o texto na pauta de vota��o do plen�rio.
A comiss�o da reforma pol�tica foi criada por Sarney e ser� instalada na quarta-feira Ele se valeu de crit�rios aparentemente pessoais para escolher seus integrantes, deixando de fora os desafetos pol�ticos Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), apesar de serem os peemedebistas que mais discutem o assunto no Senado. Os convites feitos por Sarney para formar a comiss�o incluem dois ex-presidentes da Rep�blica Fernando Collor (PTB-AL) e Itamar Franco (PPS-MG) e senadores rec�m-eleitos cuja proximidade lhe interessa.
H� quatro dias, Sarney atendeu a uma queixa do PC do B, do PSOL e da bancada feminina, que reclamavam da aus�ncia de mulheres na comiss�o especial. Nomeou mais tr�s membros para o colegiado: as senadoras Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Ana Rita (PT-ES) e L�cia V�nia (PSDB-GO). O prazo de trabalho da comiss�o � de 45 dias, sob a presid�ncia do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).